Os Reinos de Oregon - Livro 1

I - A Grande Macieira

Nenhum ser vivente nos cinco reinos sabia da existência deste anel, e contava-se histórias por gerações de que a floresta é mágica e misteriosa, e que jamais se podia entrar lá, pois era habitada por criaturas muito perigosas. Dentre os cinco reinos o maior é Ravika, governado pelo Rei Milo e a Rainha Amice, ali se concentra o grande comércio de Oregon. Mulheres e crianças comercializam as mercadorias, pedras e outros itens de valor achados no mar. Todos os Reinos trocam mercadorias por dinheiro ou compram essas mercadorias dos comerciantes locais. Ao lado direito de Ravika, fica o reino de Arkania governado pelo Rei Lowryn e a Rainha Agnes. A maior parte do mar pertence a eles. Pouco se tem de terras, apenas um pequeno vilarejo que os homens criam galinhas e o cultivo de sementes de trigo e cevada. O mar bate nas rochas na encosta da areia fina como o sal. Peixes de todos os tamanhos e espécies vivem por ali. Da beira das águas do mar dá para se avistar na encosta o entroncamento entre os reinos vizinhos que são separados por enormes muros de pedra. As mulheres de Arkania ficam de manhã até a noite na beira do mar tingindo tecidos e conversando umas com as outras, olhando para tentar avistar seus companheiros voltarem com o que conseguiram no comércio de Ravika. E na esquerda de Ravika, em uma pequena região fica o reino de Argito governado por Percefolo e Aila. Seu maior recurso são as ovelhas. Os criadores tiram a lã e levam para suas casas para suas mulheres tecerem roupas e posteriormente transportar e vender, e o dinheiro conseguido nas vendas são entregues ao general, o encarregado da alimentação do Reino. Se alguém aparecer em Argito com alimentos e bebidas que não tiver sido entregue pelas autoridades, este será queimado em praça pública e as cinzas deixadas para alertar quem também fizer desfeita da regra. E por fim os outros dois reinos são Zenvar e Galaz. Dividem fronteiras cercados por um grande portal que leva a floresta. Estes dois reinos ocupam a parte superior de Oregon, e dos seus muros de aproximadamente dois metros de altura, avista-se enormes galhos floridos encobrindo toda a extensão. A direita fica o reino de Zenvar de Murik e Lyudmila. Camponeses trabalham no cultivo de milho e de soja. As mulheres por lá tem o costume de ficar nas suas casas a espera de seus companheiros com o que conseguem na colheita do dia, que são trocados por mais sementes em Ravika. Do lado esquerdo fica o reino de Galaz do Rei Faremir e da Rainha Freya. A região mais árida de Oregon. Não se tem camponeses, somente comerciantes que coletam jóias e outros objetos que são achados soterrados trazidos pela forte correnteza do mar que sopra as areias secas. Estes viajam para os outros reinos, para tentar negociar por alimentos e bebidas. As mulheres por sua vez ficam nas portas de suas casas conversando e contando as histórias de seus companheiros. Rindo umas das outras até a noite chegar. E assim que os comerciantes voltam para Galaz com o que conseguem.
Em Ravika todos os dias as ruas do centro ficam lotadas de comerciantes que vendem de tudo desde pequenos anéis a grandes animais, existe de tudo que podemos imaginar. Mulheres e crianças andam a procura de alimentos, bebidas, plantas, itens de decoração, tecidos para roupas e joias. Os mais espertos conseguem trocar pedras preciosas por grande quantidade de alimentos. Em toda parte há moradores de rua pedindo moedas ou alguma coisa para matar a fome. As nobres dos outros Reinos só entram em Ravika na companhia de uma cerva ou de seus maridos. Rebeca é a princesa de Zenvar, ela gosta muito de ir a cidade para passear, e ver os diversos itens de beleza entre anéis, pulseiras, colares, brincos e presilha de cabelo.

- Venha garota - aproxime-se, temos os mais diversos modelos a sua escolha - dizia o vendedor de colares assim que avistou Rebeca vindo em direção a sua tenda.

Uma garota de pele morena, alta de cabelos compridos à acompanha, sua serva Gaia. A princesa não gostava muito de ser reconhecida pelas pessoas, poucos comerciantes sabiam que aquela linda garota branca, meiga e de cabelos amarelados cobertos por um véu florido era a princesa de Zenvar. Ficar no castelo sempre foi o maior tédio para ela. Ficava a maior parte do tempo com a sua serva no harém conversando com as outras mulheres sobre o que ouviam dos homens, pois era sendo a princesa que precisava ficar ali a espera do escolhido para ela, por mais que ela odiase a regra deveria seguir. Ainda na cidade, Gaia alerta a princesa que precisariam voltar para Zenvar, pois a Rainha devia já estar preocupada. E a medida que andavam e entravam nas ruelas ouviam os comerciantes gritarem por todos os cantos.