Capítulo 27 - Uma Luz

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Já de malas prontas, sigo longos quilômetros até minha casa, e no caminho reflito sobre o que aconteceu na noite de ontem.

– Que novela mais sem graça essa minha, que inferno! – Resmungo descendo do carro.

Reflexões mexem demais com a nossa autoestima, e a minha definitivamente precisa ser renovada.

– Ele tem uma namorada, não tem? – Falo sozinha. – Ele tá transando, tá beijando, tá ganhando carinho! – Falo mais irada. – Agora... eu vou ser feliz!! – Grito sozinha, extremamente zangada.

Vou no quarto, retiro todas as minhas roupas do armário e jogo na cama. Começo a escolher as melhores e mais provocantes que eu tenho. Experimento uma por uma.

– Essa! – Escolho um vertido preto curto e colado.

Pego o celular e vou no número do Felipe para enviar uma mensagem.

Boa tarde Felipe! Tem compromisso hoje? – Envio e vou à cozinha preparar um lanche, pois saí sem comer.

Não demora muito e meu celular dispara, corro para ver.

De jeito nenhum, qual a boa? – Antes de responder, ele se manifesta. – Se não souber pra onde, eu tenho sugestões!

Digito no teclado – Então, você quem manda! Mas antes de enviar, minha consciência pesa, penso que ele não precisa ser cobaia da minha raiva e mágoa do Peter, mas também, penso que Felipe pode ser um motivo forte para esquecer dele. "Socorro!". Acabo enviando!

Te pego as 22:00hs – Ele envia imediatamente.

Combinado! – Respondo e bloqueio o celular.

Peguei a tarde inteira para cuidar de mim, precisava me sentir bonita. Me preparei inteira, as 21:00hs já estava quase pronta, e escuto a campainha tocar.

"Como assim? Ele já chegou?" Me apreso para abrir a porta, mesmo sem terminar o cabelo.

– Porquê não disse que já estava vindo? – Pergunto enquanto abro a porta, e paraliso ao ver que não é Felipe que está a parado em frente o meu apartamento.

Peter me olha dos pés a cabeça, como se estivesse analisando a situação.

– O que você tá fazendo aqui? Ou melhor, como você chegou aqui? Porquê você tá aqui? – Metralho ele de perguntas.

– Vai sair? – Pergunta olhando pra minha roupa.

– Sim, vou! O que isso tem a ver? – Falo irritada.

– Sobre suas perguntas, primeira, vim falar com você, segunda, eu cheguei de táxi, e terceira, depois te respondo! – Dá de ombros – Posso entrar? – Pergunta apontando para dentro.

– Não pode! – Ele ignora minha resposta e entra.

– Aqui é legal! – Olha para todos os lados, e senta no sofá.

– Peter, eu preciso que vá embora! – Falo seriamente.

– Eu tentei avisar que vinha, mas você trocou de número, eu decidi vir pessoalmente! – Eu balanço a cabeça em negativa.

– Resolveu vir, e ponto? E minha opinião e meu espaço não serão respeitados? – Fico de frente a ele.

– Anne, você não percebe? – Se levanta e se aproxima. – Eu não durmo mais! – Olho de perto e o percebo com o rosto cansado. – Eu fui proibido de dirigir por ter dormido das quatro últimas vezes em que peguei em um volante. – Me deixa apreensiva.

EU ACHO QUE AMO VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora