Capítulo 26

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Mudanças acontecem e pessoas saem e entram em nossas vidas, porém, tem aquelas pessoas que é impossível não sentir a falta e que desejamos constantemente que voltem para a nossa vida e não saiam nunca mais. Era assim para Gabriela. Sentados na sala de jogos da casa de Sara, com a amiga, o amigo e o namorado, era como se todo o sofrimento do último ano não tivesse existido.

Já fazia quase duas semanas que Sara tinha recebido alta, porém, ainda com a perna enfaixada, a garota se movimentava pouco e só com as muletas. Por isso, Gabi passava horas com ela, em sua casa. Saia do colégio e ia direto para a casa da amiga, posando a maioria das noites ali, com ela. Sendo hoje sábado, Gabriela convidou Guilherme para ir com ela para casa de Sara, afinal, tinha passado todos esses dias longe dele.

— Sério, vocês são muito ruins — Marco sorri ao ganhar mais uma vez no jogo de dança – É fácil demais ganhar de vocês no Just Dance.

— Espera eu poder ficar em pé sem uma muleta e você verá como é perder.

— Sou péssimo mesmo — assume Guilherme, sentando-se no chão, encostando as costas no sofá.

— Nosso refrigerante está acabando — Gabriela comenta ao beber o último copo de Coca-Cola que ainda restava. — Marco, vai lá buscar mais.

— Você é folgada, hein? Só vou porque eu também quero.

— Guilherme, vá com ele e traga mais sanduíches e salgadinhos — Sara pede. — A Rosa vai estar na cozinha, é só pedir para ela.

— Claro, eu busco.

Pegando os jogos que a amiga tem para escolher qual o próximo que vão jogar, Gabriela observa o namorado indo atrás de Marco. Como sempre, ele estava sendo extremamente atencioso.

— Fiquei surpresa quando você disse que estava namorando, pois sabemos que você sempre odiou esta ideia — Sara começa. — Mas, até eu namoraria se fosse esse garoto. Ele é lindo e melhor ainda, é gostoso.

— É mesmo, não é? — Gabriela ri. — Além disso, ele é muito fofo, carinhoso e atencioso.

— É, você está realmente apaixonada.

Sara joga a almofada que estava ao seu lado na amiga, rindo. Era surpreendente como tudo era tão parecido ao que era antes e, ao mesmo tempo tão diferente. Antes elas eram amigas que não se desgrudavam, como estão agora. No entanto, antes o Marco não estava morando no Brasil e Gabriela não tinha um namorado e, agora, tudo isso tornava aquela situação diferente. Mas, surpreendentemente, era um diferente bom.

— Meninas, oi — Sandra entra na sala. — Sara, está na hora do seu remédio.

Entregando um copo d'água e um comprimido para a filha, Sandra espera ela tomar o remédio.

— Vou ter que sair rapidinho, ok? É só um problema que preciso ver no hotel, mas é super-rápido, prometo voltar logo — Sandra pega o copo novamente. — Se você preferir, eu fico aqui e tento resolver por telefone...

— Mãe, você pode ir — Sara a interrompe. — Estou bem, a gente está se divertindo. Fica tranquila.

Sandra respira fundo. Mesmo que já fizesse duas semanas que o acidente tinha acontecido, ainda morria de medo de que algo pior acontecesse com a filha, como se aquele dia fosse voltar. Preferia ficar o tempo todo com ela, como se ao vê-la, nada de ruim pudesse acontecer.

— Tudo bem, eu vou. Mas se precisar é só me ligar. Ah, e mais tarde nós temos retorno com o médico e depois a consulta com a psicóloga, você se lembra?

TENTANDO SABER QUEM SOMOS - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora