23- Ter ou não ter, ei a questão

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Eu estava tentando não pensar em nada e apenas focar no trabalho, mas não era nada fácil. Como tive uma reunião pela manhã, eu só pude ir fazer o exame a tarde.

Colin e eu saímos do trabalho um pouco mais tarde por causa de alguns artigos importantes. Ele iria me dá uma carona até em casa e esperar comigo a ligação da Ray. Ela prometeu me avisar assim que saísse o resultado. Porém, antes de chegar ao carro dele, uma voz conhecida me chamou.

-Tom! – Minha voz acabou saindo estridente.

-Quis fazer uma surpresa. – Ele se inclinou e lhe dei um beijo totalmente sem graça. – Passei na sua casa...

-Nós ficamos um tanto atolados hoje.

-Oh! Hey, Colin, como você está?

Colin deu apenas um gemido como resposta, então o cutuquei.

-Colin, uma resposta completa, por favor.

-Bem. Você?

-Muito bem, obrigado. Nós podemos ir? Fiz reserva em um restaurante e estou faminto.

-Só me dê um minuto. – Tom acenou rapidamente para o Colin, indo me esperar encostado em seu carro. Só aí me virei para meu amigo. – Você se importa?

-Sim. – Fiquei o encarando por alguns segundos. – Eu preferia passar meu tempo contigo, gatinha, mas você precisa fazer algumas revelações. Se algo não for como o esperado... – Ele ajeitou meu cabelo colocando as duas mãos no meu pescoço. -Você me liga pra eu quebrar a cara dele. Ok?

Colin não esperou resposta, apenas entrou no carro me deixando ali para completar minha missão.

Eu me aproximei do Tom devagar, era como se andasse em gelo fino. O medo tentava me tomar a todo custo. Tantos pensamentos rondavam minha cabeça. Em todas as conversas mentais que eu tive com o Tom a respeito da gravidez nenhuma terminava bem. Só me restava torcer por uma realidade diferente.

No carro o silêncio era mortal. Nenhum de nós abria a boca para nada. Ele devia estar chateado por causa do Colin. Esses dois não se bicam por alguma razão. Mas o momento não era para ficar investigando a relação do meu namorado com o meu melhor amigo.

-Vamos pra sua casa. – Eu me surpreendi com minha repentina fala.

-Megan, as reservas já estão feitas...

-Precisamos conversar!

-O que?

-Eu não quero ter essa conversa em um restaurante e nem quero esperar. Tenho de botar logo isso pra fora.

-Ok. O que está acontecendo? Eu pensei... Nós não estamos bem? Megan me responde. Você vai terminar comigo?

-Depende de como você vai reagir ao que tenho a dizer.

-O que isso significa? Você está me deixando preocupado.

-Vamos logo pra sua casa.

O restante do caminho foi ainda mais tenso. A cada metro mais próximo da casa do Tom os tremores em minhas mãos só aumentavam. Eu estava muito nervosa. Tanto ansiava para esse momento acabar logo quanto desejava retardá-lo ao máximo.

Entrando na sala, Tom foi me ajudar a tirar o casaco e notou minha tremedeira. Ele tocou meus braços me lançando um olhar preocupado.

-Megan, você está gelada. O que está acontecendo? -Nenhuma palavra saiu, eu apenas chorava sem conseguir parar. Tom me colocou em uma poltrona sentando na mesinha de centro e segurando minhas mãos. – Você pode confiar em mim. Por favor... Diga alguma coisa.

The love between usOnde histórias criam vida. Descubra agora