Uma conversa esclarecedora... ou não

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Notas da Autora


Voltamosss então não sei se vcs vão gostar, mas eu ri muito dos pensamentos do Maxon
Boa leituraa



Pov América

A arte de saber o que as pessoas sentem somente observando suas expressões corporais é uma habilidade de dar inveja. Poderia fazer muito caso a soubesse, apesar de que naquele momento a única utilidade que possuía para mim era tentar prever uma briga iminente e tentar dissuadi-los da loucura. Conseguia entender exatamente o que Maxon estava sentindo, os meses ao seu lado me permitiram compreender grande parte dos seus vícios e manias. O modo como arqueava os ombros, quase como se sentisse seus ferimentos nas costas latejarem, me indicava seu nervosismo ao caminhar até Alaric. Suas palavras, apesar de convictas e determinadas, soaram trêmulas e sem confiança para mim.

Sabia que a ideia de Alaric saber mais que ele sobre as políticas do próprio país que está destinado a reinar o enlouquece, mas era exatamente o que parecia estar acontecendo. O mordomo poderia estar blefando, é claro, e não conseguiria diferenciar, porque sua expressão estava infalível, sem emoções e temi pelas palavras que estavam à beira de sair de seus lábios.

Permaneci ligeiramente afastada, instinto suponho, porque não me assustaria se os visse rolando pelo chão aos tapas no próximo segundo. Isso não aconteceu, pelo contrário, os dois se observaram por alguns segundos em silêncio, estudando um ao outro, ou simplesmente se segurando para não desferir o primeiro golpe. Conseguia sentir o ódio mútuo no ar, mesmo que só houvesse dois dias que os dois se conheciam. A mente humana é indescritível, quem seria eu para poder afirmar com certeza o motivo para tais sentimentos? Mas se eu tivesse de supor diria que Alaric está decepcionado ao perceber quem Maxon realmente é, mesmo que só tenha visto a pior parte. A

primeira impressão é a que fica e mesmo que o príncipe seja um dos melhores homens que já conheci, Alaric nunca se permitirá vê-lo dessa forma. Do outro lado, Maxon odeia tanto o pai que está cego a qualquer situação o envolvendo, isso inclui seu mordomo/ babá. Estava cansada de vê-los brigando, mas seria hipocrisia minha pedir para Maxon ser educado. Até que me prove o contrário Alaric é um dois arrogante que nunca merecerá meu respeito.

_Como sabe? –Maxon finalmente pergunta, quase rosnando. Ele nunca tentara parecer da realeza ao meu lado, sempre me fizera ver seu lado comum e humilde, mas naquele momento, desde sua postura até seu olhar dirigido para Alaric o descrevia como nobre. Ele podia possuir a maior olheira sob os olhos, ter o cabelo completamente despenteado e o rosto vermelho pelo choro, ainda assim parecia brilhar.

_Não sou estúpido. –ele finalmente sorriu, de escárnio, mas ainda assim botou seus dentes perfeitamente brancos para fora.

Não parecia em nada tocado pela atitude de Maxon, não como eu. Qualquer símbolo de nobreza em meus olhos era completamente ignorado pelo loiro, que simplesmente estufou o peito e praticamente engoliu meu noivo quando o olhou de cima. Alaric era mais alto e forte, mas tinha algo em sua aura diferente, algo que eu não consegui exatamente definir.

_Como sabe? –o príncipe repete a pergunta inicial impacientemente.

_Nasci no sul. –responde dando de ombros imediatamente.

Maxon dá outro passo em sua direção, o faz com que o mordomo tenha de recuar. Alaric teve de se posicionar sob o primeiro degrau da escada ou Maxon o teria empurrado escada a baixo só com um movimento. Percebi a ironia da situação, Alaric também notou, porque olhou para o chão antes de encarar Maxon e sorrir. Pareceu conformado com submissão e cruzou os braços esperando pelo próximo ataque. Estava verdadeiramente impressionada, apesar da conjuntura Alaric simplesmente não desistia da sua arrogância.

Royal or RebelOnde histórias criam vida. Descubra agora