Uma Babá

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Pov América

Suas mãos passeavam por todo o meu corpo. Deveria estar exultante de felicidade, foi o que meu subconsciente disse, mas por algum motivo desconhecido tinha vontade de me encolher no chão e chorar. Não sabia o motivo para estar triste, porque assim que seus lábios quentes tocaram os meus passei a conhecer meu amor por ele. Seu rosto era turvo e embora não conseguisse vê-lo diretamente, sua beleza fazia meu coração disparar. Assim como suas grandes mãos em minha coxa apertando firmemente.

A cabana na mata era aconchegante, apesar de que foram poucas as coisas que consegui ver entre nossos beijos. Seus lábios faziam uma trilha por meu colo enquanto tentava retirar sua camisa e, assim que fui capaz, ele selou nossos lábios novamente quando passei minhas pernas por sua cintura. Podia imaginar para onde ele me levava, mas estava tão aturdida com a sensação de seu toque em meu pescoço, que só me dei conta do que estava acontecendo quando senti minha pele roçar na cama.

Não possuía ideia de onde meu vestido estava, pois tinha total certeza de que o vestia poucos segundos antes, mas não me importei, porque seus olhos brilhando na escuridão do cômodo me tranquilizavam. Sua íris azul era a única parte do seu rosto visível para mim e ainda assim já foi o suficiente para me fazer estremecer enquanto ele se inclinava sobre mim e voltava a me beijar por todo o meu corpo principalmente minha barriga onde pude sentir seu carinho levemente com a mão, fazendo uma trilha ardente por todo meu corpo, me levando a loucura. Apesar da estranha sensação dentro de mim, senti algo revirar, não entendi seu grande interesse por essa parte especificamente de mim, mas não o interrompi.

Não conseguia ver seu rosto, mas esse detalhe não me impediu de apreciar as cicatrizes que decoravam seu corpo ou sibilar seu nome. Arthur. Que por algum motivo eu simplesmente sabia. Eu suava pela calidez da noite, ofegava mesmo nada cansada e, quando finalmente o senti me preenchendo, acordei.

O quarto estava tomado pela escuridão. Arfava enquanto tentava esquecer as imagens em minha cabeça. Me sentei na cama e bufei de cansaço, fechando os olhos por um momento na tentativa de acalmar os nervos. Passei a mão pela testa e me assustei ao ver o quão quente estava ou a quantidade se suor escorrendo por meu rosto. Não sabia exatamente o que havia acabado de acontecer, mas tinha a total certeza de que corava mais do que em qualquer outro momento da minha vida. Tentei desacelerar a respiração, diminuir meus batimentos para voltar a dormir, mas tinha medo de voltar a cochilar e retomar àquela cena. Embora outra parte de mim desejasse aquele momento. Foram poucos os segundos que se passaram com centenas de pensamentos, incluindo a culpa quando notei Maxon deitado ao meu lado. Toquei levemente a aliança em meu dedo e reprimi o choro. Estou noiva, amo o homem ao meu lado mais do que poderia expressar, mas por algum motivo eu sonhava com outro.

_Quem é Arthur? –me viro assustada, praticamente pulando enquanto

Maxon acende a luz da cabeceira e me observa. Não sabia o que responder. Sentia minha boca seca, minha garganta arranhava com uma resposta, mas nenhuma delas parecia boa o suficiente para me retirar dessa situação. O rosto de loiro estava impassível, não conseguia dizer se era raiva, sono, confusão ou uma mistura de tudo. Não sabia que enquanto sussurrava seu nome em minha mente, fazia a mesma coisa na vida real. Devo tê-lo acordado e não deve ter sido o melhor jeito para ele. Tentei imaginar o que poderia estar se passando por sua mente e nada me agradou.

_O que? –me faço de inocente e volto a deitar na esperança de que ele esqueça o assunto.

_Quem é Arthur, America? –insiste. Ele se inclina sobre mim de um jeito que se faz impossível não observar o castanho de seus olhos. –E porque você estava... gemendo o nome dele? –ele faz uma careta antes de voltar a se tornar frio.

Royal or RebelOnde histórias criam vida. Descubra agora