Lost in your light || André Silva

28.

*REMEMBER ON*

André: Bia...-disse fazendo-me levantar a cabeça do seu ombro e olhar-lo nos olhos. - obrigada por tudo o que tens feito por mim.
Eu: Não fiz nada de especial- sorri.

André  encarava o meu sorriso, com um sorriso também nos seus lábios, e neste  momento olhamos um para o outro, olhos nos olhos, como a tentar  descodificar o que o olhar de cada um dizia. A distância entre os nossos  sorrisos era muito pequena, e o tempo voltara a congelar para nós, ali  naquela sala. 

*REMEMBER OFF*

Em breves segundos, a distância entre nós tornou-se nula. Por iniciativa de quem? Por minha iniciativa. Sim, fui eu que o beijei, um beijo que foi correspondido por ele.
Quando me apercebi da realidade, afastei-o e levantei-me, naquele momento senti uma enorme raiva de mim mesma. Porque raio o fui beijar, pensei.

Eu: André... desculpa. É melhor eu ir-me embora- disse levantando-me do sofá onde ambos estávamos sentados, e pegando na minha bolsa.
André: Bia espera. Porque é que reages assim sempre que nos beijamos? Tu própria o dissestes que nós não estávamos a fazer nada de mal, somos os dois solteiros, que mal tem eu beijar-te ou tu beijares-me? -disse agarrando no meu pulso.
Eu: O mal está que eu não te devia ter beijado. Foi um impulso. Desculpa André. Esquece isto.
André: Como me podes pedir para esquecer isto? Em Espanha eu também te beijei por impulso, e tu agora dizes-me que o fizeste também por impulso. A meu ver isto só pode significar uma coisa.- disse com um sorriso doce.
Eu: Que coisa? - perguntei confusa.
André: Que eu sinto uma forte atração por ti, assim como tu também sentes uma forte atração por mim.
Eu: Atração é diferente de amor.
André: Um grande amor também começa por uma atração. Quando estou contigo, estou bem, e neste momento já não me imagino a estar muito tempo longe de ti. É como se eu sentisse uma enorme necessidade de estar perto de ti, para me sentir bem.
Eu: André... eu...
André: Bia fala sem medo, não me escondas o que sentes.- disse levantando mais o meu queixo, de maneira a o encarar.
Eu: André, tu chegaste e mudaste a minha vida. Antes eu era uma pessoa normal, era casa, hospital, hospital, casa. Estava com os meus amigos sim, mas nunca era nada de especial. Tu já deves ter percebido que eu não uma pessoa muito social. Agora quando estou contigo, vivo cada dia de forma diferente, e não me preocupa o amanhã. Mas amar é uma palavra muito forte, para duas pessoas que se conhecem à tão pouco tempo.
André: Eu sei, mas podemos tentar.
Eu: Tentar o quê? Ter uma coisa à força, ou fingir sentir algo que não sentimos.- disse fria.
André: Não Bia, se eu te beijei não o fiz com segundas intenções. Eu beijei-te porque me sinto atraído por ti, porque gosto de estar contigo, porque admiro a pessoa que és, e acredito seriamente que possa vir a sentir algo por ti. Custa assim tanto perceber isso?
Bia, se tu achas que nós nunca poderemos vir a ter nada, diz-me isso agora. Não me dês falsas esperanças, nem deixes este sentimento crescer mais.- disse um pouco irritado
Eu: Ok, podemos ver no que isto dá. Mas com calma.
André: Isso quer dizer que eu tenho hipóteses contigo?- perguntou com um sorriso de criança.
Eu: Se este sentimento continuar a crescer, sim- disse, e pude ver o sorriso de André a aumentar.- mas não percebo que tu vês numa rapariga como eu.
André: Numa rapariga como tu?
Eu: Sim. Eu sou só uma técnica de emergência, com uma vida completamente normal. E tu és um jogador. A grande maioria dos  jogadores famosos interessa-se por raparigas lindas, ligadas ao mundo da moda, modelos e populares. Eu sei que não são todos os jogadores, mas os mais bonitos sim.
André: Isso quer dizer que me achas bonito? - perguntou no gozo.
Eu: Parvo- disse corada, fiz-lhe um elogio indiretamente, e nem me apercebi. - tu percebeste o que eu queria dizer.
André: Sim percebi, e não concordo nada. A minha profissão é uma profissão normal. Requer que eu seja conhecido e falado pela comunicação social, mas isso não me obriga a andar só com pessoas conhecidas. Além disso tu és linda. Mais linda que algumas modelos.

Dito isto, decidi abraçar André, em forma de consentimento. Tinha que por um ponto final nas minhas inseguranças.

Eu: Andr...
André: Shsss, abraça-me outra vez. Quero ficar assim, aqui e contigo para sempre.-disse abraçado a mim.
Eu: Eu só ia dizer que tinha fome- sorri.
André: Hmm a princesa tem fome. Pois tens razão, já são horas jantar-disse olhando para o seu relógio.- bem então eu vou preparar qualquer coisa à cozinha, e que me dizes depois vermos um filme.
Eu: Mas tu amanhã de manhã tens treino. Não sei se é boa ideia, precisas de descansar.
André: Não faz mal, depois de ver um filme contigo até vou dormir melhor-disse dando-me um beijo na testa e encaminhando-se para a cozinha.