Alaska sempre foi diferente de todos, sempre teve um comportamento diferente das outras crianças, dos outros lobisomens.
Mas tudo mudou quando seu pai a abandonou aos 5 anos, deixando-a com sua mãe e sua irmã.
A perda fez com que sua verdadeira f...
Estava terminando de arrumar a última caixa das poucas coisas que eu levaria daquela casa, eu não aguento mais morar no submundo, é um lugar absurdamente mal cheiroso e perigoso. A cada dia mais conhecidos mortos ou desaparecidos, muitos deles indo pra superfície. Aqui é tudo tão cruel, não existe alegria ou qualquer bom sentimento... Espero que Arya considere ir comigo para o mundo dos humanos.
Arya é um lobisomem, depois da morte de nossa mãe enviei ela para o internato. Lá eu sabia que minha irmã estava segura, que aprenderia tudo que precisasse para viver sem mim. Então eu me afastei completamente, deixei pra ela uma carta onde eu explicava tudo isso e dizia que logo a gente se encontraria.
Na carta que enviei pra Arya ontem fiz o pedido para que a mesma viesse, e deixei o endereço e como ela acharia a casa nova se decidisse vir comigo.
Empilhei a última das cinco caixas e deixei que uma bruxa, amiga minha, a enviasse para meu novo lar. Logo depois me despedi da mesma e em um piscar de olhos estava em meu quarto.
Fui direto para o banheiro e tomei um longo banho, deixando que toda a energia ruim do submundo saísse do meu corpo e a água a levasse pra longe. Me sequei e fui até uma das cinco grandes caixas, tirei algumas roupas da mesma e vesti uma que eu adoro e quase nunca usei.
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Qual a melhor forma de estrear um mundo novo? Isso mesmo, indo a uma festa. Afinal, amanhã mesmo começo minhas aulas em uma escola mundana na qual me matriculei.
Sai de casa e peguei um táxi, pedi ao motorista que me levasse a qualquer lugar com música alta e bebidas que tivesse por ali. Fiquei cerca de 25 minutos dentro do carro e ele parou na frente de um armazém aparentemente abandonado, mas de longe se via luzes coloridas e jovens por todo lado, eu também conseguia sentir o cheiro de bebida e suor, podia ouvir a música que estava tocando, Sorry Not Sorry - Demi Lovato.
Paguei o gentil senhor que dirigia o táxi e sai do mesmo seguindo direto para dentro do armazém. Assim que entrei o cheiro de alcool invadiu minhas narinas com muito mais intensidade, misturado agora com o cheiro conhecido de alguns tipos de cigarro.
Caminhei entre todas aquelas pessoas com certa dificuldade e finalmente cheguei ao barmen, que era lindíssimo por sinal
- Uma garrafa de vodka, por favor. - Falei no ouvido dele para que me ouvisse, ele deu um sorriso de canto e assentiu com a cabeça.
- Vai com calma. - Falou pra mim quando me entregou a garrafa, pisquei pra ele em resposta e sai dali, tirando o lacre da garrafa e virando uma grande dose direto da boca da mesma.
A bebida desceu rasgando na minha garganta, e eu nunca me senti tão viva como naquele momento, parecia que todas as partes do meu corpo tinham começado a funcionar como deveriam.
Comecei a dançar junco com todas aquelas pessoas, mexendo meu corpo de acordo o ritmo da música. Não sei a quanto tempo eu estava ali, só sabia que minha bebida tinha acabado, e eu precisava de mais, muito mais. Antes que eu pudesse começar a rumar para o barmen duas mãos foram para o meu quadril me puxando pra trás ate eu me chocar com outro corpo, um corpo bem forte por sinal. Me virei para quem tinha me puxado e me deparei com um garoto mais alto que eu, loiro, olhos castanhos e uma boca maravilhosa.
Ele tirou a garrafa da minha mão e a deixou cair no chão, de propósito, ri com seu ato jogando minha cabeça pra trás e me afastei um pouco dele. O mesmo sorriu e me puxou novamente, mas dessa vez pra um beijo. Minhas mãos foram ate sua nuca e me permiti arranhar de leve ali, a mão direita dele desceu ate minha bunda, e logo fiz com que ela voltasse a fazer companhia para a esquerda, que se mantinha no meu quadril. Ele riu no meio do beijo com o que eu fiz e não tirou suas mãos do meu quadril novamente.
Passamos o resto da festa assim, ate que eu senti um cheiro vindo dele, no inicio ignorei, mas foi ficando mais forte a cada minuto. Então eu lembrei de onde conhecia esse cheiro.
Ele era um lobisomem.
Não notei antes pois ele escondia muito bem, mas hoje era noite de lua cheia, que faz com que você perca o controle de coisas simples assim sem nem perceber.
Parei nosso beijo com uma mordida em seu lábio inferior e lentamente me afastei, quando finalmente estava livre de seus braços me virei e segui entre aqueles adolescentes bêbados e chapados. Se ele tentasse me seguir pelo cheiro não conseguiria, eu já disse qual é um dos motivos que me faz dizer que metamorfos não tem identidade? Não? Bem, metamorfos não tem um cheiro único, absorvemos quase tudo ao nosso redor, sendo assim, pra lobisomens ficamos praticamente invisíveis.
Sai do armazém e andei rapidamente pelas ruas escuras, logo encontrei um táxi e entrei no mesmo, que me deixou em casa minutos depois. Fui direto para meu quarto, tirei aquela roupa e dormi apenas com uma camisa de baseball, que em mim parecia um vestido. Hoje ainda seria um longo dia, afinal, já se passava da meia-noite.