Capítulo 1 - Volta Supreendente

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Saio rapidamente da loja de roupas e começo a andar tentando encontrar um lugar, para comer. Ando por alguns minutos e acabo percebendo que me perdi. Até que avisto de longe uma sorveteria, me apresso para entrar e sem pensar muito, escolho um sorvete de morango com gotas de chocolate. Depois de ter me perdido, saio olhando para os lados procurando alguma informação sobre o caminho de volta até onde minha mãe estava. Pego meu celular e vejo algumas chamadas perdidas.

– Ela deve estar louca me procurando! – Suspiro preocupada.

Um pouco descuidada, me viro esbarrando brutalmente em alguém que não consigo ver imediatamente, já que esmaguei todo o sorvete em minha roupa, e tentava inutilmente limpar.

– Mas que PORRA! – Uma voz robusta reclama.

Eu esbarrei em alguém e quando eu percebo sua revolta, imediatamente fico irritada, afinal, eu também estava suja.

– Você não olha por onde anda? – Falo alto e apontando o dedo para o sujeito, enquanto algumas pessoas ao redor nos observam.

Pisco os olhos para enxergar direito, e vejo um homem alto, cabelo bem cortado, e muito bem-vestido, parecia vir de uma reunião de negócios ou algo do tipo. Parei alguns segundos olhando para os seus olhos escuros e balanço a cabeça para voltar a realidade. Em um lance rápido, ele toma o celular da minha mão.

– Ei! – Berro, sem entender sua atitude.

Ele me encara com o maxilar cerrado esperando outra reação minha, mas não consegui dizer nada de tão incrédula que estava. De repente escuto o seu celular chamar, e ele arremessa o meu para as minhas mãos, que quase vai ao chão, se eu não fosse mais rápida.

– Você tá ficando doido? – Tento avançar, mas ele me interrompe botando o dedo indicador na boca, em sinal de silêncio, enquanto digita algo no celular.

– Qual o seu nome? – Ele pergunta como se nada estivesse acontecendo, me deixando cada vez mais irritada.

– O que você acha que tá fazendo? – Pergunto levantando mais ainda o tom de voz.

– Perguntando seu nome! – Fala ainda como se nada estivesse acontecendo.

– RAAAH – Resmungo irritada, enquanto dou as costas desistindo de entender.

– Anne! – Ele fala meu nome me deixando confusa, e eu viro me aproximando, o encarando de perto, tentando mostrar o ódio que me subia, só que me aproximo mais que o necessário, dando para sentir sua respiração e seu perfume, que aliás, era muito bom.

– Como você sabe o meu nome? – Pergunto ofegante, e ele aponta para o meu colar onde tem escrito "Anne", e eu baixo a guarda meio constrangida, inspiro profundamente e tentando me acalmar – Porque você pegou meu telefone? – Tento novamente entender.

– Você vai receber uma ligação – Afirma não respondendo minha pergunta, e se retira me deixando com cara de idiota falando sozinha.

– Ei!!! – Grito, mas ele continua andando, me fazendo sentir ainda mais idiota.

Me assusto com a minha mãe que aparece do nada apontando para a minha blusa – O que aconteceu aqui? – Diz com os olhos arregalados.

– Que susto mulher! – Quase grito, e toco no seu ombro – A vida mamãe, que é cheia de babacas, não sabe o que acabou de acontecer! – Digo revirando os olhos.

– Falando em babaca! – Fala meio nervosa apontando com o queixo para minhas costas.

Era o Nicolas, meu ex-namorado, que vinha em nossa direção com uma expressão angustiante, e infelizmente meu coração dispara.

– Vamos embora, agora! – Digo com os olhos arregalados puxando a mamãe para qualquer lado.

– Por aqui! – Ela me puxa para o lado correto.

Saímos do shopping correndo para o estacionamento, guardamos as sacolas no porta-malas e quando vou entrar no carro, ele segura meu pulso.

– Me solta! – Grito me sacudindo forte.

– Nós precisamos conversar!! – Ele fala parecendo um louco.

– Larga ela agora! – Minha mãe aparece o empurrando.

– Nós não temos o que conversar! – Digo entrando e dando a partida no carro quase passando por cima dele.

O caminho pra casa foi silencioso.

– Você tá bem filha, tem certeza? – Ela me pergunta quebrando o silencio.

– Vai ficar tudo bem! – Respondo melancólica – Eu vou descansar um pouco! – Falo beijando sua testa.

Subo as escadas para o quarto, deitando do jeito que estava. Respiro fundo tentando esquecer tudo o que aconteceu, e em muitas outras coisas que eu poderia fazer para sair dessa fossa que está acabando com meu psicológico. Fecho os olhos e por algum motivo, lembro daquele homem que esbarrei no shopping sem querer.

– Que ódio!!! – Resmungo sozinha.

EU ACHO QUE AMO VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora