TENTANDO SABER QUEM SOMOS - Livro I

Capítulo 15

O enorme prédio do qual dava vida ao renomado colégio JF, tinha um enorme e muito bem cuidado jardim. Com plantas, árvores e flores de diversos tipos, ele fazia com que qualquer um admirasse o lugar. Porém, naquele momento, nem a Mel e nem o Guilherme observavam o tão lindo jardim.

Pego de surpresa pelo beijo, Guilherme no primeiro momento ficou sem entender o que estava acontecendo. Mas, quando realmente entendeu o que Mel queria dizer com "não sei se o que fizemos era o certo", ela se afastou dele. Cessando o beijo, ela passou as mãos pelo cabelo e fechou os olhos.

— O que eu estou fazendo? — Ela se questionou sem olhar para Guilherme.

Ele iria fazer esta pergunta para ela, mas Gui percebeu o quão atordoada e confusa ela estava.

Mel respirou fundo e então olhou para Guilherme. Foi estranho beijá-lo, era como se toda a química que um dia tiveram tivesse ido embora, mas o que mais a confundia era o fato de ter ficado com raiva de saber do beijo dele com a Gabi. Melanie afirmava para si mesma que só estava brava pelo fato dele ter a traído, mas no fundo, ela tinha medo de que estivesse com ciúmes, como Chay afirmou que ela estava.

— Mel, você ainda gosta de mim? — Guilherme perguntou confuso.

Ele não entendia realmente o que estava acontecendo, afinal, tanto ele quanto ela não estavam mais felizes com o relacionamento, até chegar ao ponto de terminarem. Guilherme encostou-se no muro alto que rodeava o colégio. Ele esperava mesmo que a Mel discutisse muito com ele, mas em momento algum pensou que ela o beijaria.

— Pode ter certeza que neste momento eu não gosto de você, muito pelo contrário — ela diz sarcasticamente.

— Mel, estou falando sério — ele diz. — Por que me beijou? Pensei que estivesse com o Chay.

Mel fechou os olhos novamente. Chay. Tinham discutido porque ele achava que ela estava com ciúmes do Guilherme. Por mais que negasse isto, Mel também pensava que poderia estar.

— Pensei que o nosso relacionamento tinha terminado numa boa, sem nenhum estar sentindo nada pelo outro ainda.

— Estávamos muito bem até saber que você me traiu — ela replicou. — Eu não sinto nada por você, a não ser raiva.

— Por que me beijou então?

— Vai ficar falando do beijo agora? Foi um erro — Mel retruca. — Te beijei porque você é tão idiota que só me deixa confusa.

— Isso quer dizer que ainda gosta de mim?

Mel não responde imediatamente. Não conseguia formar uma resposta para aquela pergunta. Antes de saber da traição, ela tinha certeza de que não tinha mais nenhum sentimento ou atração por Guilherme que envolvesse um relacionamento amoroso, mas ao saber da traição, a raiva tomou conta de si e foi aí que ela se confundiu, afinal, podia ser ciúmes. Porém, depois de beijá-lo, era estranho talvez sentir algo por ele já que o beijo não era como antes. Não gostava mais dele como um namorado, mas também não entendia o que sentia.

— Não gosto — ela afirma. — Mas também não entendo o que estou sentindo. Estou com raiva de você. Estou com raiva da Gabriela. Estou com raiva de mim por estar com raiva de vocês. Por que você tinha que me trair? Por que não terminou comigo antes?

Guilherme suspira. Ele sabia que tinha sido realmente um babaca. Não deveria ter ficado com a Gabriela enquanto estava com a Mel, mas também não conseguia explicar para ela o que estava sentindo, até porque não justificaria.

— Eu sei que talvez você não vá me perdoar, mas eu realmente sinto muito. Eu sou um idiota e você não merecia ter passado por isso.

— Eu estava tão feliz em saber que mesmo após o término, ainda seríamos amigos, mas não. Não seremos mais nada — ela afirma. — Sabe o que me machuca mais?