Memórias - A Única Herdeira 2 (PAUSADO)

Capitulo 14

Se passaram quase três semanas e minha rotina mudou bastante.

Tenho treino três vez na semana de combate e poder das sombras com a Kerry, as escondidas óbvio, duas vezes na semana tenho treino com meu pai de meditação e o controle do gelo, e com o Miguel e a Laila  treino todas as tardes o uso dos elementos.

Entre todos esses, os mais complicados são as sombras e o gelo. Os dois tem vontade própria e se não forem manipulados corretamente, uma tragédia pode acontecer.

Percebi uma pequena mudança de estado na Kerry, depois da nossa "conversa" ela parece não ter mais aquela vontade de me matar. Raiva? Sim. Ódio? Com certeza. Mas não tato quanto antes.

Nesse momento estamos nós duas sentadas no chão tentando fazer com que eu consiga controlar um enxame de sombras.

Estou quase gritando de dor. Dói muito aguentar todas elas me atravessando, entrando dentro de mim, sem contar a dor que sinto de algo que parece estar querendo sair de mim.

Fecho os olhos com força e aperto os punhos.

– Relaxe – a voz da Kerry parece longe – Respire.

– Falar é fácil! – retruco entre os dentes.

– Por que você acha que eu estou falando? – disse sarcástica.

Grito quando sinto uma explosão dentro de mim e me curvo sobre meu corpo, com as mãos apoiadas no chão.

As sombras se desfizeram em tiras pelo ar. Isso acontece quando o condutor se autodestrói, ou quando a pressão é tão forte que o corpo do condutor automaticamente destrói as sombras.

Só não sei qual foi o caso.

Volto a me sentar devagar. Estou ofegante e demoro para focar a Kerry, que por sinal, está a mais ou menos um metros de distância de mim e com o rosto muito assustado.

– Já sei – falei com a voz fraca – Eu perdi o controle, vou tentar de novo.

– Não vai não – olhei para ela sem entender – Isso não foi uma perda de controle, foi algo maior e mais perigoso.

– Autodestruição? – ela nega outra vez.

Devagar ela de aproximou e se sentou de pernas cruzadas na minha frente.

– Não foi isso, foi dentro de você. O enxame estava controlado, o que se autodestruiu foi outra coisa. – ela moveu as mãos e formou uma pequena esfera negra – Foi como se você fosse uma barreira e não suportasse mais o peso, e der repente... puf! – ela explodiu a esfera – Ele explodisse, mas voltando novamente para você.

Ela juntou os restos da esfera e os juntou outra vez, fazendo ela desaparecer logo em seguida.

– Isso nunca tinha acontecido antes – ela assentiu – Se isso acontecer outra vez, pode acontecer e etc alguma coisa mais... Grave?

– Eu não sei – ela me olhou, parecia preocupada – Provavelmente sim, mas não sabemos se pode ou não acontecer outra vez.

Assenti.

Minhas pálpebras estavam pesadas e meu corpo parecia mais pesado do que antes.