#LaVillana - 59

328 49 9
                                    


   Sentenciada a quinze anos, quinze anos presa por seu crime, seu advogado ia entrar com recursos de redução de pena. Na manhã do dia seguinte ela seria levada para o presídio em outra cidade ainda no México. Beatrice estava muito triste com aquela situação, e Esmeralda havia proibido que ela contasse a alguém, mas ela estava preocupada com o bebê e com sua neta.

- Se troque patricinha – O policial jogou uma sacola preta que continha roupa dentro –

- O que é isso? – Perguntou ela o olhando –

- Acha que vai para o presídio vestida assim de gala? – Riu – Aí está seu novo estilo

Ele saiu e a deixou, ela pegou o embrulho no chão e respirou fundo.

Na manhã seguinte

Beatrice estava na sala de espera da delegacia, e viu sua neta saindo por uma porta sendo acompanhada por dois policiais e vestida como uma presidiária e com suas mãos algemadas frente ao corpo. Ela caminhou para fora da delegacia e Beatrice parou frente a ela.

- Vou fazer o possível e o impossível para te tirar de lá, vovó promete – Disse com os olhos marejados –

Esmeralda sorriu e beijou o rosto da avó e saiu com os policias e entrou no carro. Sendo levada para o presídio. Beatrice entrou no carro e ordenou ao motorista ir para a casa da filha.

MANSÃO LACERDA

Augusto estava desperto, havia tomado banho e estava no quarto do filho com ele no colo enquanto o mesmo dormia, e em sua mão estava o envelope que Esmeralda havia deixado com Adriana, ele não estava seguro de abrir ou não. Olhou para o filho e respirou fundo e abriu o envelope com um pouco de dificuldade, e encontrou um cartão de visita de uma clínica, sem entender ele olhou para o número. Deixou o cartão de lado, colocou o pequeno na cama e o ajeitou para não cair, pegou seu celular e disco o número e esperou atender.

- Consultório de exames de DNA – Uma moça atendeu - Carlota bom dia!

- É, bom dia – Ele disse sem entender –

- Como posso ajudar senhor? Deseja marcar ou pegar resultado ? – Ela perguntou simpática –

- Desculpe a pergunta, mas é que uma senhorita me deixou esse cartão e eu não sei o porque... – Ele disse respirando fundo – Eu sei que parece conversa de doido mas...

- A senhorita Lacerda? O senhor é o Augusto Gutiérrez?

Ele se surpreendeu.

- Sim, sou eu mesmo! – Ele respondeu -

- Então quando irá passar aqui para pegar o resultado senhor? Já está pronto, ela me disse que o senhor ligaria – A moça perguntou –

- Resultado? – Ele não entendeu mas logo desviou seu olhar para seu filho adormecido - Pela tarde eu passo, melhor ainda, vou agora mesmo pode ser?

- Sim senhor, estou a espera – Ela sorriu – Tenha um bom dia!

- Você também! – Ele disse e em seguida desligou o celular –

Augusto guardou o cartão no bolso e pegou seu filho no colo e saiu com ele do quarto, desceu as escadas e agradeceu por não encontrar com ninguém, o levou até o carro e o colocou na cadeirinha. Fechou a porta e entrou no banco do motorista, fechou a porta e colocou o cinto de segurança e pegou o cartão, leu o endereço e ligou o carro.

Quando o carro de Augusto virou a rua , o carro de Beatrice entrou no portão da mansão. O motorista abriu a porta do carro para ela e a mesma saiu e foi até a porta onde a empregada abriu.

- Chame minha filha e o marido dela – Disse olhando a jovem – Rápido por favor

- Eles estão no jardim senhora – A menina disse a olhando –

- Então deixe que eu vou até lá – Dito isso, Beatrice foi em direção ao jardim e de longe viu o genro e a filha –

Ela caminhou até eles e se fez presente.

- Mãe...O que faz aqui tão cedo? – Norma perguntou – Esmeralda veio com você?

- Não – Ela sentiu um nó se formar em sua garganta – Esmeralda vai morar comigo em Londres.

- Mas é claro que não, minha filha ficará comigo e com a mãe dela, cadê ela? Eu quero falar com ela – Hugo disse sério –

Norma e Hugo estavam desesperados, sentiam que algo não estava certo. E tentaram ligar para a filha, mas ela não havia atendido e estavam ficando preocupados com esse silêncio da filha.

- Lamentavelmente é tarde, ela já foi para Londres, ontem mesmo – Beatrice disse o olhando – É melhor para todos essa distância.

- Mãe, ela tem que estar aqui conosco que somos os pais dela! – Disse Norma a olhando –

- Ah minha filha, sua filha passou anos aqui e você nem sequer ligou para a existência dela – Beatrice respirou fundo – Já parou para pensar que tudo o que aconteceu ontem e tem acontecido nessa família tem sido culpa sua?

- O que? – Norma disse indignada –

- Sim, sua culpa! – Ela repetiu – Essa sua preferência exagerada por uma menina que nem sequer sua filha é, e deixou seu sangue sozinho quando ela mais precisou! – Disse dura – Esmeralda saiu de dentro de você!

- Beatrice chega! – Hugo a olhou –

-Não, alguém tem que dizer a verdade, e quem melhor do que a própria mãe... – Beatrice disse séria – Tudo isso, essa competição que você impôs entre Esmeralda e Manuela, olha onde isso as levou

- Competição? – Norma perguntou surpresa –

- Sim, competição! – Beatrice suspirou –

- Esmeralda nunca falava comigo e quando falava era para brigar e isso me afastava mais dela – Norma se defendeu –

- Ela brigava para chamar sua atenção, idiota – Beatrice revirou os olhos - Era isso que ela fazia, ela queria sua atenção, e só a tinha quando vocês brigavam

- Nisso eu tenho que concordar com ela – Hugo disse olhando a esposa –

Norma olhou para os dois e saiu de perto deles entrando na casa.

- Vou lavar minha boca com cloro – Ele disse e olhou a sogra –

- E porque? – Ela o olhou –

- Pensei que nunca ia ter que concordar com você, e isso é horrível – Ele disse a olhando –

CLÍNICA DE DNA

Augusto estacionou frente a clínica e olhou o filho. Saiu do carro e o tirou também ,respirou fundo e olhou para a clínica e entrou e foi até a recepção.

-Posso ajuda-lo? – A jovem perguntou o olhando –

- Eu acho que foi com você que eu falei no telefone.. – Ele disse reconhecendo a voz –

- Senhor Augusto? – Ele confirmou – Ah sim, foi comigo mesma, aqui está

Ela pegou o envelope que estava no balcão e o entregou.

- Foi a senhorita Esmeralda Lacerda que fez o pedido deste exame? – Ele perguntou pegado o envelope –

- Sim senhor, faz uma semana e pagou caríssimo por um pronto resultado – Ela sorriu – Boa sorte!

Ele sorriu e saiu da clínica, colocou o filho na cadeirinha do carro e ficou com a porta aberta, olhou para o filho e para o envelope. Fechou os olhos e respirou fundo.

La Villana Onde histórias criam vida. Descubra agora