Capítulo 8

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A sensação de estar voando não dura muito e quando me dou conta, o chão já está sob meus pés.

Olho ao redor vejo um lugar escuro com muitas árvores.

Com toda a neblina a minha volta, a saia de um vestido branco se destaca. E ele se move na minha direção.

Faço menção de correr mas desisto quando vejo os cabelos brancos.

– Luna? – minha voz sai diferente, quase hesitante – O que está fazendo aqui?

Ela sorri para mim.

Não está mais usando as roupas de cedo, mas sim um lindo vestido branco cintilante.

– Na verdade... – ela começa a dizer. – Meu nome não é Lua.

– O que?

– Meu nome é Lua, não Luna. – dei un passo para trás. Por que ela mentiria sobre o próprio nome?  – Não pude dizer antes para te proteger.

– Me proteger de quê?

– Deles. – ela apontou para o lado como que se apontasse para alguém, então a memória da luta voltou

– Como sabe sobre aquilo? – minha voz saindo mais aguda do que o normal – Por que você está aqui?

– Vim para ajudar você. – ela respondeu, ignorando minha primeira pergunta.

– Você ainda não me respondeu. – diferente de quando perguntei pela primeira vez, minha voz estava quase ameaçadora – Como sabe sobre aquilo?

Ela suspirou e abaixou a cabeça.

– Sei de coisas que você ainda não deve saber. – ela respondeu, com um leve tom de irritação. – Más isso não impede que me entenda.

– Impede que eu confie em você.

Saiu sem que eu percebesse, mas não me arrependi. Apesar de ter gostado dela mais cedo, eu não a conhecia.

– Sei disso, e você não tem nenhum motivo para confiar, mas também não tem motivos para desconfiar. – engoli em seco –Lira, você é mais forte do que ela.

– Sou? – não pude ignora-la.

– Sim, você é. E não faz ideia do quanto.

– E você faz?

Ela assentiu.

Com um suspiro ela levantou uma das mãos e a palma se iluminou.

Não me assustei. Foquei o olhar naquele lugar e de leve, senti minha mão formigar.

– Como eu disse, – ela me olhou – Você é mais forte do que ela, e eu sei disso por que sou como você.

Esfreguei a palma da mão na calça.

Faltava pouco para eu entrar em pânico e não fiz a mínima questão de tentar esconder isso

– Eu não sei o que está acontecendo.  Isso tudo é muito bizarro. – confessei – Há mais ou menos um minuto eu estava lá, lutando contra pessoas que eu nuca vi na vida, fazendo coisas que eu nunca imaginei ser capaz e agora estou aqui, no meio do nada com alguém capaz de fazer a mesma coisa que eles!

– Não faço a mesma coisa que eles. – ela parecia ofendida – Eles são seres das sombras, seres que sucumbiram a natureza deles e se deixam ser controlados.

– E o que você é?

Ela engoliu em seco.

– Eu sou a luz. – como se só estivesse esperando a deixa, o vento passou por nós, jogando nossos cabelos para longe.

Memórias - A Única Herdeira 2 (PAUSADO) Onde histórias criam vida. Descubra agora