Já faz uma semana que eu acordei.
A dor na minha garganta agora não passa de um leve incômodo, e não sinto mais tanto medo do Miguel.
Depois daquele dia eles apareceram com freqüência, o que ajudou a diminuir esse medo.
Eles me atualizaram sobre algumas coisas e me compraram um celular. Não achei isso necessário, más fazer o que né
Não me lembrei de mais nada. Ainda não sei direito o que aconteceu comigo, mesmo tendo lido aquela pasta inteira não consigo me convencer.
O que o Miguel disse era verdade, eu sofri um acidente a dois anos indo para o enterro da minha mãe, a página do jornal que estava na pasta confirma isso, e também tem uma foto da minha casa queimada, do dia do incêndio.
Más tudo ainda está muito confuso. Quando faço alguma pergunta que a pasta não me respondeu, os três ficam nervosos e mudam de assunto.
Como da vez que eu perguntei se tinha irmãos. Meu pai simplesmente ficou calado, a Laila ficou vermelha e teve que sair do quarto.
O único que teve uma reação melhor foi o Miguel, ele até mesmo sorriu enquanto dizia que eu não tinha irmãos.
A semana inteira eu passei por exames, e hoje finalmente eu iria receber alta.
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– Acho que é seguro você receber alta, mas caso sinta algo me chame imediatamente.
Assenti.
Meu pai e o Miguel também estavam no quarto, esperando o médico terminar para me liberarem também.
– Claro, más acho que não será preciso. – respondi.
Ele sorriu e se voltou para o meu pai.
– Mantenham ela em repouso por mais uma semana e dêem a ela esse remédio. – apontou para a receita na mão do meu pai. – Foi ótimo conhece-la Lira, espero vê-lá novamente, não nessas condições é claro.
Eu ri.
– Também espero revê-lo. – ele assentiu e virou as costas.
Quando a porta se fechou, meu pai e o Miguel se viraram para mim.
Eles não tinham mais aquela expressão cansada e pareciam até. mais relaxados.
– Iremos esperar você lá fora, okay? – assenti e sorri para meu pai.
Assim que eles saíram levantei da cama, peguei minhas roupas da sacola e fui até banheiro
Desde que eu passei a conseguir andar, nunca tive coragem de olhar para o meu reflexo.
Eu tinha medo do que iria ver.
Liguei o chuveiro e deixei a água correr pelo meu corpo, lavando meu cabelo branco.
Era estranho que meu cabelo fosse branco como o do meu pai.
Fechei os olhos, deixando a água correr pelo meu rosto e meu cabelo.
Der repente olhos azuis surgiram na minha mente. Olhos azuis como o mar.
Minhas pernas perderam o equilíbrio e me apoiei nas paredes do pequeno cubículo que era o banheiro.
Abri os olhos e encarei o chão molhado.
Aqueles olhos... Eles sempre apareciam nos meus sonhos.
Era sempre o mesmo sonho e eu nunca conseguia ver o rosto dele, apenas os olhos.
Fechei o chuveiro e me enrolei na toalha, saindo do box e ficando de frente para o espelho embaçado.
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Memórias - A Única Herdeira 2 (PAUSADO)
FantasyOnde há luz, sempre haverá escuridão. Um sacrifício foi feito, e como tudo na vida, também terá uma consequência. Memórias esquecidas, um passado a ser lembrado, um sentimento inevitável. A vida de Lira irá se transformar em um pesadelo. Um amor p...