Café Yukimura

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Benjamin

O dia hoje foi estranho, Cedric se atrasando, Alaska e o trabalho em dupla...
Por que mesmo isso parece estranho? Talvez eu esteja estranho...

Estou em casa estudando o comportamento de lobos durante a lua cheia, acho que posso aprender melhor sobre lobisomens se eu souber sobre lobos.
Mas isso está ficando tão chato, eu deveria fazer um lanche.

Interrompi meus pensamentos sobre um sanduíche enorme com um copo de refrigerante quando escutei um barulho na janela.

Andei até ela e vi Cedric lá embaixo, com uma cara estranha, quase cômica.
Fiz um sinal com a mão dizendo-lhe para subir e me afastei da janela.

- Oi... - Falou depois de entrar.

- O que te traz aqui hoje? Você nunca vem por nada. - Perguntei.

- Eu queria te perguntar uma coisa. - Olhei para ele, encorajando-o a falar. - Estamos tendo algum problema com lobisomens na floresta? - Estranho.

- Não. - Dei de ombros, coisa que o deixou visivelmente aliviado. - Por que? - Perguntei.

- Você vai achar bobeira, não é nada demais. - Falou levantando da minha cama e se preparando pra sair pela janela.

- Bobeira ou não, eu quero saber o motivo da pergunta. - Insisti sério.

Cedric se virou para mim e suspirou, como se estivesse tomando coragem para falar.
Será que é algo tão ruim assim?

- Eu acabei de voltar da casa da Alaska. - Acho que estou começando a entender. - E ela mora colada na entrada da floresta, me preocupei que algo pudesse acontecer com ela ou com a irmã na próxima lua cheia. - Ele encarava a estante que eu uso para colocar os livros da escola que eu trago para casa.

- Você ficou preocupado porque gosta dela, é normal. - Tentei tranquiliza-lo, e ele riu. - Tá rindo de que? -

- Você acha que eu quero ficar com ela? - Perguntou ainda rindo e eu acenti. - Não, Benjamin, eu só quero ser amigo dela. Nada demais. -

- Acho que estou imaginando coisas então... - Refleti. - Mas me diga, o que sabe sobre ela? - Perguntei.

- Por que quer saber sobre ela? - Retrucou.

- Por que preciso fazer um trabalho. - Ele ergueu uma sobrancelha. - Um trabalho que é literalmente sobre ela. - Expliquei.

- Só sei que ela é de Nova York. - Deu de ombros.

- Já é um começo... - Suspirei. - Já pode ir embora.

- Como você ainda tem amigos, cara? - me perguntou meio incrédulo. - Até amanhã miss simpatia. - Revirou os olhos rindo e saiu pela janela.

Parece que vou ter que me esforçar muito pra fazer esse trabalho...
É por isso que o Batman trabalha sozinho, pessoas demais trazem problemas.

E problemas são a única coisa de que não preciso agora.

☆☆☆☆☆☆dia seguinte☆☆☆☆☆☆

Encontro Alaska no Jardim dos fundos do colégio.

O que eu estou fazendo aqui? Simples, matando aula. Odeio filosofia.
É muito chato, muito lento. 
Eu sou do tipo que gosta de aulas mais agitadas, mesmo não me socializando muito com os outros.

- O que está fazendo aqui? - Perguntou me encarando.

- Acho que o mesmo que você. - Deu de ombros. - Qual é a matéria de que está fugindo? - Perguntei me aproximando.

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