Capítulo 24

165 8 2
                                    

Reunidos na segunda sala de reunião, que era a maior, os alunos esperavam pelo diretor que tinha marcado aquela reunião para dar aos alunos um comunicado. Mesmo com alguns murmúrios sobre o que poderia ser, os alunos não sabiam realmente o que o diretor queria com eles, até porque era muito raro Jorge, o diretor, marcar uma reunião direta com todos. O que muitos estranhavam é que fazia uma semana que tinha tido uma reunião com os pais e os responsáveis dos alunos marcada de última hora. Mesmo que alguns pais tenham dito algumas coisas que tinham sido discutidas na reunião, ninguém realmente conseguia imaginar algo bom resultando do comunicado que o diretor iria dizer hoje.

— A gente poderia aproveitar que estão todos aqui e ir para outro lugar — Guilherme sussurrou no ouvido da namorada ao abraça-la por trás.

— Imagino o que você quer fazer em outro lugar, seu pervertido — Gabriela murmurou rindo.

Guilherme apenas a puxou, aproximando-os mais e, levemente, mordeu o lóbulo da orelha dela e logo em seguida disse:

— Não tenho culpa se você é tão irresistível.

Gabriela suspirou. Era impossível não ficar se lembrando de todos os momentos em que eles avançaram um pouco o sinal. Desde a festa da Mel, há duas semanas, eles vinham tendo momentos mais quentes, se assim ela podia dizer. Todavia, nada acontecia realmente de fato porque, como ela mesma já tinha dito, não era a hora certa para ela.

Guilherme respeitava e simplesmente deixava as coisas continuarem como estão. Eles nunca conversam sobre isso. Eles nunca falavam sobre o que poderia acontecer e não aconteceu. Para ambos, isso parecia bom.

— Sinceramente, vocês deveriam se trancar num quarto — Sophia provocou, aproximando deles com Arthur e Lua. — Ninguém suporta mais esse cheiro de excitação que vocês exalam.

Gabriela mostrou a língua para a amiga que ria junto com os outros. Sophia já tinha percebido que Gabi ficava desconfortável com o assunto, então, sempre que podia, ela a provocava.

— Não adianta nada, o Gui está em abstinência — Arthur começa rindo e, Guilherme, negando com a cabeça tenta fazer o amigo parar de falar, mas não obtém sucesso. — Nunca acontece nada, não é, Gui?

Lua belisca o namorado que então para de rir e olha para os amigos, percebendo que Gabriela não parece contente com a brincadeira.

— Nunca acontece nada, não é, Guilherme? — Ele replica, separando-se dele. — Sinto muito pela sua abstinência.

Guilherme queria socar o amigo. Tinha conversado com Arthur sobre sua situação sexual, mas não era para Gabriela saber, porque iria parecer que ele estava reclamando.

— Gabi — ele tenta abraça-la novamente, mas ela o afasta, indo para frente, perto de Marco.

— Lindo, você é lerdo às vezes, não é? — Lua retruca para o namorado.

— Eu só estava brincando — ele sussurra para a namorada.

Interrompendo a conversa deles, o diretor Jorge se posiciona na frente dos alunos. Ele pede a atenção de todos, começando a dizer o porquê daquela reunião.

— Como vocês já sabem, há uma semana, os responsáveis foram chamados para uma reunião e mesmo que ainda não tivesse tudo acertado, eles podem ter dito o porquê daquela reunião para vocês...

— É sobre deixar de lado a obrigatoriedade do internato? — Pergunta um aluno ruivo que parecia animado com a possibilidade.

— Sim, é sobre isso — Jorge confirma. — Recebemos nos últimos anos muitos alunos que não desejavam estudar em um semi-internato, querendo voltar para suas casas no fim da tarde e há tempos, viemos pensando nesses alunos.

TENTANDO SABER QUEM SOMOS - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora