VinteOito

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P.O.V. Jimin

Assim que Jungkook vai embora, pego o celular e ligo para o Hoseok, que mais uma vez não atende. Desta vez nem me dou o trabalho de deixar um recado. Já deixei um milhão deles, ele que me ligue se quiser. Portanto, depois de tomar um banho, vou para a escrivaninha, determinado a colocar os estudos em dia. Mas não vou muito longe, pois meus pensamentos voltam para Jeon e suas misteriosas esquisitices, as quais não posso mais ignorar.
Tipo: como é que ele sempre sabe o que estou pensando, sendo que eu, com toda a minha mediunidade, não consigo captar absolutamente nada da cabeça dele? Como, em apenas dezessete anos de vida, ele teve tempo de morar em tantos lugares diferentes e aprender tanta coisa, como arte, futebol, surfe, culinária, literatura, história e o diabo a quatro? E a rapidez com que ele se move, literalmente formando um borrão no ar? E as rosas, as tulipas, a caneta mágica? Sem falar no fato de em uma hora ele falar como um garoto de sua idade, mas depois se transformar num Darcy, ou num Heathcliff ou qualquer
outro personagem das irmãs Brontë. E aquele dia em que ele se desviou de Yeri como se a tivesse visto? E a aura dele, cadê? E esse Jin, que também não tem aura? E, por falar nele, tenho certeza de que Jungkook está me escondendo algo sobre a relação que os dois têm. E agora, para completar, não quer que eu vá até a casa dele.

Mesmo depois que a gente dormiu junto. Tudo bem, a gente só dormiu, mas ainda assim acho que mereço resposta para algumas de minhas perguntas, senão todas. Não vou chegar ao ponto de invadir a escola para bisbilhotar o registro dele, mas... conheço alguém que faria isso por mim. Só não sei se devo envolver Yeri nesta história. Além disso, não faço a menor ideia de como invocá-la, já que nunca precisei fazer isso antes. Será que devo, assim, chamar por ela? Acender uma vela? Fechar os olhos e fazer um pedido? Acender vela, não, seria sinistro demais. Portanto, vou para o centro do quarto e aperto os olhos com bastante força

- Yeri? Yeri, se você estiver ouvindo... preciso muito falar com você. Na verdade, preciso de um pequeno favor. Mas se você não quiser ajudar, tudo bem, vou entender. Não vou ficar puto com você, porque sei que é meio estranho. Olha, estou me sentindo meio pateta aqui, falando comigo mesmo, então, se você estiver ouvindo, será que pode mandar algum tipo de sinal?

E quando Sistar começa a berrar em meu aparelho de som, cantando a música que Yeri sempre costumava cantar, abro os olhos e dou de cara com minha irmã, bem à minha frente, rindo histericamente.

- Poxa, Jimin, você estava a um segundo de fechar a cortina, acender uma vela e buscar o tabuleiro Ouija!

- Ai, estou me sentindo um idiota - digo, roxo de vergonha.

- Era o que você parecia, mesmo - ela diz às gargalhadas. - Então, deixe eu ver se entendi direito: você quer que sua irmãzinha aqui espione seu namorado, é isso?

- Como você sabe? - pergunto assustado

- Ah, me poupe. - Yeri revira os olhos e se esborracha na cama. - Por acaso você acha que é o único aqui que consegue ler pensamentos?

- E como você sabe disso? - digo, já um tanto nervoso. Que mais será que ela sabe?

- Foi o Jin que contou. Mas não fique bravo, tá? Porque isso explica muito do estilo equivocado que você tem vestido ultimamente.

- E esse seu estilo equivocado aí? - pergunto, apontando para o modelito Guerra nas Estrelas com que ela apareceu hoje. Mas Yeri simplesmente dá de ombros

- Então, você quer ou não quer saber onde seu namorado mora?

Vou para a cama e me sento ao lado dela.

- Honestamente? Estou meio na dúvida. Quer dizer, claro que eu quero saber onde ele mora, mas não sei se é certo meter você nesta história.

- Mas... e se eu já soubesse? - ela diz, movendo as sobrancelhas.

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