Capítulo 11

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Lira

Acordo com a luz do sol batendo no meu rosto. Ainda estou na poltrona, mas me recuso a sair, mesmo sabendo que ficarei com dores pelo corpo, não quero me mexer.

Ali parada, observo o nascer do sol refletir nas águas do lago que eu não tinha visto na noite passada.

É lindo.

Não tive pesadelos dessa vez, o que foi um alívio. Pelo menos sei que não preciso me lembrar de nada.

Suspiro e fecho olhos, sentido o leve calor do sol da manhã.

Mesmo o sol ainda estando fraco, sinto um pouco de calor, então tiro a manta de cima de mim.

Alguém bate na porta.

Me viro devagar apenas para ver quem é. Mas ninguém entra.

Outra batida.

Continuo parada. Depois de um tempo a porta se abre, mostrando a cabeleira branca de meu pai.

– Lira? – ele vasculha um pouco o quarto com os olhos até me encontrar – Já acordada?

– É. – me viro novamente para frente – Não consegui dormir direito.

Não era bem uma mentira, más também não era verdade. De que importa agora?

– Você está bem? – demorei um pouco para responder, e escutei seus passos até mim. – Lira. – ele se abaixou na minha frente – Você está bem?

Assenti.

– Eu estou bem. – sorri fraco – Não se preocupe.

Ele assentiu e se levantou.

– Estou te esperando lá em baixo. Se quiser tomar banho antes de ir, o banheiro é ali – ele apontou para uma porta que eu ainda não tinha visto – E tem roupas suas no armário.

Ele andou até a porta e eu o acompanhei com olhar.

– Pai – ele se virou – Onde está o Miguel?

– Ele e a familia virão mais tarde. – disse e saiu.

Ele estava estranho, e não era coisa da minha cabeça.

O sol já estava um pouco mais forte e minha pele começou a arder.

Suspirei pesadamente. Até o sol estava mais agressivo!

Fiz como meu pai aconselhou: tomei um banho antes de descer e peguei uma muda de roupa do armário.

A maioria das roupas ali eram vestidos e capas pretas, e poucas peças eram roupas comuns.

Escolhi uma calça jeans escura e uma camiseta branca.

Desço as escadas devagar para que ele não me escute, só que não adianta muito, já que tem uma senhora parada bem no pé da escada.

Ela tem uma aparência cansada, com rugas pelo rosto todo e com a raiz dos cabelos branca. Era o oposto do meu cabelo.

Ela se afasta para que eu possa ficar de frente para ela. Seus olhos são cheios de compaixão.

Memórias - A Única Herdeira 2 (PAUSADO) Onde histórias criam vida. Descubra agora