Uma escolha e um sonho

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Happy Birthday for meeee

Niver é meu, mas presente pra vcs. 

Boa leituraaa


Pov América

Estamos em silêncio já faz alguns bons minutos. Maxon está desolado, acho que eu também estaria se fosse ele nesse momento, e eu simplesmente não tenho ideia de como fazê-lo superar esse pequeno infortúnio. Sempre soube que Clarkson é o cúmulo de todas as coisas ruins e odiáveis existentes nesse mundo, mas dessa vez ele passou dos limites. Nessa hora até achei que me ameaçar era uma solução melhor do que contratar uma pessoa para segui-lo a cada segundo do dia e lhe reportar todos os passos do filho. Não quero admitir, mas já estou contado os dias para o belo momento em que descobrirei que Clarkson morreu de uma forma muito dolorosa e recebeu todo o tormento merecido. Fecho os olhos e espero. Torço para uma criada abrir a porta e correr para dentro com a notícias. Obviamente isso não aconteceu e tive de voltar à realidade. O rei lhe deu um prazo, um dia que já estava acabando.
_Não vai escolher? –ele resmunga sem me olhar e enfia o rosto no travesseiro.
Dou de ombro e puxa a pasta mais para perto de mim. Me acomodo na cama enquanto folheio as páginas sem prestas muita atenção. Eram todas fichas, quase cem, todas elas exatamente iguais as que tive de preencher para me inscrever na seleção. Me perguntei se eles estavam em falta de papel para fazer novos, mas talvez isso fosse exatamente o que meu sogro quisesse, uma versão masculina de Kriss ou de qualquer garota que Clarkson tivesse esperado que ganhasse. Independente do verdadeiro motivo deste circo, aproveito meus minutos observando as fotos de cada um dos selecionados.
_Eu sempre soube que não era sorteio, mas foi assim que vocês nos escolheram? Vendo quem era a mais bonita da pilha? –ele se levanta, confuso por um momento, mas logo dá de ombros e se junta a mim.
_Não fui eu quem escolhi, então não tenho ideia, minha querida. –sorrio, um pouco triste por toda essa situação. Maxon estava em uma situação horrível meses atrás com toda a loucura de seleção. Seu pai o pressionava e ele se via completamente sem opção. No fim tudo deu certo, sou a prova viva disso, então talvez agora essa bagunça também não se complicaria mais.
_É assim que você está escolhendo? Vendo quem é mais bonito? –meu rosto esquenta imediatamente, porque é exatamente o que fazia. Abaixo a cabeça na esperança de que meu cabelo tampe minha vergonha. Meu pensamento é bastante simples. Se vou ter que escolher de qualquer jeito, melhor que eu possa pelo menos tirar uma vantagem disso tudo.
_Pessoas bonitas tendem a não concordar com seu pai. Veja eu e você. –ele ri baixo. –E veja os conselheiros do rei. –nos encaramos por uns segundos, os dois segurando o riso, mas uma hora foi inevitável.
_Algum nessa pilha não é tão ruim? –finalmente pergunta tomando a pasta das minhas mãos e se deitando de barriga pra cima enquanto observa.
_Quase todos eles tem as mesmas recomendações, mesmas graduações...
_Não esse. –ele me interrompe, se levantando rapidamente e me passando uma folha.
Olho atentamente a ficha. Alaric Wolfgang. Depois de rir mentalmente sobre o nome particularmente estranho olho para Maxon em dúvida, mas ele simplesmente acena com a cabeça indicando que eu deveria continuar lendo. No início era tudo parecido com todos os outros que li. Idade entre os 20, graduação em ciências políticas e economia, quatro línguas diferentes, casta dois e recomendações do exército.
_Não estou vendo nada. –retruco impaciente. Porque ele tem que me fazer procurar quando pode simplesmente apontar para a parte interessante?
_Só leia, America... –bufo, mesmo sem estar verdadeiramente irritada, e continuo. A única informação faltando pra eu ler era a província de nascimento.
_Ele nasceu em Dominica. –não entendo a relevância dessa informação, mas ele parece satisfeito. – Não vejo como isso pode ser de grande ajuda.
_Esse homem nasceu no sul e cresceu no sul. Vê de perto todas as coisas horríveis que acontecem por lá, a pobreza, a miséria tudo.
_Ele é um dois, Maxon, porque um dois se importaria com qualquer coisa que acontece por lá? –entendo seu feixe de esperança, de verdade, mas na minha cabeça é muito pouco provável que esse tal de Alaric não seja um dos homens de Clarkson.
_Eu sou um e me importo com o que acontece lá. –Abro a boca diversas vezes para retrucar, mas simplesmente não tenho argumentos. Maxon é especial, não existem outros como ele. –É melhor do que nada. –finaliza. Faço uma careta, ainda não convencida, e volto a olhar sua ficha. Tento encontrar algo que havia passado despercebido, mas tudo estava igual. É quando noto pela primeira vez sua foto. Seus olhos. Me perco em seus olhos. De alguma forma parecem conhecidos. Eu sei que já havia o visto antes, procuro em minha mente, mas nada aparece.
_O que faremos quando ele chegar? Quer dizer, somos educados ou o ignoramos sempre que pudermos? –Maxon acha graça da minha pergunta.
_Somos educados, minha querida. Deixe meu pai ignorá-lo e quem sabe ele não percebe que gosta mais de nós? –não percebi que ainda observo o papel em minha mão. Meu medo ao saber que era a escolhida de Maxon foi compreender que teria de coexistir com Clarkson até me tornar rainha. Eu estava disposta a sacrificar minha segurança por saber que o homem que amo sempre estaria ao meu lado para garantir minha segurança e impedir o pai de fazer qualquer idiotice. Mesmo não sendo o mais forte, Maxon me fazia sentir segura. Agora eu já não tinha tanta certeza e a possibilidade de ter entrado em um lugar onde nunca vou poder sair me apavora demais.
_Cinco minutos para meia-noite. –a voz de Maxon me acorda do transe. Ele me observa enquanto recoloco a ficha de Alaric de volta à pilha e lhe dou a pasta. –Vem comigo? –faço uma careta, tentada a dizer não e fugir de Clarkson.
_Claro. –que tipo de noiva sou se o deixar ir sozinho enfrentar o pai?
Ele segura minha mão e me guia pelos corredores na calada da noite. Nenhum guarda nos interrompe, eles não perguntam para onde vamos ou ao menos se importam. Tenho passe livre para todos os lugares, entrar e sair do jardim a hora que quiser. Talvez ser princesa não seja tão ruim assim. Clarkson e Amberly estavam no cômodo e tive de segurar meu enjoo ao vê-lo sorrindo para ela. É horrível ter de presenciar enquanto ele mente e esconde coisas dela praticamente todos os dias sem que saiba, é horrível ter de presenciar seu amor incondicional pelo marido quando ele não parece ligar, é horrível saber que ela merece um marido melhor mas nunca poderá ter.
_Decidiram-se? –finalmente pergunta quando nos nota. –Maxon lhe entrega a pasta rigidamente e retira a folha com a ficha de Alaric da pilha.
_Esse. –o filho não poupa frieza.
_Ótima escolha! Ele será um mordomo perfeito, tenho certeza. –pela posição de Amberly era impossível que ela visse o sorriso sádico no rosto do marido, mas vi e tive que me segurar para não arranhar aquele rosto cheio de rugas.
_O que é isso? –a rainha se inclina sobre o marido para ver as folhas em cima da mesa. Clarkson sorri e a abraça.
_Papai achou que seria bom contratar um mordomo para me ajudar. –Maxon tenta não parecer furioso e falha miseravelmente.
_É uma boa ideia, amor. –Amberly sorri para nós, alheia a qualquer tensão daquele cômodo.
_Mais alguma coisa que eu possa fazer para o Senhor? –sei que sua pergunta é retórica, qualquer um vê que ele realmente não tem nenhuma intenção de fazer o que o pai manda, mas Clarkson não parece entender, e se entende, não liga.
_Estamos com falta de guardas desde o último ataque. –Maxon assente. –Como eles em sua maioria eram rebeldes, tivemos de recontratar e os novos recrutas chegarão em alguns dias. Gostaria que supervisionassem a chegada e lhe as deem boas-vindas merecidas. –noto o punho cerrado do meu noivo e rapidamente passo minha mão por sua cintura. O sinto mais relaxado em alguns segundos. _Claro, Senhor.

Royal or RebelOnde histórias criam vida. Descubra agora