capítulo 5 • different now

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Cooper

— Carter — chamei-o, sendo ignorada completamente.

Continuei seguindo o garoto pelo corredor estampado de armários, alunos e pôsteres com anúncios de eventos na escola. Toda vez que ele percebia que eu estava chegando mais perto, ele apertava o passo, ficando cada vez mais longe.

— Carter — chamei mais uma vez.

Mas ele continuava andando como se eu não existisse.

— Carter, me escuta, garoto — acelerei o passo, puxando-o pelo braço, forçando-o a virar-se para mim — Dá pra me escutar?

— O que você quer, esquisita? — perguntou, revirando os olhos.

— O trabalho — avisei — Se a gente não der mais uma adiantada, não vamos terminar a tempo — expliquei, mas ele parecia não se importar — Se continuarmos com o ritmo só as sextas, vamos terminar no século que vem!

Ele bufou, ainda contrariado.

— E daí? — peguntou.

— Pode ir hoje? — perguntei, sorrindo sem graça — A gente realmente tem que adiantar as coisas! A entrega do trabalho é dia 29, já estamos no dia 18 e nem terminamos a metade dele!

— Os treinos começam hoje — ele franziu o cenho, encarando por cima de meu ombro — Eu posso depois do treino. Se quiser, me espera na arquibancada, eu tô com o carro hoje.

— Ótimo! — vibrei, aliviada.

Respirei fundo. Nossa conversa tinha acabado, mas não era como se conseguíssemos só sair andando como pessoas normais. Ele continuava encarando algo por cima de meu ombro, incomodado.

Um braço passou por cima de meus ombros, colando-me ao seu corpo rapidamente.

— Ele tá enchendo o seu saco, Allison? — a voz de Miles preencheu meus ouvidos, aliviando o susto.

— Ela quem veio encher o meu saco. — Carter revirou os olhos — Certo, é isso. Me espera na arquibancada, a gente vai depois do treino.

Carter saiu rápido, encontrando Ethan no meio do caminho e sumindo pelos corredores, provavelmente indo aproveitar o intervalo para fazer qualquer coisa que ele costumasse fazer durante o intervalo.

— Onde vocês vão? — perguntou, curioso.

— Fazer a droga do trabalho de matemática... — espremi os lábios.

Eu definitivamente não entendia nada de Futebol Americano, mas tenho que admitir que Carter era bom, muito bom. Sozinha, sentada na arquibancada, eu acompanhei o treino inteiro. Estava cansada só de olhar o time todo correndo de um lado para o outro, arremessando bolas e fazendo tudo que se fazia em um treino de Futebol Americano, não podia imaginar o quão cansado eles estariam.

Assim que ouvi o apito do treinador Chad Barker anunciar o fim do treino, desci a arquibancada, parando pouco antes do gramado, onde Carter caminhava em minha direção para saber o que queria.

Com a camiseta pendurada no elástico do short de treino, o capacete pendurado em seus dedos pela grade, o peito nu e suado brilhava em baixo da luz dos grandes refletores. Ofegante, ele parou em minha frente, usando a mão livre para afastar o cabelo do rosto.

— A gente já pode ir? — perguntei, apressada, sentindo meu rosto esquentar.

Ele me olhou como se eu tivesse feito a pergunta mais idiota do mundo.

Superficial |LIVRO 1| [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora