Capítulo 8

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"Rezo pelo dia em que entenderei que sei prever o futuro. Ou talvez eu só deva esperar que o futuro deixe de ser previsível."

- Own, olha que fofo! - disse vendo o filhotinho que estava na minha frente.

- A sua obsessão por cachorros chega a ser assustadora sabia? - Daniel ria de mim enquanto voltávamos a andar.

- Não sei do que você está falando... - me fiz de desentendida - Onde se meteram aqueles retardados?

- A Mari ainda deve estar na aula de dança, o Max avisou que ia se atrasar um pouco, - arqueei a sobrancelha - ele teve que acompanhar a mãe na ultra. - concordei, a mãe de Max estava grávida e estamos todos muito ansiosos pra saber o sexo do bebê. Talvez até mais do que ela - E a Ariella...

- Sempre se atrasa. - completei.

- Exatamente. - disse Daniel entrando na sorveteria que tínhamos combinado de se encontrar. Nos sentamos na mesa de sempre. - O que foi?

- Hum? - perguntei voltando á realidade.

- Você está me encarando, Clare. - falou rindo de mim.

- Os seus olhos estão ficando mais esverdeados. - constatei, a cada dia mais o azul era misturado com verde. Ele sorriu.

- Você presta atenção em cada coisa hein? Tenho certeza que você nem lembra o que o professor passou hoje.

- Ei, eu...

- Eai casal mais bonito do universo! - fui interrompida pelo garoto de cabelos loiros que finalmente havia chegado.

- Universo é meio grande não acha? - disse Daniel olhando para o melhor amigo.

- Pelo o que dizem, - Max pegou o cardápio, mesmo que no fim ele fosse pedir milk-shake de morango, como sempre - é infinito Dani.

- O que é infinito? - perguntou Mari chegando acompanhada de Ariella.

- De acordo com o pioneiro da ciência, o nosso amigo Max, - falei - o Universo.

- Sou um gênio sim, algum problema? Mas eu não estava falando diretamente sobre isso.

- E tu tava falando sobre o que então, pode-se saber? - perguntou Ari.

- Sobre o amor de Clariel é claro!

- Clariel? - perguntamos eu e Daniel em uníssono.

- Quem que criou isso? - quis saber.

- Quem você acha? - falou Mari.

- Nós, é claro. Ah, por favor Cla! Quem tem uma criatividade tão boa quanto a nossa? - Ari disse.

- E bota criatividade nisso... - Dani sussurrou.

- Que tal pedirmos logo o sorvete? Eu to com fome. - sugeri.

- Amor, você ta sempre com fome. - todos concordaram com Daniel e eu mostrei a língua pra eles. Oras, eu não estou sempre com fome. Eu durmo. Falei isso pra eles.

- Já perdi a conta de quantas vezes você disse que sonhou que estava comendo. - contou Mariana. Realmente, eu sonhava bastante com comida. Max chamou a garçonete.

- Tudo beleza Jo? - falou Max pra Joana, ela era um ano mais velha que nós e o pai dela era o dono da sorveteria. Ela tinha o cabelo de um castanho bem escuro, seus olhos da mesma cor, sendo os dois sempre confundidos com preto, era um pouco mais gordinha do que os padrões dizem que deveria ser, e ela não dava a minima pra isso, acredito que é um dos principais motivos de Max gostar da garota. Sempre estava usando o que a deixasse mais confortável, o que hoje era uma legging preta, uma sandália e uma regata laranja, seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto.

- Sim, e com vocês? - cumprimentou a garota, sorridente. Dissemos que estávamos bem e ela se dirigiu a Max novamente - Milk-shake de morango certo? - Max concordou sorrindo. Os outros foram fazer os seus pedidos, e eu aproveitei para analisar meu namorado pela primeira vez na semana, sendo que era quarta, eu até que demorei.

Daniel estava com seus cabelos pretos quase a cobrir os olhos, ele tinha decidido que não ia mais corta-lo curto como sempre fez, não que aquilo fosse um problema, adorava ficar mexendo em seu cabelo. Estava com uma jeans preta, uma camisa vermelha e com seu habitual all star preto. Seus olhos e seu sorriso acabavam com qualquer partícula de controle que eu achava que tinha sobre o meu corpo, sempre esbanjando confiança e doçura. Sou completamente apaixonada por aquele garoto desde os oito anos de idade e mesmo que no fim não fiquemos juntos, sei que esse amor não ira acabar por completo, é impossível. Amar Daniel é, ao contrário do que a maioria pensa, uma grande aventura, como uma montanha russa. Tem seus altos e baixos, mas até os baixos são bons. Ele sempre estava lá quando eu precisava, mais do que meu namorado, ele era meu melhor amigo. Me conhecia melhor do que qualquer pessoa, e com certeza melhor do que eu um dia poderei me conhecer.

Ele era perfeitamente imperfeito. Não poderia ser completamente perfeito, não gosto de pessoas perfeitas. Até porque ninguém é realmente perfeito, todos tem seus defeitos, suas imperfeições, e eu conhecia cada uma delas, e amava ele mais ainda por causa delas. É, ele era perfeitamente imperfeito.

- Amor? - a voz insistente de Daniel me tirou de meus devaneios, olhei em volta e notei que ele não era o único que estava olhando pra mim.

- O que foi? - perguntei tentando me achar.

- Isso acontece muito? - perguntou Joana se divertindo com a minha cara de perdida.

- Mais do que você imagina. - disse Max rindo de mim.

- Tu vai querer sundae como sempre né? - perguntou Ari apressada, concordei.

- Então, - falou Joana olhando pra Daniel, Max, Ariella, eu e Mariana, e citando os pedidos respectivamente - um sorvete de torta de limão, um milk-shake de morango, uma banana split com sorvete de creme, um sundae e um sorvete de Nutella, certo?

- Certissimo amore! - confirmou Ari ansiosa. E eu achando que eu que queria comer.

                                                                                      ☁

- Tenho que admitir que não consigo ver o Maxwell com um irmão mais novo. - falei pra Daniel enquanto ele me acompanhava de volta pra casa, Mariana já tinha ido pra casa e Ari e Max foram comprar uma roupinha de bebê para dar para a mãe dele.

- Nem eu. Mas tenho certeza de que o Lucas vai ter um ótimo irmão mais velho. - concordei.

- E então, como estão os preparativos para a festa do ano? - perguntei, sabia que ele não estava gostando daquela ideia de festa, ele, assim como eu, preferia um jantar com os amigos em uma pizzaria. Mas era o sonho de Mariana desde os 5 anos ter uma grande festa de 15 anos, ele não iria estragar.

- Nem me lembra disso. Minha mãe resolveu agora que eu tenho que usar um blazer. - ele fez uma careta de nojo da qual eu ri - Eu obviamente não vou usar, aceitei fazer essa festa por causa da minha irmã mas não vou usar uma roupa completamente desnecessária a noite inteira. - ele olhou pra mim que ainda estava rindo - Já comprou seu vestido?

- Obviamente não. - disse.

- Okay, então eu te busco ás 15 no sábado pra nós irmos comprar. - ele colocou o braço em meus ombros me puxando mais pra perto dele. Alguns segundos depois notei três garotos nos olhando, olhei pra Daniel me segurando pra não rir de seu gesto protetor com uma partícula possessiva e ele fingiu não entender.

- E o senhor vai com que roupa então?

- Com a roupa de sempre oras. Estou sempre de camisa social.

- Você quer o caixão de que cor? Porque sua mãe com certeza vai te matar. E se ela não te matar, alguma das suas tias vai. Resumindo, você com certeza vai morrer nessa festa.

- Branco está bom. - respondeu o garoto sorrindo. Paramos na porta da minha casa onde ele me beijou e foi pra sua casa.

Ah, se eu soubesse que iria usar aquela informação tão cedo...

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No próximo capítulo:

"Eu havia rezado. Pedido ajuda pro meu anjo da guarda. Mas eu me esqueci que ele estava do meu lado."

Eai, quem shippa Clariel??

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