Jack
Fico assustado, afinal, tenho certeza que ela pedirá algo que não iríamos querer dar.— Pode dizer. — diz Dália.
Quara bate seus dedos com unhas compridas sob a mesa que estava ao seu lado, fazendo com que o ambiente ecoasse o barulho.
— Como vocês já devem ter conhecimento, minha filha Druella tem andado no mundo humano. — conta Quara.
Dália interrompe antes que ela possa falar mais.
— Ah, sim, eu já estava ciente que sua filha estava lá pra aterrorizar Elena. — diz ela.
Quara solta um riso irônico de canto da boca e coloca seus dedos entre seu queixo.
— Oh, não, sua macaca de circo não é o centro do mundo, sinto lhe desapontar, mas Druella está lá por outro motivo. — conta Quara. — Ela está lá, pois a mandei para conferir se o filhinho de Adela está vivo, afinal eu não quero pontas soltas e muito menos um garoto inconveniente em meu pé querendo vingança.
— E o que você quer de nós? — questiono.
— Dália teve uma ligação com o moleque desde quando ele nasceu. Nós, de Northmoss, temos os sentimentos mais aguçados do que os humanos, e conseguimos sentir a ligação com a pessoa de forma mais forte. Então se você o visse saberia reconhecê-lo. — responde Quara olhando pra Dália. — Eu só preciso que você vá pro mundo humano, e vá até o lugar onde eu desconfio que ele esteja, se for ele, ótimo, se não for, triste.
Essa mulher não tem mesmo limites, ela foi mesmo capaz de pedir pra que Dália fizesse algo tão sujo.
— Você acha mesmo que eu seria capaz de lhe ajudar a prejudicar o filho de Adela? — diz ela.
— Bom, essa é minha oferta, aceite se quiser. — diz Quara.
— Pode me dar um minutinho a sós com Dália? — pergunto a Quara.
Eu precisava achar uma saída pra isso sem que ninguém se machuque, nem o filho de Adela e nem Elena.
— Podem ir pro corredor, mas vê se vocês não fazem outro bebê aberração nesses minutos que ficarão sozinhos. — ironiza Quara, rindo.
Saio com Dália pro corredor, em um lugar distante dos ouvidos de Quara.
— Elena não pode ficar sem seus poderes, então temos que aceitar a oferta dela. — falo.
— Você não entende o que está em jogo. — diz Dália.
— Entendo sim, a vida do garoto, se isso ele estiver mesmo vivo, o que eu acho quase impossível, e a sua amizade com Adela. — afirmo. — Mas, e se você simplesmente mentir, caso sinta a ligação, dizendo que não sentiu nada.
— Ela perceberia… — afirma Dália.
— Acredito que é um risco válido a se correr. — falo. — Aceite a oferta.
Dália concorda e então voltamos para o quarto e aceitar a proposta. Droga, eu me sentia tão sujo fazendo isso.
— Ta aqui sua preciosa erva, espero que seu macaquinho de circo fique feliz por brincar com a água e fogo. — Quara solta risos.
Eu e Dália saímos do quarto dela, e logo em seguida de seu Palácio. Estar fora de lá era muito bom, aquele lugar tinha um clima pesado, e pisar os pés lá fazia com que eu me sentisse deslocado.
A caminhada com Dália é estressante, pois a única vontade que tenho e o que todas as células de meu corpo me mandam fazer são colocá-la contra parede e a beijar, mas eu não posso…
Chego ao palácio do fogo rapidamente, e vejo Elena andando pra um lado e pro outro com seu nervosismo visível.
Elena
Ouço barulhos na porta e torço para que seja Jack e Dália, eu estava roendo todas as unhas da minha mão e andando sem parar, um sinal claro de apreensão.
Eles entram, e noto que Jack segura um ramo de folhas.
Deu tudo certo, imediatamente um peso enorme saiu do meu peito.
— Como vocês conseguiram? Precisaram lutar? — questiono.
— Não, não foi preciso. — responde Jack.
Vince estava incomodado com essa situação, mesmo sem querer demonstrar, era extremamente visível.
— Mas tem um, porém, isso não veio de graça. — conta Dália.
Enquanto essas palavras saltavam de sua boca, todos os presentes ali olharam a ela com um olhar curioso.
— Você não fez nada estúpido, fez? — questiona Rosalyn.
— Acho que não… - diz ela — Quara precisa de minha ajuda para encontrar o outro filho de Adela, mas não se assustem, não vou ajudá-la de verdade, apenas fingir.
O irmão de Markus está vivo? Será mesmo? Espero que sim… Eu gostaria muito de ver o encontro deles, quando Markus fala sobre ele, seus olhos brilham e vejo nele a esperança de reencontrar seu irmão.
— Druella não estava no mundo humano para te vigiar, Elena, e sim para procurar o filho de Adela. — conta ela.
— Vamos parar de se referir a ele como "filho de Adela" qual é o nome dele? — pergunto.
Apesar de não conhecê-lo, acredito que o certo é se referir a ele pelo seu nome.
Dália se senta no sofá, e todos os presentes ali vão até ela.
— Seu nome era Eliot… Um garoto cheio de vida, eu torço para que ele esteja vivo, e que um dia Adela o reencontre, ela sofreu sua vida toda por isso. E eu me culpo todos os dias, afinal eu que a encarreguei de lhe colocar no mundo humano. — conta ela com o olho cheio de lágrimas. — A sua primeira palavra foi o meu nome, Dália, e só de lembrar disso, eu me emociono muito… Eu era como a segunda mãe dele.
Nossa, isso era realmente muito triste, será que ele está vivo? Eu espero que sim.
Eu estava feliz por ter conseguido as ervas de volta, mas nesse exato momento eu só quero parar aqui no sofá e ouvir as coisas que Dália tem a contar.
— Quando Markus nasceu, a vida de Adela mudou pra melhor, porém, ela ainda sofre as dores de ter perdido seu primogênito, e Markus cresceu ouvindo histórias sobre seu irmão perdido, e ele sonha com tal reencontro, apesar de no fundo, saber que é impossível, pois mesmo que o garoto esteja vivo, ele não tem conhecimento de seus poderes. E os poderes que ele possui, não são despertados por nada, nem por raiva, nem adrenalina, ele só despertaria tomando uma erva que só existe aqui. — conta Dália.
Isso é mesmo uma pena, eu também estou com vontade de conhecê-lo agora.
Eliot… Como será que você é? Caso esteja vivo…
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Uma gota no oceano
Fantasy[Concluído] Desde muito nova, Elena se sentia deslocada em relação ao lugar onde vivia. As pessoas, os costumes, todos pareciam indiferentes ao seu ponto de vista. Porém, isso nunca afetou a sua vida de forma direta, ela fez amigos, e se divertiu en...