Capítulo 24 - Decisões

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Antes de ir a empresa na manhã seguinte, entro em contato com Josh, para falar sobre minhas intenções. Ele concordou imediatamente, e pediu para procurá-lo quando chegasse.

Vou para ao meu destino completamente disfarçada, coloquei um sobretudo, chapéu e óculos escuros extremamente grandes. Passo na recepção e cumprimento Linda, que me parece um pouco entediada, mas nunca escondendo seu sorriso, e vou direto a sala em que Josh se encontrava.

– Josh? – Pergunto em um sussurro enquanto bato devagar na porta.

– Anne! Entra – Fala com um sorriso estonteante. – Quase não te reconheci! – Fala sobre meu traje.

– Bom, vamos direto ao assunto, pode ser? – Sou fria, e Josh pigarreia retomando sua postura.

– Você então vai mudar de filial, vou te colocar como correspondente! Tudo bem? – Pergunta falando sobre meus planos.

– Tudo perfeito! Eu vou me mudar, e quero que seja para longe daqui! – Explico.

– Eu a entendo! – Dá um meio sorriso. – Sabe que irei lhe ajudar sempre, apesar de querer muito que fique aqui! – É empático.

Josh me acompanhou ao RH, e como ele me admitiu na empresa, não tivemos problemas em fazer a mudança.

– Então é isso!? – Me olha espremendo os lábios como se quisesse dizer algo.

– Isso! – Afirmo tentando fugir.

– Anne!– Fala sutilmente.

– Vai, fala! – Cedi ao seu gesto insistente.

– Ele tá mal Anne, em minha vida toda, nunca o vi dessa forma! – Fala evidentemente preocupado. – No dia em que vocês brigaram, recebi uma ligação de um barman me pedindo para buscá-lo num bar a uns quilômetros da sua casa. Ele estava sem condições de andar, então o cara pegou as chaves do carro dele, o celular, viu meu contato e me ligou pedindo socorro – Franze o cenho.

Dessa vez eu me sinto profundamente afetada. Nunca pensei que ele pudesse ficar nesse estado, e por minha causa.

– Eu preciso ir Josh! – Saio angustiada sem olhar pra trás, me sentindo sufocada.

Caminho pelo corredor que sempre passei todos os dias determinada a ir embora, e trombo exatamente com quem eu não queria.

– Anne? – Vejo o olhar de Peter assustado.

Ele estava mais magro, com o rosto abatido, não muito diferente de mim, porém a sua aparência era evidente, ele estava mal!.

– Eu estava de saída! – Afirmo fingindo que estou atrasada.

– Você vai embora? – Pergunta olhando um papel em minhas mãos.

– Eu... é! – Tento responder algo conveniente ao momento, mas é inútil, estou perdida.

– Tudo bem, não precisa se explicar! – Não insiste. – Obrigada por ter acrescentado a empresa com sua responsabilidade e conduta, você é uma excelente profissional! – Fala com seriedade, e respeito.

– Obrigada! – Agradeço o analisando completamente, vendo que ele se comporta de forma diferente.

Estou a ponto de explodir em lágrimas, dizer que o quero de volta, dizer que o perdoou, que podemos ficar juntos para sempre, mas o medo que sinto de sofrer de novo, fala mais alto que isso.

– Até logo! – Fala e se retira, e eu fecho os olhos para sentir o seu cheiro que me fazia tanta falta.

– Obrigada Peter! – Suspiro, e ele para de costas. – Você foi a melhor coisa que me aconteceu! – Falo sem pensar duas vezes, e Peter inspira como se estivesse buscando ar.

Ele se vira e continua a andar cada vez mais para longe. Eu olho para os lados e lembro de quando pisei a primeira vez aqui, e por alguns minutos me permito reviver aquele momento que tivemos nesse mesmo corredor. Eu saio as pressas e chego no estacionamento aos prantos, vou para casa em uma velocidade jamais percorrida antes, por mim.


EU ACHO QUE AMO VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora