Capítulo 6

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Quando a Laila estaciona o carro na garagem de trás, o carro dos pais dela e do meu pai já estavam estacionados.

– Está preparada para levar bronca? – sorri de lado e tirei o cinto de segurança.

– Não tenho mais idade para levar bronca. – abri a porta e sai do carro, sendo seguida por ela.

– Acho que é melhor tirar esse colar. – parei de pegar as sacolas no porta-malas e a encarei.

– E por que eu tiraria? – ela deu de ombros. – Não vou tira-lo.

Ela suspirou, terminando de pegar as sacolas.

Assim que passamos pela porta alguém segura meu cotovelo e me leva em outra direção, não para a sala que era onde eu estava indo.

– Por favor me digam onde estavam com a cabeça quando decidiram sair. – olho para o Miguel e depois para a Laila que também estava sendo arrastada – Nossos pais estão quase se matando ali na sala.

– Só por que eu saí? – me parecia exagero tudo isso.

– Não é por isso, Lira. – ele abriu a porta do meu quarto e nos empurrou para dentro. – Muita coisa aconteceu enquanto todos estávamos fora.

Coloquei minhas sacolas e as da Laila em cima da cama e me sentei.

– O que aconteceu Miguel? – ele suspirou e puxou o banco da minha penteadeira.

Ele suspirou.

– O Eydam. – por algum motivo meu estômago revirou – Ele nos avisou...

– Ele avisou?   – ele olhou dela pra mim. – O que ele nos avisou?

Ele não respondeu.

– Miguel! –ele lhe lançou um olhar reprovador e olhou de novo pra mim.

Não precisei de mais nada para entender.

– Okay. – me levantei e andei até a sacada. – Me avisem quando terminar.

Fechei as janelas e me apoiei na beirada da sacada.

O vento estava forte e nuvens de chuva se formavam no céu.

Foquei a visão nas árvores. Algumas delas se mexiam de mais, como se alguém corresse em direção a casa.

Pessoas saíram do meio das árvores. Elas se moviam rápido de mais para pessoas comuns ou apenas simples ladrões.

– Miguel! – gritei, mas ele já estava do meu lado. – Miguel quem eles são?

– Vem Lira. – ele segurou minha mão e me puxou, más eu não me movi.

Uma das pessoas, uma garota, estava manipulando negra no ar, alguma coisa negra e pontuda.

Foi quando ela jogou aquilo na nossa direção.

Caí no chão pouco antes da lança atingir o lugar onde eu estava.

Arrisquei me levantar novamente e olhar para baixo.

Mais deles chegavam e várias outras lanças se formavam no ar.

– Rápido Lira! – dessa vez ele me puxou com força e fui obrigada a correr.

Minhas pernas estavam bambas e tudo parecia passar rápido de mais. Descemos as escadas aos tropeços.

No andar de baixo todos estavam em  cada canto da sala. Um campo de luz estava em volta da casa e eles pareciam se preparar para alguma coisa.

– Pai! – larguei a mão do Miguel e corri na direção do meu pai. – O que está acontecendo? Quem são essas pessoas?

Memórias - A Única Herdeira 2 (PAUSADO) Onde histórias criam vida. Descubra agora