The Witcher: Stay With Me

Estrada

O sol se punha majestosamente na colina. A imagem era digna de suspiros, se não fossem os cadáveres, que se decompõeem a céu aberto.

Carpeado, que galopava com certa tranquilidade, parecia não se importar com o odor.

Velen, seria um ótimo lugar, se não fosse pelas constantes guerras e corpos se decompondo nas estradas. Geralt estava voltando de uma cansativa batalha, contra uma estrige.

Ele viu, que, a mais ou menos um quilômetro á frente, havia uma blitz, com, pelo menos, 8 cavaleiros, todos equipados com maças e espadas.

Assim que o bruxo se aproxima, é barrado por um jovem rapaz que não usava elmo. O único entre eles.

_ Sem passe, sem passagem. - Ele diz com a mão estendida, sua voz era um pouco melodiosa demais, seus companheiros riram. -

_ Não se trata os viajantes assim, paspalho! - Diz um soldado, gorducho, logo após dar um tapa nada gentil na cabeça do rapaz de voz melodiosa.- Sabe-se lá se quem anda por estas bandas...

_ Desculpe, senhor.- O rapaz lamenta, afagando o local abatido.- Como se chama, viajante? -

_ Geralt De Rívia. - O bruxo se apresenta, com uma quase não notada e mínima reverência, apesar de desnecessária.-

_ Nunca ouvi falar. - Diz o rapaz de voz melodiosa, logo depois de rir, por incrível que pareça, sua risada era pior que sua voz, como uma jovem donzela aos prantos.- E, suponho que o senhor tenha um passe.

_ Por um acaso... - Geralt retira da cela de Carpeado, um papel manchado, e todo rasurado, como se desdobrado milhões de vezes á fio.- Tenho sim. - Entrega o papel ao jovem.-

O rapaz de voz melodiosa faz cara de deboche, e devolve o pobre papel á Geralt.

_ O passe que pedimos, é o novo, emitido pelo barão Heiggh De Naroog.

_ Naroog? - Indagou o bruxo, confuso.- Achei que o título ficaria com o general...

_ Achou errado. Se não tem o passe, meia volta! - Ele grita, Geralt deu meia volta, balbuciando palavras de baixo calão.-

_ Todo esse alvoroço, por uma feiticeira que não vale meia pataca! - Resmungou o rapaz de voz melodiosa, irritado.-

_ Diga por você, aquela sim, é a mulher mais maravilhosa que já vi! - Suspirou outro soldado.-

_ Feiticeira ou não, é um arraso! - Confessou outro.-

Geralt negou rindo. Pobres mundanos, feiticeiras não se interessam com facilidade por suas simples vidas, só por razões extremas, ou bem interessantes.

Ótimo. Agora tinha que descobrir quem era esse novo barão, Heiggh De Naroog. Esse nome lhe era familiar, mas de onde surgiu?

Naquele dia mais tarde, á caminho de Poleiro do Corvo, já com o céu coberto de estrelas, Geralt sentiu uma forte dor no peito, forte, porém breve. Que logo passou.

Ele caiu bruscamente, mas por sua sorte, Carpeado permanece ao seu lado, feliz, em encontrar gramado fresco.

Geralt via paredes escuras, e jaulas enferrujadas. Não havia luz, se não pela luz de velas.

De repente um grito corta a escuridão, um grito feminino, porém arrepiante.

Depois uma voz conhecida.

_ Responda, sua imunda! - Mais chibatadas​.-

Geralt não conseguia ver seu rosto, mas conhecia bem aquele corpo. Agora sujo, e coberto de sangue seco. Até que alcançou a estrela de obsidiana em seu pescoço. E seus cabelos negros... Seus lindos cachos, agora caiam em seu fino rosto, coberto de lama, mas nenhuma lágrima.

_ YENNEFER!

O bruxo se levantou ofegante. Ainda era noite. Carpeado agora, estava deitado um pouco a frente. Não pode ter sido apenas um sonho, tinha que ter alguma ligação. Ela precisava de sua ajuda.

Ele se levanta, chama seu fiel companheiro Carpeado, e a todo galope, partiu para Poleiro do Corvo.

A vila estava mudada, se não fosse o tamanho e a localização, diria que era Novigraad.

A lama por toda parte, havia sumido, e, agora, a rua era de ladrilhos. As casas, mesmo modestas, eram bem organizadas.

Geralt segue até a casa do barão, mas é barrado novamente por soldados.

_ Preciso falar com o barão de Naroog.

_ E eu preciso ser rei, fazer o que né? - O soldado diz, zombeteiro.- Nem tudo é como queremos.

_ Diga a ele, que o Bruxo, Geralt De Rívia, está aqui. - Um trovão estrondoso ressoa e logo em seguida um raio, brilha no céu escuro.-

O soldado gaguejou.

_ Um, um bruxo? - Outro soldado se aproxima.-

_ Ele pode nos ajudar, deixem-o passar! - Um soldado caolho, diz.- Pelos Deuses, olhem os olhos dele! - Exclamou impressionado.- Vamos andando, por aqui, senhor.

O bondoso soldado caolho, o guiou para dentro. Assim que chegaram á soleira, a chuva desabou sobre eles com fúria. Rapidamente se abrigaram, a estrutura da casa era a mesma, porém mais refinada.

Logo na entrada, haviam dois homens, que portavam pontiagudas lanças. Seguiram para a sala familiar, o barão era totalmente diferente do que o bruxo esperava.

Estava em forma, e, em seu rosto, nenhuma barba. Também era bastante jovem, pelo o que pôde notar.

_ Senhor, tenho alguém que pode te ajudar.

_ Espero que esteja certo desta vez, Siprien, não aguento mais seus charlatões...

Sua voz era tão enojada, quanto sua aparência. Geralt se opõe, e se aproxima do jovem barão.

_ Ao seu dispor, senhor. Servi o barão Sanguinário, terei o prazer de servi-lo também. - O bruxo diz, contra vontade.-

_ Ah! - Exclamou o jovem barão.- Geralt De Rívia. Que honra! - Ele se levanta, animado.- Pergunto, se está disposto a trabalhar para mim?

_ Posso responder sua pergunta... Com outra pergunta? Com o quê? O que quer que eu faça?

_ Siprien, nos deixe sozinhos.- O jovem barão ordena, o soldado responde com um aceno e sai.-

_ Não sei se o senhor bruxo, dá ouvidos para rumores...- o jovem barão diz, enquanto caminha solenemente para a grande cadeira.- Mas são reais. Estou á procura de uma feiticeira.

_ E eu com isso? - Geralt interrompe, porém, o barão apenas suspira e continua.-

_ Disse que, procuro uma feiticeira, mas não qualquer feiticeira, quero ela. A única. Yennefer De Vengerberg.

O bruxo o olhou com interesse mútuo.

_ O que quer com ela?

_ Isso não vem ao caso... O que importa é que só o senhor bruxo, pode me ajudar. E estou disposto a pagar.

_ Se quer tanto acha-lá, pode contratar um caçador de recompensas qualquer. Não precisa de um bruxo para isso.- Geralt se levanta.- Não estou interessado.

Geralt lhe dá as costas.

_ Só um bruxo pode resgata-lá! - O jovem barão, diz mexendo em sua pena.-

_ Como?

_ Ela está sobre a guarda de Radowid.

_ Radowid? Não, não..

_ Sim, e está em perigo.

_ Eu sei. - O bruxo respirou fundo, e se conteve por minutos.- Terei direito á uma equipe, pelo menos?

_ Claro, farei de tudo por ela. - O jovem barão, estendeu sua mão, porém, Geralt a ignorou completamente.- Estamos de acordo?

_ O senhor tem minha palavra, só isso basta. - O barão recolheu sua mão, desconcertado.- Partirei ao amanhecer, prepare seus homens.- Geralt se levanta e saí, quieto, como a calada da noite.-