Capítulo 28

96 6 1
                                    

Após um silêncio absoluto durante todo o caminho, Gabriela adentrava a casa de Guilherme, com o mesmo. Com toda a ansiedade que estava sentido, o caminho do colégio até a casa de Guilherme, parecia uma eternidade, mas agora, já estando ali, parecia ter passado muito rápido.

— Tem certeza que não tem ninguém em casa? — Gabriela pergunta para Guilherme, que ainda veste o uniforme de educação física, estando totalmente suado.

— Sim, Linda — ele confirma. — Meu pai tem casos importantes para resolver hoje, vai chegar tarde.

Na sala de estar, Gabriela observa tudo ao seu redor. Não era a primeira vez que estava ali, mas era a primeira vez que estava ali para fazer o que tinha ido fazer.

— Sabe, eu achei ótimo essa ideia de matar as últimas aulas — Guilherme conta, sentando-se no sofá. — Não estava a fim de pensar em matemática e em números. Que tal assistirmos uma série nova?

Gabriela não tinha contado para ele o que estava em sua mente. Quando ele perguntou se estava acontecendo algo, já que ela não gostava de matar aula, Gabi só respondeu que queria espairecer um pouco. Tinha deixado para contar quando eles chegassem, mas ela ainda não conseguia dizer com todas as palavras.

— Por que a gente não sobe para o seu quarto? — Gabriela sugere, fazendo Guilherme a olhar, sem entender. — Você tem TV no quarto, é melhor lá.

Subir cada degrau daquela escada que a levava para o segundo andar só fazia Gabriela se questionar ainda mais.

"Não era para ser assim..."

Não importa se era ou não para ser assim, era a única solução no momento e já tinha se decidido, não arriscaria tudo. Não podia permitir que destruíssem a vida de seu irmão.

— Qual série você quer assistir? Lançou uma agora...

— Não quero assistir séries — Gabriela o interrompe, após ela mesma fechar a porta e lentamente trancá-la.

Totalmente perdido com o que estava acontecendo, Guilherme não conseguia compreender aquilo tudo. Aquela não parecia a Gabriela. O olhar parecia estar em choque, com medo ou algo assim. Ela parecia ansiosa. Entretanto, quando questionou, mais de uma vez, durante o caminho, ela afirmou que estava bem.

— Está tudo bem mesmo?

Gabriela respira fundo antes de se virar para ele.

"Vai dar certo..."

"É só o Gui..."

— Está tudo ótimo — ela sussurra.

Guilherme a observa. Estavam eles dois em pés, parados no meio daquele quarto. Todo organizado, porque Guilherme quase nunca o deixava bagunçado.

— Lembra de todas aquelas nossas conversas sobre eu estar esperando a hora certa? Esperando o momento certo para transarmos?

Era mais fácil começar deste jeito, com perguntas. Gabriela esperava que Guilherme deduzisse sozinho o que ela estava querendo dizer. Afinal, ele estava esperando por isto há meses.

— Sim, eu me lembro — Guilherme concorda rapidamente. — E você sabe que eu concordo plenamente, não é? Eu juro que não estou te pressionando. Me desculpe se eu fiz isto em algum...

— Não, Guilherme. Não é isso o que quero dizer.

— Então o que é?

Pelo visto ele não conseguiria chegar a própria conclusão sozinho. Depois de tanto esperar e de sempre fazer ao máximo para não parecer estar pressionando-a para fazerem sexo, ele realmente não conseguia imaginar que era justamente isto que ela iria propor.

TENTANDO SABER QUEM SOMOS - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora