Entrega

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Alaska

Meu Deus, como eu odeio acordar cedo. Quem foi o infeliz que decidiu que isso era uma boa ideia? 
Levanto da cama, indo direto pro banheiro e me olho no espelho.
Pele mais pálida que o normal, algumas olheiras e esse azul no cabelo me faz parecer ainda mais doente. Está na hora de mudar.
Fecho os olhos e sorrio ao abrir e ver o resultado.

Termino de fazer o que me levou até ali e troco de roupa, descendo e encontrando Arya na cozinha.

- Uau, bom dia gata, vem sempre aqui? - Perguntou com um sorriso de canto e empurrou uma caneca de café  na minha direção.

- Engraçadinha. - Sorri.

Terminamos de tomar o café e seguimos pra escola, eu realmente tenho que comprar uma moto, não nasci pra andar não. É claro que um carro é mais seguro e cabe mais gente, mas eu só tenho Arya na minha vida, não preciso de mais espaço pra levar ninguém.

- A gente se encontra mais tarde, tenho que encontrar o Bernardo. - Falei já me distanciando.

Bernardo e eu ficamos próximos depois do meu primeiro dia como ajudante do time. Bem, ele deve ter achado melhor ser meu amigo do que meu inimigo.
Começo a rodar pela escola com mil coisas em mente, como a volta de Marcel, o que vou fazer pro trabalho de cultura e cidadania... Eu realmente só decidi que vou cantar. Não sei a música, não sei se vai ter instrumento no meio. Um desastre.

- Calma! - Bati contra um corpo mais alto de voz rouca.

- Calma o caralho... Ah, tava te procurando. - Respondi ao notar que bati contra ele.

- Olha, eu sei que você me quer, mas você está num relacionamento com o Benjamin e pegaria mal pra mim ficar com você agora. - Falou de forma calma e compreensiva.

Ergui minha sobrancelha pra ele, não acreditando na idiotice do sujeito.

- Já falei pra você parar de usar essa droga ruim. - Ele riu. - Quero ajuda pra escolher uma música pra cantar na apresentação do trabalho de cultura e cidadania. - Expliquei voltando a andar.

- Sobre o Benjamin, certo? - Assenti com a cabeça. - Canta Carry On My Wayward Son.

- Tá bom, obrigada. - Falei me despedindo.

- Pera lá, nem um abraço pra pessoa que te ajudou? Que isso? - Perguntou segurando meu braço e me puxando pra ele.

Acho que pelo fato de humanos não nascerem com muito pelo, ou com a possibilidade de ter pelos, eles necessitam constantemente de contato físico com outras pessoas.

- Já está bom, não acha? - Perguntei abafada.

- Agora está. - Falou depois de me apertar um pouco mais contra ele. - Você está vermelha. - Riu.

- Se não tivesse me ajudado eu mataria você agora. - Falei cerrando meus olhos sobre ele e voltei a seguir meu caminho.

- A propósito, você está uma gata! - Gritou, me virei pra ele ainda andando e mandei um beijo em forma de agradecimento.

Pode parecer estranho, mas eu lido bem com o Berna, eu diria que somos como doce e salgado, diferentes, porém um complementa o outro.
Digo isso não no sentido romântico da palavra, mais como uma dupla, acho que não sei explicar bem. Somos como tequila e sal também. Uma combinação perfeita para certos momentos. 

É isso ai, somos como tequila e sal.

Chego na sala pouco antes do professor entrar e como de costume me sento no fundão, junto com os bagunceiros e aqueles que apenas querem dormir na aula.
Ele inicia a aula como de costume, perguntando como foi nossa semana e tudo mais. Matias é literalmente o professor mais amado dessa escola, além do fato dele ser jovem e bonito é muito bom na hora de interagir com a gente, não nos trata como idiotas, como alguns professores fazem

- Então pessoal, vamos começar as apresentações? - Falou batendo uma mão na outra e olhando na chamada. - Alaska e Benjamin? - Falou nos procurando em meio aos outros alunos.

Na verdade eu nem tinha visto que ele estava na sala.
Me levantei vagarosamente e pedi o violão de uma menina emprestado.

- Rapazes primeiro. - Falei estendendo a mão pra que ele começasse.

- Não é ao contrário? - Perguntou rindo.

- Você vai começar, Alaska. - Matias disse sorrindo fofo. - E a propósito, ficou ótima assim. - Falou apontando pro meu cabelo. Apenas sorri em agradecimento e tirei o violão da "capa" dele.

Dedilhei o instrumento pesado, começando a cantar a música melodiosa que sim, eu consegui decorar com facilidade.

- Carry on my wayward son - Cantei mais alto, como na música que escutei, ainda de olhos fechados sem poder ou querer olhar pras pessoas à minha frente.
Ao terminar de tocar os últimos acordes da música abri meus olhos normalmente, recebendo aplausos da turma.

Forcei um pequeno sorriso de agradecimento e esperei que Benjamin continuasse com sua apresentação.

Ele leu um texto com palavras chave, digamos assim, a cada palavra uma pequena descrição. Eis uma delas:

Independente, não espera que os outros a sigam, nem mesmo que gostem, Alaska Dhoruba só vai lá e faz, com esplendor.

Assumo que algumas dessas palavras me encantaram, e eu realmente não sei bem como reagir. Não estou acostumada a receber um elogio tão elaborado.
Acho que parte desse trabalho é isso, um elogio a vida do outro, a sua existência que se torna especial e querida. Se não pra você, para o outro. Algo que demonstra como você enxerga a pessoa na sua frente e nunca pensou em dizer.

- Bom trabalho jovens, podem sentar. - Matias falou com seu melhor sorriso no rosto. 






Capítulo curto? Sim.
Ruim? Sim.
Depois de MTO tempo? Sim.
Sinto mto? Sim.

Mas pelo menos eu voltei né kk, vou tentar atualizar sempre agr, e já estou elaborando o próximo capítulo.
Vcs gostam de festas?

🌻sei que não tô merecendo, mas curtam e comentem🌻

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