Capítulo 11 "Festa" (Parte 01)

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- Isso é loucura!

Foi o que eu disse quando Alex estacionou na parte de trás da casa de seu amigo, Josh. Foi a única coisa que passou em minha mente quando me deparei com aquele cenário. Do lado de fora havia um número incontável de pessoas, algumas fumando, algumas beijando... garotas de biquíni sentadas á beira da piscina iluminada com objetos infláveis dentro, e pessoas bêbadas demais para se manterem sob duas pernas.

Pessoas demais, pessoas desconhecidas demais. Senti uma onda de pânico rastejar por minha espinha. – Calma, vai ficar tudo bem. – Alex miou procurando me tranquilizar, deslizando para fora do carro, enquanto eu o imitava e alcançando meus dedos quando finalmente se colocou ao meu lado

- Uau, vocês sabem mesmo dar uma festa. – Disse sem fôlego, havia um DJ, posicionado frente à piscina, de onde algumas garotas já pulavam e gritavam, havia uma pirâmide de cervejas ao lado da porta, e gente pulando no ritmo da batida enquanto algumas ocasionalmente escorregavam pelo piso molhado.

Eu resfoleguei quando Alex nos conduziu para dentro da casa, e fiquei surpresa por saber que o evento monocromático que ocorria do lado de fora não era nem da metade daquela festa. Do lado de dentro, a sala de estar fora tomada por luzes psicodélicas enquanto as pessoas dançavam no ritmo da batida, Alex procurou sem dificuldade (sendo pelo menos uma cabeça mais alto que metade da festa) o anfitrião, sem sucesso, e quando não achou, colocou as mãos quentes nos meus ombros e nos fez atravessar um mar de pessoas, para irmos ao que notei ser a cozinha. Pessoas iam pra lá e pra cá com salgadinhos chips, e copos descartáveis, o cheiro de álcool tomava todo o lugar, melancias atômicas, barris de cerveja, pequenos copos de whisky dispostos pelo balcão, tudo era estranho e desconfortavelmente... familiar.

- Aí está você! – Gritou Alex, irrompendo pelas pessoas e atravessando até Josh que virou um dos copinhos de whisky na boca de uma garota loira bronzeada.

- Aqui estou eu. – Disse ele abrindo os braços, enquanto a garota comemorava o feito com pulinhos. Os olhos do garoto desceram por mim um par de vezes antes de Alex limpar a garganta incomodado. – E aqui estamos nós. – Disse ele com as sobrancelhas subindo num tom sugestivo, eu sorri acenando.

- Ela não é para o seu bico Williams. – Alex rugiu, Josh levantou uma sobrancelha esperta e me entregou um copo descartável com bebida enquanto enchia outro para Alex.

- E é para o seu? – Eu rapidamente desviei o olhar, virando o copo em meus lábios e encarando qualquer coisa que não fosse o ruivo e o loiro na minha frente.

- É o que eu espero. – Disse Alex, numa discrição falha que chegou mais do que claramente em meus ouvidos atentos. Josh soltou uma risada um tanto embriagada, e espalmou uma de suas mãos em minhas costas, empurrando suavemente Alex, que protestou rosnando pro amigo.

- Piscina abertas pra garotas. – Ele piscou. – Bebida liberada, tem bolinhos na geladeira, mas não conta para o Brian. "Mí casa su casa, " divirta-se. – Ele piscou e se afastou quando uma pequena discussão se iniciou na sala. Foram os dedos de Alex que substituiu os de Josh segundos depois.

- Vamos lá, vamos nos divertir um pouco.

***

A música deslizava sob nossas cabeças, descendo por meu corpo e fazendo-o acompanhar seu ritmo, eu sorri quando uma mão desceu por minha espinha, e parou no final de minha cintura, me puxando contra si, senti sua boca tão próxima da minha orelha, e arquejei uma vez mais quando senti seu sorriso sob a minha pele, eu me virei para seu peitoral amplo e deitei meus braços ao redor de seu pescoço. Os olhos de Alex me encararam, imensidão verde, seus dentes torceram-se sob seu lábio, e eu sabia o que ele estava pensando, por quê eu queria a mesma coisa, talvez fosse o efeito da bebida aquecendo meu sangue, enquanto anuviava minha mente, e entorpecia meus sentidos, mas eu queria, e eu tinha certeza, ou foi isso que pensei. Pelo menos até enxerga-lo ali, parado, olhos negros, terrivelmente negros, e de repente não era preciso o efeito do álcool deslizar por minhas veias e correr para meu cérebro para mim me sentir daquele jeito. Não, não era a mesma coisa, centena de vezes mais intenso, eu fechei os olhos com força.

DESAPAIXONADAOnde histórias criam vida. Descubra agora