Save the new King

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Pov Arthur

Me senti em casa em meio a loucura. O caos se instalara, os convidados corriam aterrorizados, cada vez se afastando mais dos tiros, sem qualquer rumo além da própria sobrevivência. Pouco me importava para onde iam, ou o que faziam, contanto que não atravessassem meu caminho. Dei ordens diretas para meus homens não machucarem nenhum deles, a menos que decidam contra atacar. Todos foram inteligentes o suficiente para não cometer tal erro, pelo contrário, fugiram muro a dentro como covardes à procura de refúgio.

Gostaria de poder dizer o mesmo sobre os guardas, homens fadados a perder uma batalha que nunca possuíram nem mesmo chance. Tomados pelo susto e pelo choque, divididos entre escoltar convidados e lutar contra nós e ainda sob carência numérica, não resistiram por muito tempo. Suas vidas foram poupadas, ou pelo menos daqueles que ainda estavam em pé. Para muitos aquele dia demorara anos, sob a pressão e o medo, o tempo parecia não passar nunca.

Não para mim. O relógio manchado de sangue em meu pulso não marcara nem mesmo trinta minutos desde que o primeiro tiro ecoou pelo jardim, e meia hora depois todo o sistema caíra. Foi rápido, direto e doloroso, como retirar o band-aid de uma ferida e agora só falta uma única bactéria desprezível me impedindo de tomar aquilo que é meu por direito.

_Escoltem-nos até as celas no porão e permaneçam de vigia. –ordeno. –Não os machuquem, precisaremos deles mais tarde. –os homens assentem e passam a marchar, sumindo logo em seguida junto com os guardas rendidos. –Esperem meu sinal antes de colocar os uniformes novamente e desarmar os abrigos. –os homens consentem. –Retirem os corpos enquanto isso. Não quero que os vejam.

_Sim, senhor. –dou as costas para o coro e marcho palácio a dentro.

_Agora encontramos o rei? –Merlin corre para me alcançar, um sorriso divertido em seu rosto.

_Sim, agora encontramos o rei. –respondo confiante.

Os corredores estavam abatidos pelo silêncio. O único sinal de algo diferente era as ondulações no carpete, antes perfeito, demonstrando a correria de alguém desesperado para não ser morto. Poderia ser qualquer um, todos aqueles presentes na festa poderiam ter entrado no palácio em meio ao caos, mas só um deles correria escadaria a cima quando o abrigo real é no andar de baixo. Paro sob a escada, hesitante, fecho meus olhos e inspiro fundo, deixando que o ar e a coragem tomem conta de mim. Ele não tem como escapar, está cercado e sem saída, não há pressa. Ainda assim todos os meus instintos gritam para acabar logo com isso.

_Arthur! –acordo dos meus devaneios ao ouvir a voz feminina. Procuro ao redor para encontrá-la correndo em nossa direção. Ela estava linda. A jaqueta de couro e as roupas coladas devem ter ajudado um pouco, suponho, mas ainda assim linda. A arma em sua mão direita e a expressão séria por um momento não me permitiram reconhecê-la, já que estava tão acostumado a vê-la com vestidos.

_Arthur! –ouço novamente sua voz, dessa vez muito mais perto. –Pare de me observar como se eu fosse um pedaço de carne. –encontro seus olhos e coro envergonhado. Ela não parecia verdadeiramente brava, talvez não porque eu a observava, mas sim por ter me distraído do objetivo. Assinto, me recompondo rapidamente e peço que continue com o que dizia. –Os príncipes chegaram ao abrigo. Nossos espiões disseram que se reuniram com a rainha, mas que o rei não está presente.

_Então America está bem? Não está machucada? –ela nega confusa com a súbita pergunta. – Obrigada, Violet. Permaneça por perto e se eu não voltar em dez minutos traga reforços. –ela assente antes de correr na direção oposta.

_Sabe que ela te odeia, não sabe? –Merlin pergunta enquanto subimos as escadas.

_Fique quieto, Merlin, ou ele nos ouvirá. –o repreendo com um sussurro. Ele bufa e me segue.

Royal or RebelOnde histórias criam vida. Descubra agora