O jogo terminara 1-0.
Na segunda parte não houvera golos, por parte de nenhuma equipa, e apesar de o tal nrº9 só ter entrado na segunda parte e não ter marcado nenhum golo, parece que fez um belo desempenho, pois ouvi o nome dele ser comentado, por vários adeptos do estádio, inclusive o Matteo que não se calou o caminho todo.
Matteo: Entramos em grande. Este vai ser o ano... este vai ser o ano do Milan, não achas Eva?
Eva: Pelo que vi hoje, acho que temos equipa par isso. Não concordas Bia?
Estava distraída com a olhar pela janela, pelo que só despertei com a Eva a chamar o meu nome.Eu: Desculpa Eva, não ouvi o que disseste. -continuei a olhar pela a janela.
Eva: Perguntei-te se não achavas que o Milan tinha equipa para ganhar esta época.Eu: Hm não sei. Eu não percebo muito de futebol.-falei fraca, provavelmente devido ao cansaço. Ás vezes não sei como ainda me meto nestas coisas, o meu trabalho já é um correria, sempre de um lado para outro, andar dentro de uma ambulância a 150km por hora, e depois em vez de aproveitar as minhas folgas para descansar, alinho nos planos dos meus amigos, que só me deixam ainda mais cansada.
Matteo: Bia estás bem?-perguntou-me
Eu: Sim, só estou cansada. Se não se importarem deixavam-me já em casa. Quero descansar.
Eva: Mas amanhã só entras ao serviço ás 14h.
Eu: Sim eu sei, mas independentemente das horas a que entro ao serviço, levanto-me sempre ás 07h, para ir treinar.
Eu adorava treinar. Por vezes ia correr, caminhar, ou então ia até ao ginásio perto da minha casa. Fazia-o não só por uma questão de saúde, mas também porque enquanto o fazia, não pensava em mais nada. E quando digo em mais nada, refiro-me ao meu trabalho. Ser técnica de emergência, não é todo um trabalho fácil. Trabalho diariamente, com pessoas que estão entre a vida e a morte, e nem sempre as conseguimos salvar. Também somos ser humanos, e há situações que nos tocam e nos marcam, então treinar sempre foi o meu "escape".Cheguei a casa e só tive tempo de ir a casa de banho, vestir e o pijama e.. adormeci logo.
Dia seguinte- 07h: fui até ao ginásio, fazer o meu treino de costume, que para me iria não só abrir o apetite, para cozinhar algo delicioso para o almoço, como me daria energia extra para logo ir trabalhar.
13:50h- já estava pronta para entrar ao serviço, encontrava-me já dentro de uma ambulância, a ver se esta estava operacional (quando digo operacional, consiste em antes de cada saída confirmar se a ambulância tem tudo o precisamos. Por exemplo ás vezes é preciso repor o stock de pensos ou algum tipo de medicação.)
Matteo seria o meu condutor de serviço, como o costume.14:02h- cai um telefonema na central de comunicações e ocorrências de emergência, por sinal atendida por Eva e desviada para mim.
No tele-comunicador:Eva: Bia, recebemos uma ocorrência de uma emergência perto da «Via Marghera». Era um rapaz ao telefone, que disse que seguia com o irmão no carro e que tiveram um acidente. Pelos vistos , apenas o irmão se lesionou, tendo embatido com a cabeça no vidro, pelo que se encontra inconsciente.
Eu: Certo, vamos agora mesmo para lá. - desliguei a comunicação com a central e juntamente com Matteo encaminhamos-nos para uma das mais movimentadas ruas de Milão.
No local- Via Marghera:
Quando cheguei ao local, apercebi-me que se tratava de uma colisão entre dois carros, mas que num dos carros só seguia uma pessoa, e essa estava ilesa. O outro carro, presumi ser o carro da pessoa que participou a ocorrência, pois este assim que avistou a equipa de emergência rapidamente se apressou a chegar a minha beira, falava atrapalhado, e só pedia que salvasse o seu irmão, falava um inglês um pouco fraco, talvez devido à situação, mas também me pareceu que não era de cá.
Assentia com a cabeça afirmativamente, enquanto me deslocava em direcção ao carro, onde estava seu irmão.
Abri a porta, o que não foi difícil, pois o carro estava completamente destruído, pelo menos toda a parte frontal do carro. Inspeccionei o rapaz, consegui vir que tinha bastantes cortes na cara e nos braços, e que de facto estava inconsciente, muito provavelmente devido ao choque.
Eu: Vamos levá-lo para o hospital. Vai necessitar de alguns exames, nomeadamente Raios-X para ver se não se lesionou. -disse ao rapaz, irmão da vítima.
Rapaz: Mas ele está inconsciente. Não vão fazer nada aqui?- perguntou incrédulo.
Eu sorri pois normalmente, as pessoas acham que a equipa médica de emergência pode fazer tudo, no momento e no local. Ganhei coragem e respondi, novamente me inglês:
Eu: Quanto à situação de inconsciência do seu irmão, vamos tratar disso, mas terá de ser dentro da ambulância, não aqui dentro do carro e nesta situação.Já dentro da ambulância:
Liguei ao rapaz a maquinas, para ver os seus sinais vitais, pus-lhe uma máscara de oxigénio e pus ainda a correr nas suas veias, algum soro.
Entretanto teria de fazer já um relatório sobre a vitima, por isso tive de perguntar ao rapaz como se chamava o irmão.
Eu: Desculpe, preciso do nome do seu irmão, e dos dados dele, para introduzir aqui no computador, para quando chegar ao hospital ser mais fácil para os médicos.O rapaz proferiu o nome. E não era um nome qualquer. Era um nome português.
Ela estava a soletrar: A-F-O-N-S-O M...
Interrompi-o. E desta vez falei em português, pois se o nome era português, talvez fossem de nacionalidade portuguesa.
Eu: Não precisa de soletrar. Basta-me dizer o nome. Eu também sou Portuguesa.O rapaz olhou para mim meio estupefacto...
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Lost in your light || André Silva
FanfictionHold me, trust me You know you can hide in my arms all night now I'm gonna ride in your love all night I'm lost in your light, baby