EU ACHO QUE AMO VOCÊ

Capítulo 10 - A Namorada

Estagnada em minha cama, me perco totalmente da terra. Eu acho que ele é louco! Ou melhor, eu sou louca de aceitar esse tipo de convite, "Peter me deu um fora, e agora vem me pedindo um favor desses, tão inapropriado", "o que ele tá pensando?". Por mais que eu não queira, isso está me maltratando, não quero admitir que estou abalada por ver que ele não liga a mínima para nossa noite juntos, e a única coisa que me conforta agora, é saber que ele nunca saberá disso.

Bem, talvez ajudar ele nessa situação embaraçosa, seja uma boa oportunidade de fazer as coisas voltarem ao normal, ou talvez, só piore tudo, mas, de qualquer forma, eu preciso tentar, essa é minha melhor alternativa agora.

Meus pais foram visitar a casa dos meus avós e deixaram um recado na geladeira, "eles não sabem ligar?", acabei ficando só em casa, já que o Ceniel também não estava. Fiz minha mala de um dia, que mais parecia para uma semana, "roupa de sair, sapatos bonitos e mala de maquiagem", não pode faltar nada.

Acordo as 4:30h com o despertador berrando, e meu coração imediatamente dispara pensando que em pouco tempo vou ficar perto dele. "Que saco! Será que posso parecer mais idiota que isso?". Com tudo pronto, a campainha finalmente toca.

– Calma! – Falo comigo mesma.

– Você já está pronta!? – Pergunta me olhando dos pés à cabeça.

– Eu nasci pronta! – Respondo com desdém.

– Você mora sozinha? – Pergunta curioso, ele não sabe nada sobre mim.

– Não, eu moro com meus pais! – Respondo como se fosse obvio.

– Eles estão aí? – Sussurra assustado.

– Não, eles não estão em casa! – Falo agora com vontade de rir pela expressão de medo que ele fez.

O caminho foi tão silencioso que acabei pegando no sono.

– Acorda bela adormecida! – Escuto a voz rouca de Peter, e acordo vendo seus lindos olhos brilhantes me encarando.

– Já? – Pergunto me esticando.

– Você acha que estávamos indo para o Japão? – Brinca.

– Você precisa ser sempre idiota? – Resmungo revirando os olhos.

– Vamos combinar as coisas! – Se vira para conversarmos.

– Como assim? – Pergunto me espreguiçando.

– Como nos conhecemos, a quanto tempo estamos juntos, cor favorita, essas bobagens... – Explica com o rosto sério.

– Nossa, você sabe mentir bem, estou preocupada! – Falo apontando para sua expressão, enquanto me ajeito no banco.

Chegando lá nos deparamos com uma casa enorme, porém não muito deslumbrante, lugar modesto por sinal, pare que a Sra. Jons não gosta de esbanjar riqueza, e isso me conforta, eu amo simplicidade, fico muito a vontade.

A porta principal estava entreaberta, então seguimos, e damos de cara com a expressão surpresa da Sra. Jons, que logo se fecha ao ver Peter.

– Você não avisou que horas iriam chegar, acabei não preparando nada! – Reclama.

– Não precisa se preocupar – Sou simpática.

– Olá querida! – Me dá um abraço aconchegante.

– Queríamos fazer surpresa – Peter gagueja um pouco enquanto sua mãe desfaz o abraço de mim.

– Exatamente! Peter ama surpresas – Digo com um sorriso falso dando uma piscadela.