*REMEMBER ON*
A distância entre nós era ou devia ser muito pequena, pois conseguia sentir a sua respiração na minha cara.
Continuávamos-nos a olhar olhos nos olhos, como se o tempo tivesse congelado, e nada mais existisse.A "paragem no tempo" terminou assim que André colou os seus lábios nos meus, iniciando um momento inesquecível
*REMEMBER OFF*
Assim que a falta de ar nos separou, levantei-me num ápice do banco onde ambos estávamos sentados.
Se me apeteceu fugir ou correr dali? Sim, mas a verdade é que eu não sabia bem o caminho de volta, visto que tínhamos caminhado mais de 10 min, e as ruas eram tantas, que eu não sabia como voltar.André: Desculpa Bia. Não me consegui controlar. A sério desculpa, não era de todo a minha intenção...-disse atrapalhado, e também de pé.
Eu: Não tens de pedir desculpa André. Aconteceu, ok?-disse rude e fazendo força para que me largasse o braço- acho melhor regressarmos ao hotel, amanhã tens treino e conferência de imprensa.Regressamos ao hotel, e por mais que não quiséssemos falar ou pensar no que aconteceu, era impossível, visto que ambos partilhávamos o mesmo quarto e a mesma cama.
A noite foi terrível, não consegui dormir nada, e se dormi umas 2h já foi muito. O que aconteceu naquela noite não me saía da cabeça, e dava voltas e voltas na cama, para tentar afastar esses pensamentos. Mas agora que penso nisso, André também se mexeu muito, e por vezes ouvia alguns suspiros seus. Talvez ele, tal como eu, não conseguisse afastar os seus pensamentos.
Mas a verdade era que ele nunca mais disse nada, desde que se desculpou, André pareceu ter caído num silêncio perpétuo. Levantamos-nos, arranjámos-nos, descemos sozinhos no mesmo elevador para irmos tomar o pequeno almoço, e até nos sentamos lado a lado na mesma mesa, isto tudo, sem um única palavra.
Este silêncio todo estava a dar cabe de mim, precisava de falar com ele, saber o que ele pensava, o que tinha sido aquilo...Deixei que eles treinassem, fizessem a conferência de imprensa e preparava-me para antes do almoço falar com André, mas acabei por ponderar melhor e pensar que seria bastante egoísta da minha parte falar com ele antes do jogo. Pelas conversas que ouvi ele seria titular, e não o queria desconcentrar antes do jogo.
No fim do jogo falo com ele, pensei para mim mesma.Minutos antes do jogo:
Os rapazes saiam agora dos balneários, depois de ouvirem os últimos conselhos do treinador Montella.
Também a equipa de emergência se preparava para entrar no campo e ocupar os seus lugares.Eu: Boa sorte André- sorri fraco.
André: Obrigado Bianca- disse sério.
Ele chamou-me Bianca. As coisas não estão nada bem, pensei.O jogo terminou e felizmente para a minha consciência o André marcou 2 golos. Afinal parece que aquilo não lhe afetou muito, porque ele jogou muito bem, para além dos 2 golos, fez uma assistência e teve oportunidade de marcar mais golos.
Assim que chegamos ao hotel ainda tive um pouco na conversa com a restante equipa técnica.
André já deveria ter subido, e só espero que ainda esteja acordado, assim que chegar ao quarto.No quarto:
Eu: André, podemos falar?- pergunto dirigindo-me à beira do moreno que se encontrava à janela.
André: força- diz com um sorriso falso.
Eu: primeiro parabéns pelos golos. Estiveste muito bem e estou muito contente por ti. Segundo temos de falar sobre ontem. Nunca mais falamos. -disse tentando-o encarar.
André: aconteceu. Não foi o que tu disseste?- disse um pouco rude.
Eu: Sim aconteceu, mas eu quero saber porquê é que aconteceu.- disse convicta.
André: Porque é que aconteceu?
Eu: Sim André... ou vais me dizer que beijas todas as raparigas que levas a comer um gelado- disse severa
André: estás a querer dizer que eu te beijei só porque sim? E que beijo todas as raparigas?- perguntou um pouco exaltado.
Eu: Eu não estou a querer dizer nada disso. Aliás só me estás a dar razão. Se não beijas uma rapariga qualquer, então o que é que foi aquilo ontem?
André: eu não sei Bia, nós estávamos tão bem, estava a gostar tanto da tua companhia, aliás a tua companhia sempre me faz bem, e depois foi quando me aproximei de ti para te limpar do gelado, olhei-te nos olhos e ... -disse nervoso.
Eu: e...? - falei nervosa também.
André: não resisti- disse soltando um suspiro.
Eu: como não resististe?- perguntei confusa
André: não sei Bia. Não resisti. Simplesmente isso. Sinto uma atração por ti e quando estou perto de ti estou bem. Fazes-me bem. E admiro-te muito, desde do dia em que te conheci, e da maneira como te conheci.Fiquei em silêncio, naquele momento apenas encarava o chão e as últimas palavras de André, encovam na minha cabeça.
André: Não vais dizer nada?- perguntou encarando-me.
Eu: desculpa. Não sei o que dizer. Não estava à espera do que acabaste de dizer... - falei atrapalhada.
André: Diz-me apenas uma coisa: estás arrependida?- perguntou preocupado
Eu: Não, não cometemos nenhum crime.
André: E o que é que significou para ti? -perguntou aproximando-se de mim.
Eu: André, eu não sei. Não te sou capaz de o dizer agora. A minha cabeça ainda está a tentar assimilar o que acabaste de dizer.
André: ok, eu compreendo.- disse de cabeça baixa e num tom de voz fraco.
Eu: Por favor não fiques assim. Não me leves a mal, mas eu não estou habituada a nutrir ou demonstrar muito os sentimentos.
André: Tens medo de amar? - perguntou encarando-me novamenteSe eu tinha medo de amar? Sim muito, tenho medo de me magoar, de o magoar, de nos magoarmos.
Não é fácil amar de novo.

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Lost in your light || André Silva
FanfictionHold me, trust me You know you can hide in my arms all night now I'm gonna ride in your love all night I'm lost in your light, baby