20- Um novo começo

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Após uma situação estranha na clínica, Tom e eu decidimos ir a um hotel. Eu não conseguia enfrentar minha casa ou a dele, pois havia muitas lembranças do Mouris.

Nós estávamos abraçados nessa cama enorme. Ele havia me dado um calmante, então devo ter adormecido, pois eu me levantei assustada e apressada.

-O que está fazendo? – Tom perguntou com uma voz sonolenta.

-O Mouris não gosta de dormir sozinho. Eu preciso ir... Pra casa. –Minha voz foi diminuindo até se tornar apenas um sussurro.

-Oh minha querida!

Tom veio me abraçar e me fez sentar em sua perna.

-Desculpa... É que...

-Você não precisa se desculpar.

-E quanto ao corpo?

-Está no carro. Onde pretende enterrá-lo? Se quiser usar o quintal da minha casa...

-Não, mas obrigada.

Eu o abracei e logo comecei a beijá-lo, Tom demonstrou surpresa de início, mas ele logo se entregou a paixão e ao desejo dos nossos corpos. Em um movimento rápido, ele me colocou na cama e se pôs sobre mim. Suas mãos ágeis dançavam pelo meu corpo e sua boca traçava um caminho do meu pescoço ao topo dos meus seios. Eu não perdi tempo também. Tocava em seu corpo que parecia esculpido com perfeição. Tirei sua camisa em um único movimento, para não interrompê-lo por muito tempo, enquanto ele apalpava o meu bumbum e mordiscava o meu pescoço. Ele deslizou o seu quadril entre minhas pernas e decidi ser a hora de me livrar de suas calças, mas ele segurou minhas mãos me parando.

-Megan, eu não posso!

-Oh! Desculpe. Não queria te forçar a nada. Eu só... Bom, tudo bem se você não me quer mais. Eu entendo... Depois de tudo...

-Não, não me entenda mal. Nesse mundo não existe ninguém que te queira; que te deseje mais que eu. – Tom me deu um longo beijo apaixonado como para provar suas palavras. – Você está vulnerável. Não quero me aproveitar disso. Eu te amo! Eu te amo tanto. 

Eu o abracei afundando meu rosto no peito dele.

-Só queria mostrar... Eu preciso de você na minha vida. – Voltei a encará-lo. – Não quero afastá-lo de novo, porém não sei se estou preparada...

-Tudo bem, Megan. Só em voltarmos a ficar juntos já me deixa muito feliz.

Já era quase meio-dia quando ele foi me deixar em casa. Tom me entregou o corpo do Mouris, ele o havia enrolado em um pano e colocado em uma caixa. Estranho ter feito isso sem que eu notasse. De relance vi alguns paparazzi tirando fotos nossas. Eu estava cansada demais para me irritar com aquilo.

-Tem certeza que não quer que eu fique? Nem quer que te prepare algo para comer?

-Sim, obrigada, mas estou sem fome. Um tanto enjoada e preferia ficar sozinha por um tempo.

-Longe de mim, tentar ser apressado, mas gostaria de fazer algo mais tarde? Se não estiver com ânimo para restaurantes podemos só ficar na minha casa ou aqui mesmo.

-Seria uma boa ideia. Prefiro a sua casa.

-Ótimo! Passo pra te buscar mais tarde.

Ele partiu após me deixar com um plácido beijo nos lábios.

Tentei dormir, tentei comer, mas no fim não conseguia fazer nada. Decidi ligar pro Colin que apareceu na minha casa poucas horas depois. Apenas ao me olhar, ele já entendeu tudo. Fomos para o quintal cavar um local para o Mouris descansar em paz.

-Mouris, meu bebê. Desculpe ter sido egoísta e ter te deixado sozinho. Você foi minha vida. Desde que te encontrei na rua... Na verdade, isso está errado. Você me encontrou e me salvou de várias formas diferentes. Muitas vezes quando achei que ia desmoronar e desistir por não ter ninguém; por ser sozinha. Você estava lá comigo. Meu pequeno vislumbre de família. Se eu pudesse voltar no tempo... Eu prometi sempre te proteger... – As lágrimas rolavam pelo meu rosto. – Não consigo imaginar o seu sofrimento... Eu sinto tanto.

Colin me abraçou apertado. Nós fomos pra sala onde abrimos umas cervejas, ele havia trazido alguns petiscos.

-Por que me chamou? Sei que tem amigos mais próximos.

-Talvez por isso mesmo. Eu precisava de alguém neutro que me tirasse desse sufocamento. Obrigada por ter vindo.

-Sempre as ordens, gatinha. – Só consegui mostrar um sorriso fraco. – Por que não está comendo?

-Sem fome. E o cheiro desse negócio é horrível.

-O que?! É um cheiro normal como de qualquer petisco.

-É horrível.

Rimos e conversamos a tarde inteira. No meio de uma das histórias dele sobre algum show em algum lugar da cidade a campainha soou. Eu havia me esquecido completamente sobre o compromisso com o Tom. Foi quase uma saia justa quando ele entrou e notou que estava sozinha me divertindo com o Colin.

Expliquei a situação para o meu amigo e subi para buscar a minha bolsa. Voltei o mais rápido possível e fomos os três até lá fora. Pedi um minuto para o Tom e acompanhei o Colin até o carro dele. Os dois apenas trocaram um leve aceno de cabeça.

-Ele é o cara de ontem, certo? Você disse não ter namorado.

-Não tenho... Tinha. É complicado. Depois te conto ou apenas olhe na internet.

-Por quê?

-Ele é um ator famoso. Thomas Norman. Nosso relacionamento foi jogado na rede. Enfim, desculpe por isso. Minha mente nunca foi das melhores e hoje parece pior.

-Sem problemas gatinha. A gente se vê no trabalho, mas qualquer coisa me liga. – Ele me deu um beijo no topo da minha cabeça e partiu em seguida.

Tom abriu a porta do carro pra mim, mas assim que começamos a nos mover, ele não se aguentou mais.

-Ele novamente... Ele é o cara de ontem, certo? – Acabei soltando um risinho. – O que é tão engraçado?

-O Colin falou exatamente a mesma frase. Eu já te disse, ele é meu amigo do trabalho. Ele veio hoje a meu pedido. Não queria enterrar o Mouris sozinha.

-E você ligou pra ele? Após negar a minha companhia.

-Não é bem assim. Tom, por favor, ele é só meu amigo. Eu precisava de alguém neutro. Escuta, nós acabamos de nos entender. Será se você pode esquecer isso? Vamos ficar em paz e apenas curtir um ao outro? Por favor!

-Está bem. Eu preparei algo que você ama.

-Macarrão? – Ele acenou com a cabeça em afirmação. – Oh, minha comida favorita. Esse nosso novo começo vai ser delicioso.

Ele pegou minha mão e a beijou.

-Já está sendo, meu amor. Já está sendo. 

The love between usOnde histórias criam vida. Descubra agora