Saio rapidamente da loja de roupas e começo a andar tentando encontrar um lugar, para comer. Ando por alguns minutos e acabo percebendo que me perdi. Até que avisto de longe uma sorveteria, me apresso para entrar e sem pensar muito, escolho um sorvete de morango com gotas de chocolate. Depois de ter me perdido, saio olhando para os lados procurando alguma informação sobre o caminho de volta até onde minha mãe estava. Pego meu celular e vejo algumas chamadas perdidas.
– Ela deve estar louca me procurando! – Suspiro preocupada.
Um pouco descuidada, me viro esbarrando brutalmente em alguém que não consigo ver imediatamente, já que esmaguei todo o sorvete em minha roupa, e tentava inutilmente limpar.
– Mas que PORRA! – Uma voz robusta reclama.
Eu esbarrei em alguém e quando eu percebo sua revolta, imediatamente fico irritada, afinal, eu também estava suja.
– Você não olha por onde anda? – Falo alto e apontando o dedo para o sujeito, enquanto algumas pessoas ao redor nos observam.
Pisco os olhos para enxergar direito, e vejo um homem alto, cabelo bem cortado, e muito bem-vestido, parecia vir de uma reunião de negócios ou algo do tipo. Parei alguns segundos olhando para os seus olhos escuros e balanço a cabeça para voltar a realidade. Em um lance rápido, ele toma o celular da minha mão.
– Ei! – Berro, sem entender sua atitude.
Ele me encara com o maxilar cerrado esperando outra reação minha, mas não consegui dizer nada de tão incrédula que estava. De repente escuto o seu celular chamar, e ele arremessa o meu para as minhas mãos, que quase vai ao chão, se eu não fosse mais rápida.
– Você tá ficando doido? – Tento avançar, mas ele me interrompe botando o dedo indicador na boca, em sinal de silêncio, enquanto digita algo no celular.
– Qual o seu nome? – Ele pergunta como se nada estivesse acontecendo, me deixando cada vez mais irritada.
– O que você acha que tá fazendo? – Pergunto levantando mais ainda o tom de voz.
– Perguntando seu nome! – Fala ainda como se nada estivesse acontecendo.
– RAAAH – Resmungo irritada, enquanto dou as costas desistindo de entender.
– Anne! – Ele fala meu nome me deixando confusa, e eu viro me aproximando, o encarando de perto, tentando mostrar o ódio que me subia, só que me aproximo mais que o necessário, dando para sentir sua respiração e seu perfume, que aliás, era muito bom.
– Como você sabe o meu nome? – Pergunto ofegante, e ele aponta para o meu colar onde tem escrito "Anne", e eu baixo a guarda meio constrangida, inspiro profundamente e tentando me acalmar – Porque você pegou meu telefone? – Tento novamente entender.
– Você vai receber uma ligação – Afirma não respondendo minha pergunta, e se retira me deixando com cara de idiota falando sozinha.
– Ei!!! – Grito, mas ele continua andando, me fazendo sentir ainda mais idiota.
Me assusto com a minha mãe que aparece do nada apontando para a minha blusa – O que aconteceu aqui? – Diz com os olhos arregalados.
– Que susto mulher! – Quase grito, e toco no seu ombro – A vida mamãe, que é cheia de babacas, não sabe o que acabou de acontecer! – Digo revirando os olhos.
– Falando em babaca! – Fala meio nervosa apontando com o queixo para minhas costas.
Era o Nicolas, meu ex-namorado, que vinha em nossa direção com uma expressão angustiante, e infelizmente meu coração dispara.
– Vamos embora, agora! – Digo com os olhos arregalados puxando a mamãe para qualquer lado.
– Por aqui! – Ela me puxa para o lado correto.
Saímos do shopping correndo para o estacionamento, guardamos as sacolas no porta-malas e quando vou entrar no carro, ele segura meu pulso.
– Me solta! – Grito me sacudindo forte.
– Nós precisamos conversar!! – Ele fala parecendo um louco.
– Larga ela agora! – Minha mãe aparece o empurrando.
– Nós não temos o que conversar! – Digo entrando e dando a partida no carro quase passando por cima dele.
O caminho pra casa foi silencioso.
– Você tá bem filha, tem certeza? – Ela me pergunta quebrando o silencio.
– Vai ficar tudo bem! – Respondo melancólica – Eu vou descansar um pouco! – Falo beijando sua testa.
Subo as escadas para o quarto, deitando do jeito que estava. Respiro fundo tentando esquecer tudo o que aconteceu, e em muitas outras coisas que eu poderia fazer para sair dessa fossa que está acabando com meu psicológico. Fecho os olhos e por algum motivo, lembro daquele homem que esbarrei no shopping sem querer.
– Que ódio!!! – Resmungo sozinha.
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EU ACHO QUE AMO VOCÊ
RomanceAnne Sans, é uma mulher que no seu último relacionamento perdeu a última fagulha de confiança no amor. Nícolas, ou melhor Nick, destruiu seus sonhos quando foi pego com Megan, sua melhor amiga em sua cama. Apesar de separados ele vive tentando deses...