"Cause there's always time for second guesses,
I don't wanna know!
If you're gonna be the death of me,
That's how I wanna go." - Collar Full - Panic! At The Disco.
Acordei alarmado pelos gritos, cheguei a cogitar a possibilidade de um incêndio, mas logo depois descartei essa possibilidade por causa da música alta que vinha da parte de baixo da casa.
Me perguntava o que estava acontecendo, enquanto me acordava propriamente. Mas o que poderia estar acontecendo, era somente mais um dia normal.
Ah, mas não era. Depois me lembrei.
Era meu aniversário. Meu e da dona dos gritos exasperados de felicidade que subia as escadas correndo.
Ela adentrou meu quarto como um furacão e pulou em minha cama. A muda pergunta "está feliz?" já sendo respondida pelo sorriso em seu rosto.
- Levanta Dani! - disse Mariana pulando na minha cama - Ou você pretende passar o nosso aniversário de 15 anos deitado?
- Pretender eu não pretendo, já querer é outro assunto... - falei me levantando e indo em direção ao meu banheiro.
- Deixa de ser chato. Nós esperamos esse dia por anos. - resmungou minha irmã me seguindo.
- Não, você esperou esse dia por anos. Pra mim é só um dia como os outros. - parei me virando para a garota - O que eu nunca entendi foi essa sua obsessão por essa festa de 15 anos. A tradição aqui é de 16!
- Sim, eu sei, eu sei. Mas a vovó gostaria que fizéssemos isso. - sorri à lembrança de nossa avó paterna, nascida brasileira mas criada aqui na Inglaterra, ela sempre tentou manter as tradições de sua terra natal, mesmo que nem lembrasse de lá. O sonho dela era ver seus netos fazendo 15 anos, mais especificamente a neta. Meu sorriso sumiu ao lembrar que ela não poderia ver-nos, já que havia falecido a alguns anos por um enfarte. Suspirei.
- Ta, eu vou me arrumar. Já desço! Vai lá pular no sofá. - minha irmã resmungou alguma coisa, a qual não pude ouvir graças a porta do banheiro que eu havia fechado.
🎁
Eu não queria aquela festa, e pelo visto era o único. Era final da tarde, quase horário de início da festa, quando meus pais nos chamaram no salão para conversar, e ao chegar lá vi a prova de que realmente eu era o único que não queria aquela festa. A decoração em branco e verde água (minha cor preferida e de Mariana respectivamente) provava isso, a dedicação imposta por todo mundo naquela simples festa provava isso, dedicação que me fez gostar um pouco daquilo, afinal, estava deixando todos animados. Quem era eu para ir contra isso?
Já estava preparado para o famoso discurso de aniversário, de 20 minutos. Vocês estão crescendo, trabalho, responsabilidade, juízo, faculdade, blá, blá, blá. Passei o tempo todo olhando minha tias correndo para lá e para cá, brigando com os garçons que nem haviam feito algo de errado. Minha tia, Antônia, estava brigando com a moça das flores quando senti um movimento rápido demais, até para meus reflexos.
- Ai! - disse quando meu pai bateu em minha cabeça, chamando minha atenção.
- Você está ouvindo? - perguntou meu pai.
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Clouds
FantasyClarisse tem dezessete anos, e como toda adolescente da sua idade, tem problemas. Seus pais não aceitam seu novo jeito de ser e seus amigos não parecem entende-la mais. Depois de passar por uma grande perda ela começa a ter sonhos, um lugar onde ela...