Daniel
- Conte-me mais sobre essa Madu. – meu pai pede se sentando a minha frente, em sua poltrona.
Estou sentado na cadeira a sua frente, com um copo de uísque em mãos e com um sorriso idiota no rosto.
- Para isso preciso beber mais. – digo antes de beber o último gole. – É o que disse, nada a mais e nem a menos... acho que nessas alturas ela deve ter voltado.
- E você ?
- O que tem ?
- Fez o que ela pediu para entrar em um relacionamento ?
Sua pergunta me pega desprevenido, medito nela por um tempo. A resposta é tão óbvia que meu sorriso se alarga.
Já faz duas semanas que ele apareceu em meu consultório, depois de lá. Jantamos juntos, almoçamos com minha irmã. E por mais difícil que tenha sido na primeira vez, agora se tornou tranquilo.
Até que tenho curtido sair com ele, jogar conversa fora enquanto bebemos ou assistimos algum jogo de futebol.
- Se não tivesse, não estaria aqui, não é ? – arqueio uma sobrancelha.
- Esta esperando o que para ir atrás dela, então ? – questiona.
- Não sei. – dou de ombros.
- Nunca o vi assim por uma mulher.
- Ela é especial. – digo.
- Vejo isso... você a ama.
Paraliso com sua resposta, eu a amo. Amo ? Medito em tudo por um tempo e concluo que sim, a amo e estou morrendo de saudades daquela boca sem filtro.
Terminamos de beber e jogar conversa fora em seu escritório ate tarde da noite. Não posso nem acreditar que isso esteja acontecendo. Eu e meu pai conversando de boa, sem diretas de minha parte e nem aquele sentimento de ódio (que nem sei quando saiu).
Pensar nisso me faz sorri, não qualquer sorriso, mas aquele sorriso de orelha a orelha, acompanhado de uma risada alta.
Eu o perdoei e nem vi.
- Caralho. – bato com a mão no volante, ainda rindo.
Não contenho minha felicidade, mudo a rota do caminho, preciso dividir isso, preciso comemorar. Em pouco tempo chego em meu destino. Necessito conversar com alguém e ver a mulher da minha vida.
- Daniel ? – Val me olha coçando os olhos, com a voz sonolenta. – Que faz aqui homem ? Já viu a hora ?
- Preciso do endereço dela. – digo sem folego.
Mal estacionei o carro, vim para cá pelas escadas correndo.
- Dela ? Quem ? Bebeu demais em.
- Da Madu, mulher... preciso falar com ela. – me irrito.
- Entra que te dou. – ela me puxa para dentro rindo. – Acho que ela deixou no caderninho em cima da cama dela.
- Posso ? - aponto para o quarto.
- A vontade, espero que fique para o café. – diz sobre os ombros indo para seu quarto. Quando ia falar que não dormiria, ela fecha a porta.
Dou de ombros e vou em direção ao quarto da Madu, esta tudo escuro, então acendo a luz e o mundo para nesse momento.
Madu
- Apaga essa luz, Val. – resmungo irritada, já foi um custo conseguir pegar no cochilo, agora me vem ela e me atrapalha.
A luz continua acessa e ela não responde nada, me escondo debaixo das cobertas resmungando. A cama ringe com o peso ao meu lado, tento chutar minha amiga.
- Ei, calminha aí. – paraliso.
- Dani ? – me sento num pulo. – Caralhudo.
Ele me olha sorrindo, que saudades estava desse sorriso cafajeste, desse olhar malicioso, desse corpo... estava com saudades desse homem num todo.
- Então, é nessa hora que você pula em mim e me beija. Dando início a uma noite de muito suor e sexo. – diz rindo.
- Com maior prazer. – faço como orientou. Me sento em seu colo e o beijo.
Ambos gememos quando nossos lábios se conectam, um beijo duro e desesperado. Hoje não terei nada de gentileza.
- Que saudades – ele me beija no pescoço.
- Também. – rio de nervoso quando morde meu ombro.
- Não faz mais isso. – diz me olhando nos olhos. – Por favor, me senti um miserável sem você.
- Duvido, e as pacientes ? Vendo boceta o dia inteiro.
- Só quero uma boceta, o garanhão só se anima quando ver essa. – sua mão desce para entre minhas coxas.
- Garanhão ? – gargalho.
- Melhor que Todo Poderoso.
Rio mais alto, o que não fazia a um tempo, para ser mais exata, não ria assim desde da ultima vez que o vi.
Ficamos em silêncio por um tempo, nos olhando, admirando um ao outro. Ele esta com um brilho tão lindo nos olhos, um sorriso bobo no rosto. Um ar diferente, uma postura mais descontraída.
- Para você estar aqui, sinal que...
Seu sorriso se alarga, tudo que eu precisava saber, depois pergunto detalhes, agora só preciso ter esse homem na cama.
Preciso ter esse homem dentro de mim... melhor, preciso ter o garanhão dentro de mim.
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Do consultório para até que a morte nos separe
RomanceDanilo Zancan e Maria Eduarda tem uma história e tanto para contar.