Capítulo 15

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Não quero magoá-lo, mas a única opção que tenho é contar a ele que já amo alguém.

— Desculpe Markus, não dá. Eu amo alguém e não tenho a intenção de me envolver com alguém que não seja ele. — falei enquanto meu olhar se fixava em seus olhos.

De imediato, seus olhos azuis encheram de lágrimas, mas foi visível que ele tentou conter.

— Tudo bem, eu entendo. Fui evasivo, cheguei na sua vida recentemente e… Eu sempre sonhei em te conhecer. — ele gaguejava.

Eu senti pena dele, mas eu não podia trair Dylan de tal forma. Eu já saí sem nem me despedir e seria muito frio de minha parte fazer isso com ele. E eu não consigo me imaginar beijando outra boca que não seja a dele, sinto saudades daquela boca.

Tudo com Dylan é tão complicado, ele é humano e para conseguir suceder o trono eu teria que casar-me com alguém natural de Northmoss, e essa pessoa não seria ele, mas eu o amo muito…

— Você não foi evasivo, pode ficar tranquilo, podemos ser amigos. — falei na tentativa de consolar ele.

— É… Podemos sim! — disse ele enquanto abaixava a cabeça.

— Obrigado pelas frutas! — agradeci.

Saí de lá às pressas e meu coração estava doendo por tê-lo magoado, ele tentou não demonstrar, mas foi visível que isso o abalou, infelizmente eu não podia fazer nada por ele.

Voltei para o palácio e comi as frutas, todas tinham um gostinho ótimo. Fui até o quarto e vesti o traje de treino, me olhei no espelho e gostei da minha aparência, era uma calça colada e preta com detalhes em linhas vermelhas, a blusa era manga comprida e também preta com detalhes avermelhados.

Desci e fui para o salão de treinos, todos ainda estavam reunidos e Tobias estava treinando junto com Aurora, o traje não permitia que eles se queimassem e então estavam incendiando um ao outro, pra eles, aquilo parecia divertido, pra mim era assustador.

Ao perceber minha presença lá, pararam de treinar e Aurora veio em minha direção.

— O traje ficou bom em você. — ela elogiou. — A atividade de hoje é um pouco mais complicada e consiste em incendiar as pessoas, isso vai ser útil na batalha.

— Incendiar pessoas? Nossa, isso vai ser legal! — falei entusiasmada.

— Tobias, venha aqui! — disse Aurora. — Elena, incendie ele! Não se preocupa, a roupa é a prova de fogo e você não vai machucá-lo.

Isso vai ser ótimo, finalmente eu vou poder machucar esse idiota.

Posicionei minhas mãos e agora eu tinha controle sob a hora que eu soltaria chamas. Olhei pra ele e ele estava dando um riso irônico, aquilo me enfureceu.

Das minhas mãos começaram a sair chamas, fiz uma bola de fogo e joguei em direção a ele. Todo seu traje ficou em chamas e ele me olhava surpreso, minhas chamas era intensas e diferentes das de qualquer pessoa que estivesse lá.

Todos que estavam no salão aplaudiram e eu me sentia orgulhosa de mim mesma e do que eu estava me tornando.

**

Dias se passaram e eu treinava sem descanso até ter total controle sob o fogo. Em questão de pouco tempo eu já era uma dominadora nata das chamas e todos estavam surpreendidos, eles levam anos para aprender tal feito e são treinados desde criança, e eu já havia aprendido tudo isso em muito pouco tempo. Eu senti paz em meu coração e sensação de dever cumprido, estava na hora de finalmente ir ao palácio da água para que me treinassem e achassem o gatilho para despertar meu poder da água.

— É. Você está pronta Elena, seu treinamento foi concluído — disse Aurora.

— Já posso ir aprender os poderes da água? — questionei.

— Você está preparada sim. Afinal já sabe controlar o fogo com disciplina, mas não se esquece de falar com Dália antes. — respondeu Aurora.

Ainda tinha isso, Dália era uma mãe protetora e tinha medo do que poderia acontecer, eu tenho que dar a ela segurança e mostrá-la que nada de ruim vai acontecer comigo.
Dália estava falando com Adela no sofá, então finalmente tomei coragem e fui até ela lhe dar a notícia.

— Meu treinamento acabou, e eu irei para o palácio dos Clive's para aprender a controlar a água. — comuniquei.

— Entendo, você está certa em querer ir, mas, tenho uma sensação ruim no coração e algo me diz que pode acontecer alguma coisa com você. — disse Dália

Dizem que intuição de mãe não falha, mas eu já sei me defender.

— Mãe não precisa se preocupar, eu sei me defender! E lá estou segura afinal Jack não deixaria que ninguém me fizesse mal.

— Se me permite, toma cuidado com quem você vai confiar lá, nem toda família Clive é confiável e alguns deles têm até amizade com a família Snape. Só peço que fique atenta Elena. — disse Adela.

Eu entendia a preocupação delas, mas eu preciso mesmo ir, eu tenho esse poder dentro de mim e ele tem que ser usado.
Subi e fui para o meu quarto pegar algumas coisas, certamente eu passaria dias no palácio dos Clive's.

Desci as escadas e fui embora, caminhei em direção ao castelo e me deparei com uma vista deslumbrante, o castelo era todo azul com detalhes brancos, seus portões imensos eram de cor prata e havia dois guardas na frente. Obviamente eles já sabiam quem eu era e permitiram a minha entrada. Visto de dentro o castelo era até simples, não tinha exageros e nem tanta luxuosidade que nem o do fogo, suas paredes eram brancas e a escada era bem longe da entrada, havia sofás e uma estante repleta de troféus e fotografias.

Jack e algumas pessoas de sua família estavam no sofá e logo quando me viram, me recepcionaram da melhor forma possível.

— Pelo visto você mudou de idéia e veio aprender coisas novas conosco. — disse a mulher.

Jack não disse uma palavra sequer ao me ver, apenas veio ao meu encontro e me abraçou apertado.

— Fico feliz que você quer ser dominadora de água também. — disse Jack.

— Então, eu tenho um questionamento, como irei despertar o poder da água? — questionei.

— Teríamos que bloquear seu poder de fogo de alguma forma, e colocando você numa situação onde a única forma de se salvar é demonstrando poder. — respondeu a mulher.

— Mas meus poderes do fogo voltariam depois né? — questionei.

— Sim, só temos que achar uma forma de fazer isso. — disse a mulher.

Confesso que fiquei com o pé atrás, de que forma bloqueariam meu poder de fogo e depois o fariam voltar? Mas eles devem saber o que estão fazendo.

— Então, estou pronta! — falei com entusiasmo.

Uma gota no oceanoOnde histórias criam vida. Descubra agora