7- Entre o medo e o amor

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Após um beijo apaixonado e cheio de conflitos internos, Megan logo fugiu dali depois de pedir desculpas. Thomas não sabia o que fazer direito, tentou ir falar com ela, mas a garota apenas disse precisar dormir, pois estava cansada. No dia seguinte, logo cedo, ela correu para a casa da Viola. Com quem mais ela iria se aconselhar?

-Vocês se beijaram? Eu sabia!

-O que?

-Estava escrito na sua cara desde sempre, mas com essa loucura do Mark e depois o encontro com o Joe, eu não tive como falar.

-O que?

-Vocês se amam, sua boba.

-O que?!

-Ok. Pare de repetir isso e sente aqui. Por que você fugiu? Qual seu medo?

-Ele é meu melhor amigo. Você e ele são meus únicos amigos aqui.

-E daí? É ótimo namorar com o melhor amigo. Eu casei com o meu.

-Você não entende!

-Claro! Você não está explicando.

-Quando vim morar aqui, eu tinha apenas o Mark... Eu não quero acabar na mesma situação. Não posso me precipitar de novo.

-É totalmente diferente. Primeiro nem se pode comparar o idiota do Mark com o Thomas. Seria injusto com o Tom. E, quando veio por uma paixão avassaladora pelo Mark, vocês nem se conheciam de verdade.

-Eu estou com medo de me enganar de novo; de sofrer de novo.

-Não posso afirmar que será fácil, afinal ele é um ator. Vocês vão enfrentar dificuldades. Acho até estranho não especularem ainda sobre o relacionamento de vocês. – Ela segurou a mão da amiga. – Mas, você não deve desistir antes de tentar.

-Você está certa.

-Eu sei. Vem, vamos comer alguma coisa.

Apesar do medo causado por um passado cheio de amores que deram errado, Megan sabia que sua amiga tinha razão. Não é pelo fato de você ter se decepcionado no passado que deva passar o resto dos dias se escondendo para não sofrer mais.

A vida é feita de obstáculos e alguns são bem difíceis, porém se conseguir ultrapassá-lo conseguirá ser feliz com um gostinho ainda mais delicioso. Ela se apegava a esse pensamento como uma criança agarrada a sua mãe.

Acabou passando parte do domingo com sua amiga e depois saiu para uma caminhada. Tirou várias fotos, esqueceu-se de todos os problemas, dos pensamentos ruins e sentimentos de covardia. Ao chegar em casa foi recebia por seu gatinho. Thomas não se encontrava e no fundo se sentiu aliviada por isso.

Thomas, por outro lado, já havia decidido sua vida. Diferente de Megan, ele não estava nada amedrontado, pegou seu carro e fez uma pequena viagem para o sul da Inglaterra, onde acontecia a gravação de uma série.

A verdade é que ele tinha uma namorada. Era um relacionamento complicado, pra começar era escondido, não queriam a imprensa envolvida. Apenas amigos bem próximos e a família sabiam a respeito. Eles terminavam e voltavam quase todo mês. Ele foi até lá para colocar um 'ponto final' nessa história de amor conturbada.

Combinaram de se encontrar no restaurante de um hotel famoso por ser discreto em relação aos seus hóspedes. Durante o jantar, ela apenas falava de si, sem parar. Ela era dessas pessoas cultas, muito inteligentes, entretanto extremamente narcisistas. Todos que tinham conhecimento do namoro se perguntavam: O que ele viu nela?

Acontece que ele gosta de conversar e gosta de se divertir. Heather sabe pelo menos um pouco sobre tudo e adora fazer loucuras. Viajar sem ter hora para voltar, pular de penhasco direto no rio, dançar no meio da rua e caminhar na chuva de salto e vestido branco. Ela é uma mulher intensa, bonita, interessante, consegue envolver em sua teia qualquer homem do seu interesse. Porém, é bastante instável. Nada a satisfaz. Está sempre em busca de mais situações que a deixem sem fôlego.

Após conseguir fazê-la parar de falar um pouco, eles tiveram uma conversa longa e difícil. Para ela foi um: Oh, ok, vamos para o quarto. Mas, para ele era algo definitivo. Preferiu retomar a viagem voltando a Londres no mesmo momento.

Ele chegou muito tarde, Megan já dormia tranquilamente. No dia seguinte, como de costume, não se encontraram, pois Thomas saía para correr, enquanto Megan sempre acordava atrasada para o trabalho.

Na saída da revista ela teve uma agradável surpresa, Thomas a esperava todo sorridente e com flores. Como se conter com uma visão dessas? Ela se perguntou.

-Ei. – Ela disse ao se aproximar.

-Não a vejo propriamente desde sábado. Trouxe essas rosas para você, juntamente com um convite.

-Qual?

-Um piquenique.

-Hoje à noite?

-Sim.

-Onde?

-Será surpresa.

-Está tentando me vencer pela curiosidade?

-Estou conseguindo?

-Você sabe o quanto sou curiosa.

-Isso é um sim?

-Sim.

Eles pareciam não perceber a existência do resto do mundo. Apenas entraram no carro e saíram. Viola estava vibrando por dentro, torcia para que tudo desse certo e para sua amiga não deixar o medo atrapalhar. 

The love between usOnde histórias criam vida. Descubra agora