Capítulo 16

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O frio voltou ao meu corpo em um golpe no momento em que seus olhos se cravaram nos meus. Um tremendo calafrio me percorreu de cima a baixo, fazendo minha pele se arrepiar.

- Estava te esperando, meu Boneco... - Minha respiração se acelerou de maneira incontrolável, assim como a quantidade de sangue que percorria pelas minhas veias que jorravam conforme o bombardeio do meu coração.

Só havia passado dois dias, só dois e eu havia pensado nele a cada segundo, a cada minuto, a cada hora, procurando uma maneira de encontrar a desculpa perfeita pra Niall, procurando a maneira perfeita de conseguir o dinheiro para a sua guitarra, me arrumando para ele, só para ele, porque eu não me importava nada em aparecer apenas de pijama na frente dos meus tios e meus primos. Não havia feito isso pra eles, não, só para ele. Havia sentido sua falta? Até o inimaginável, até chegar a dormir somente poucas horas pensando nele, em Harry, pensando em ligar pra ele, em nossas conversas, em nossos beijos, em nossa maneira de se tocar, na maneira em que ele havia me possuído no ultimo dia, com tanta força. Havia pensado muito nisso e havia me tocado, me acariciado, me masturbado com a foto que ele havia me mandado pelo celular. Havia gastado seu nome entre meus gemidos incontáveis vezes como nunca havia feito com nenhuma outra pessoa.

Isso em apenas dois dias.

Agora que eu o tinha na frente, me dava conta de quanto havia desejado que voltasse.

Me aproximei com os passos lentos. Lembrei-me dos passos de uma noiva a caminho do altar e sorri estupidamente, envergonhado por semelhante pensamento. Harry soltou esse risinho divertido tão típico dele, aproximando o cigarro da boca e lhe dando uma tragada rápida.

- Um pouco mais devagar e eu me transformo em um cubo de gelo. - Brincou e surpreendentemente a primeira coisa que fiz em vez de me jogar em sua boca foi afastar o cigarro de seus lábios com rapidez e colocá-lo no meu, saboreando o sabor da boca do Harry impregnado no filtro. Dei-lhe uma tragada profunda e o olhei nos olhos, expulsando a fumaça em seu rosto, cheio de surpresa. - Ok, então o bom Boneco também sabe fazer coisas más e estúpidas.

- Eu me deito com você. Isso não é suficientemente mau e estúpido? - Dei outra tragada. Que fosse a merda aquilo de largar o cigarro. Precisava me afogar em cigarro nesse momento.

- Dois dias sem nos vermos, Boneco, dois dias e a primeira coisa que você faz quando apareço é roubar meu cigarro e começar a fumar. Agora sim eu sou um cubo de gelo. Que frio Boneco. Eu esperava algo mais...

- Mais...? - Me inclinei sobre ele, fazendo beicinho, o fazendo deixar escapar um sorriso divertido. Agarrou meu braço bruscamente, me obrigando a levantar a mão em frente a sua cara com o cigarro entre meus dedos e lhe deu uma ultima tragada, sem afastar os olhos de mim, acariciando minha mão com seus lábios. Meu braço tremeu inteiro quando ele tirou o cigarro das mãos e o jogou, longe, deixando de rodeios, me agarrando pela cintura com suas mãos e me puxando contra seu corpo. Juntou sua testa na minha e eu me agarrei firmemente nas suas costas, passando meus braços por baixo dos seus, juntando-nos ainda mais.

- Sentiu a minha falta, Boneco? - Suspirei contra sua boca. Meu halito se mesclava com o dele enquanto acariciava seu nariz com o meu melosamente.

- Não, nem um pouco. - Um beijo casto e suave, sem aprofundar, totalmente limpo nos lábios, pra senti-lo, para ter certeza que ele estava na minha frente, me abraçando, fazendo desaparecer o intenso frio que havia se apoderado do meu corpo á alguns minutos. Ele me apoiou contra a porta do motorista, ficando entre minhas pernas, sem desgrudar sua testa da minha, baixando o zíper de minha jaqueta até poder colocar as mãos entro dela, passando-as pelo meu peito.

- E agora é quando o gelo se derrete... - Me beijou, roçando meu pescoço com os lábios. Repousei a cabeça contra o carro, deixando sua língua ter total acesso sobre minha pele. - ... e evapora... - Eu o senti sobre minha bochecha procurando minha boca, segundos antes de penetrar nela com vontade de mim, de minha língua, da minha saliva, dos meus lábios, colocando-as entre os seus, pressionado, lambendo, movendo-se sobre os meus lentamente, desfrutando do toque de sua língua com a minha dentro, fazendo um som úmido cada vez que nos separávamos sem quebrar o contato, voltando a nos comer, a nos devorar com muito mais vontade, abrindo a boca ao máximo possível, desejando ser todo seu. Que a fizesse toda sua, como quisera, da forma mais imunda e suja que lhe parecesse, da maneira mais bestial que sua língua permitisse. Queria mais...

Muñeco ❌ L.S ❌ [✔]Onde histórias criam vida. Descubra agora