Memórias - A Única Herdeira 2 (PAUSADO)

Capítulo 1

Meus olhos estão abertos mas não consigo enxergar.

O nó na minha garganta ainda não se desfez, mas também tem outra coisa na minha garganta. E isso não está me deixando respirar direito.

Fecho os olhos e forço a respiração.

Alguma coisa começa a apitar. Abro os olhos outra vez e as cores invadem meu campo de visão.

Máquinas apitam ao meu lado, me deixando cada vez mais confusa.

Tremo quando ouço um barulho forte  perto de mim e me retraio quando vultos se aproximam.

É ele. Sei que é.

Começo a me debater, ou pelo menos tentar já que meus braços e pernas não me respondem.

– Está tudo bem, Lira. – aperto os olhos com força. – Se acalme.

Sinto um peso extra acima da minha cabeça, e no mesmo instante me arrepio.

– Fica calma. – viro o rosto na direção oposta a ele. Não quero ver seu rosto, seus olhos... – Lira!

Ouço outro barulho, mas não olho para ver o que é.

Mãos fortes prendem meus braços, e só então percebo que realmente estou me debatendo.

Ele já não está mais perto de mim e isso me faz ficar mais calma.

– Está tudo bem, pode ficar calma. – essa voz é diferente e calma. Olho para a pessoa e me deparo com olhos azuis.

Não azuis como mar, más azuis como o gelo. Seus olhos me deixam tranquila.

Outras pessoas também estão com ele, mas não as enxergo direito.

Der repente meus olhos ficam pesados e minha visão fica turva.

– Ela vai voltar a dormir, más logo irá acordar.

– Tem certeza que ela vai acordar? – como das últimas vezes me arrepio involuntariamente.

– Sim, ela vai.

Eles continuam falando, más suas vozes não passam de murmúrios.

Tudo escurece.

♦

Eu não disse uma palavra desde a hora que eu acordei. Não só porque estou com uma dor ma garganta de matar, más porque não sei o que dizer.

Todas as pessoas que passaram aqui e me fizeram perguntas são estranhas para mim. Não me lembro de nenhuma delas.

O único que eu respondi foi o médico.
Ele me fez perguntas que me pareceram aceitáveis.

– Está se sentindo bem? – balancei a cabeça, negando. – Sente alguma tontura, dor de cabeça?

Neguei outra vez e olhei para os dois homens a minha frente.

Na verdade é apenas um homem. O outro não deve passar dos dezessete anos, no máximo dezoito.

Tem uma garota também. Seu cabelo ruivo quase vermelho chama atenção.