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ANDRÉ POV ON:

Eu: Puto vou-me deitar, que ainda tenho de arrumar umas roupas no quarto- gritei da sala, para que Afonso que estava na cozinha pudesse ouvir.
Afonso: Espera aí, não te vás já deitar- diz entrando na sala- conta-me melhor como correram as coisas.
Eu: Normais -digo com um sorriso estúpido na cara, mas logo me arrependo quando percebo que estou a sorrir daquela forma.
Afonso: Hum hum, normais. Se tivessem sido normais não estavas com esse sorriso na cara. Primeiro chegaste todo estranho, mas agora que te perguntei como correram as coisas, estás aí a sorrir.
Eu: Eu beijei a Bianca- falei entre os dentes, sentando-me novamente no sofá.
Afonso: Tu o quê?-disse quase aos gritos, mas sentando-se ao meu lado no sofá.- conta lá isso outra vez. Por isso é que ela estava estranha-disse rindo.
Eu: Bem tudo começou, quando chegamos ao hotel, éramos um número ímpar de jogadores e membros da equipa técnica, logo algum jogador teria que ficar com um membro da equipa técnica... E eu fiquei com a Bianca.
Afonso: No mesmo quarto? -diz arregalando os olhos.
Eu: Sim e na mesma cama. -disse rindo-me com a atitude do meu irmão.
Afonso: Não acredito. É bem. E beijaram-se na cama?-disse no gozo.
Eu: Não parvo. Claro que não. Não aconteceu nada do que estás a aí a imaginar-disse rindo. - nós fomos passear um dia á noite pelas ruas, e depois fomos comer um gelado, ela sujou-se no canto da boca, e limpei-lhe com um lenço, foi aí que ficamos muito próximos, e eu... eu beija-a -disse suspirando.
Afonso: André,isso é muito cena de filmes-disse aos risos- não te conhecia assim tão romântico. Mas e ela? Como reagiu? Não, calma. Deixa-me advinhar... quase te bateu, não?-riu
Eu: Não bateu, mas acho que ela teve vontade disso- sorri.
Afonso: Então foi porque ela gostou.
Eu: Nós tivemos até ao dia seguinte sem falar, mas depois esclarecêssemos melhor as coisas. Quero apenas ir com calma. Agora que a conheci, não a posso deixar fugir, ela faz-me bem e preciso de ter aqui em Milão alguém que me faça sentir assim... bem. Já chega a falta que tu, os primos e os pais me fazem. Agora que já acabou o interrogatório posso ir?
Afonso: Sim podes. Sonha com a princesa-disse no gozo.

ANDRÉ POV OFF

Dia seguinte:

Acordei, fui correr, vim para casa, almocei, aproveitei para arrumar a casa, vi televisão... enfim não fiz nada de especial. Aguardava agora que fossem 17:30h para ir a casa do André, despedir-me do seu irmão Afonso.
Vesti-me assim:

Na casa de André:

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Na casa de André:

Toquei à campainha e fui depois recebida por um abraço apertado de Afonso.
Afonso: Vieste Bia- disse sorridente.
Eu: Claro que vim. Porque não viria?
Afonso: Obrigada, entra. Eu vou só ao meu quarto buscar as malas e trazê-las para aqui. O André está na cozinha.

Fui até a cozinha para cumprimentar André.
Eu: Eiii - acenei e sorri-lhe á porta da cozinha.
André: Bia- abraçou-em dando-me dois beijinhos na cara. -como estás?
Eu: Bem e tu?
André: também- disse com uma expressão neutra.
Eu: Não me pareces muito bem. Tu e o teu irmão são muito apegados não é?
André: Sim. Desde que ele nasceu, somos inseparáveis. Podemos durante o dia fazer as nossas coisas, estar em sítios diferentes, mas depois ao fim do dia, estávamos sempre juntos em casa, com as nossas conversas, os nossos risos, as nossas disputas. Acho que simplesmente não estou preparado para ficar nesta casa sozinho, sem ele, sem a minha família- disse com um ar em baixo. - mas vou ter de me habituar não é? Também é um sonho jogar num clube como o Milan, e não podemos ter tudo...
Eu: Aqui ou em Portugal, ele será sempre teu irmão e irá sempre apoiar-te. Olha eu não tenho irmãos, e só falo com os meus pais uma vez por semana, para não falar nas semanas que ás vezes passam sem ter contacto com eles. Por isso pensa positivo, tens muito gente a apoiar-te, e tal como tu disseste na vida não se pode ter tudo, e tu já chegaste até aqui. Vais ver que te habituas. Qualquer coisa, eu também estou cá.
André: Eu sei, acho que é o que me vale neste momento, é ter-te a ti aqui.-disse aproximando-se a mim.
Eu: Oh daqui a umas semanas nem vais precisar de mim, vais começar a dar-te melhor com os teus colegas, a ir sair com eles, ir a festas com eles-disse com um sorriso forçado.
André: Isso não é verdade. Agora que te conheci, eu vou querer continuar a saber de ti, e a estar contigo-disse aproximando-se ainda mais.
Afonso: Bem, meus lindos, desculpem lá interromper mas vem-me levar ou vou ter chamar um taxi?-disse entrando na cozinha.

No aeroporto:
Afonso: Bem é a última chamada, tenho de ir.
André: Fica bem meu puto, toma conta das cenas lá no Porto, e manda um beijo meu aos pais.- disse abraçado ao irmão.
Afonso: Não te preocupes mano. Bia- falou e abriu os braços para que agora fosse eu a abraçá-lo.
Eu: Gostei muito de conhecer, Ainda que não tenha sido pelos melhores motivos. - disse abraçada a ele- em Portugal tu conduzes certo?
Afonso: Sim porquê? - pergunta desfazendo o abraço.
Eu: Então tem cuidado, olha que eu não vou estar em Portugal para te socorrer.
Afonso: Awn, obrigada por tudo Bia.
Cuida do meu irmão por favor.- disse dando um último abraço em conjunto a nós os dois.

Nos minutos seguintes podemos ver Afonso a desaparecer no meio daquela multidão.
Eu: André, vamos?- estendi-lhe a minha mão, na tentativa de o reconfortar, sabia que ele estava a sofrer com a partida do irmão.
André: Ahm sim vamos, desculpa. - agarrou a minha mão e sorriu.

Seguimos viagem, de regresso a casa do André. Pelo caminho André não foi capaz de dizer nada.

Em casa de André:

Eu: Queres que vá fazer um chá de camomila ou que te prepare alguma coisa para comer? Já são 20h.
André: Não obrigada, só quero que fiques aqui comigo-disse apontando para o lugar de vago ao seu lado no sofá.
Eu: Está bem- sorri e sentei-me no lugar a seu lado. - não te quero ver assim, daqui a uns tempos ele está aqui outra vez.-disse deitando a minha cabeça no seu ombro, e encarando o que estava a dar na televisão ligada.
André: Bia...-disse fazendo-me levantar a cabeça do seu ombro e olhar-lo nos olhos. - obrigada por tudo o que tens feito por mim.
Eu: Não fiz nada de especial- sorri.

André encarava o meu sorriso, com um sorriso também nos seus lábios, e neste momento olhamos um para o outro, olhos nos olhos, como a tentar descodificar o que o olhar de cada um dizia. A distância entre os nossos sorrisos era muito pequena, e o tempo voltara a congelar para nós, ali naquela sala.

Lost in your light || André SilvaWhere stories live. Discover now