CAPÍTULO 34: A Bienal (Parte III)

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O delegado estava achando graça na denúncia que o Lucas Duarte estava fazendo sobre um suposto atentado que aconteceria na Bienal.

— Você acha que aqui é o Iraque? — Ele riu. — Tudo bem que o Rio de Janeiro é perigoso, mas nem tanto jornalista.

— Eu não sei como o atentado vai ocorrer. E eu também não sei o que vão fazer. Eu só sei que algo muito ruim está para acontecer nesse evento.

— Se aproxime. — O delegado sussurrou. — Eu sei que vocês jornalistas, artistas, escritores e afins tem um certo relacionamento íntimo com a maconha. — Ele ironizou. — É crime, mas eu sei que é divertido. Só pega leve tudo bem?

O Lucas sabia que seria inútil tentar falar algo com as autoridades sem uma prova concreta. Os policiais não estavam recebendo o salário corretamente do governo, e isso dificultava mais eles quererem trabalhar de verdade. A preocupação deles com a população estava caindo drasticamente. Ele desistiu de tentar explicar e saiu da delegacia. Ele sabia que algo iria acontecer. Então, ele pegou o carro e foi em direção a Bienal. Ele precisava tirar o Victor daquele local.

A Bienal do Livro Rio é um lugar onde os astros principais são os livros. É o maior evento literário do país onde leitores e autores se cruzam e o néctar são as obras e mais obras literárias que preenchem todo o pavilhão. O evento acontece no Riocentro localizado no bairro do Jacarepaguá. A Roberta e o Victor estavam no pavilhão azul onde ficava localizado a A Editora™. Ela estava falando com os jornalistas como sempre dando o seu discurso motivacional. Muitos leitores estavam se aproximando tentando falar com o Victor sobre as suas duas obras e também a respeito do sequestro da Emily e ele não estava conseguindo focar em nenhuma pergunta. Ele só queria arrumar um jeito de sair daquele lugar. O seu celular vibrou e ele foi ver o que era e tinha uma mensagem de texto. Era o Lucas dizendo que o carro estava no estacionamento e que ele estava o aguardando. A Roberta atendeu o celular e pediu licença aos jornalistas e ela começou a se afastar. O Victor sabia que aquilo era o sinal de que algo iria acontecer. Quando um som ecoou por todo o pavilhão. Depois outro, e mais outro. Eram explosões. As pessoas começaram a entrar em desespero e todas correram uma empurrando as outras. Ele quase caiu tentando seguir a multidão e uma explosão ocorreu próximo deles. Foram vários estilhaços para todos os lados, e um incêndio começou a surgir. Algumas pessoas estavam correndo com os seus corpos em chamas e a cena deixou o Victor horrorizado. Ele correu para o estacionamento e conseguiu achar o carro do Lucas. Ele entrou desesperado. Tinham pessoas caindo e sendo pisoteadas pela multidão. O caos se espalhou.

— Precisamos sair daqui agora. — Victor gritou. — Agora!

O Lucas apertou o acelerador e começou a sair do Riocentro indo em direção a Penedo. A Roberta estava longe se divertindo e observando a multidão quando o seu celular retirou a sua atenção. Era o seu marido o Kaio ligando.

— Eu estou ocupada. — Ela atendeu.

— Só estou ligando para lhe dar uma ótima notícia. — Ele sorria. — Agora eu sou o único dono da A Editora™ graças ao seu falecido guarda-costas o Carlos.

A informação fez o coração da Roberta acelerar. O Kaio descobriu tudo. E o que era pior ele se tornou o dono da empresa.

— E tem mais uma coisa. — Ele concluiu. — Você se lembra da Jessica Müller do jornal Califórnia? Eu orientei a ela a ficar do meu lado e ela me liberou em primeira mão tudo o que você fez contra o Jefferson que liga os seus crimes aos autores mortos. E tudo será divulgado amanhã em todos os canais de comunicação. Você não acha isso genial meu amor? — Ele ironizou.

A fúria de Roberta despertou o que havia de pior nela. Nesse momento ela só tinha uma coisa em mente. Acabar de uma vez com o seu maldito marido. Todos os planos foram por água abaixo. Mas ela não permitiria perder a A Editora™ para ele de jeito nenhum. Agora era lutar ou morrer por isso.

— Eu espero que você esteja com saudades. — Ela estava tremendo de raiva. — Porque eu estou perdidamente louca para te visitar. — Ela desligou o telefone.

"Maldito desgraçado!" Ela sussurrou voltando a pegar no celular e discando o número do Tenório.

— Mudanças de planos Tenório! – Ela caminhava rapidamente.

— O que houve?

— Eu estou voltado para São Paulo agora, e você elimina o Duarte, a Emily e o Victor. — Ela usava um tom rude. — Eu não quero erros, eu não quero rastros. Desapareça com eles.

— Mas o que aconteceu? — Tenório ficou curioso.

— Meu marido. — Roberta estava furiosa. — Eu vou matar o meu marido!

 — Eu vou matar o meu marido!

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