34- Abrigo de animais

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No fim de semana, igual a todos os outros, fui cedo com o Slash para o abrigo de animais em que sou voluntária. Sempre levo meu neném lá para brincar com os amiguinhos, ele adora.

Levei alguns filhotes para banhar, depois fui ajudar a limpar o playground deles. Já estava terminando quando uma das garotas comentou sobre estarem gravando algumas cenas de uma série na área sul do abrigo. Não dei muita atenção, afinal ainda teria de ir ajudar com os cavalos.

Caminhando rumo aos estábulos a Sra. Stranford, administradora do abrigo, me pediu para mostrar onde os cavalos ficavam, pois queriam algumas filmagens deles correndo livres. Eles eram um grupo grande, então apenas os convidei para me seguirem e lá chegando os mandei descer mais alguns metros e caso precisassem de ajuda no caminho de volta, eu estaria limpando o dormitório dos cavalos. Não fui muito longe quando uma voz feminina me chamou.

-Heather? – Nunca fui muito boa em esconder quando não gosto de alguém e se tratando da Heather, nem queria esconder.

-Podemos conversar?

-Bem, eu sou muito curiosa pra negar, então... Espera! Se você está aqui...

-Foi Tom quem indicou esse lugar. Quando te vi entendi o motivo.

-Não faz sentido. Nunca comentei sobre estar trabalhando aqui.

-Talvez ele tenha te pesquisado na internet, ainda sai algumas coisas ao seu respeito.

-Eu não saberia. Me vi obrigada a desativar todas as minhas contas de redes sociais, só mexo na internet por questões de trabalho, o que é bem diferente de como costumava ser.

-Você está bem?

-Por que está falando comigo?

-Gostaria de me desculpar.

-Por ter beijado o meu noivo?

-Por tudo. Depois que saiu, Tom e eu tivemos uma enorme briga. – Ela disse, mostrando um sorriso nervoso. – Por conta das palavras dele, eu decidi me afastar da mídia e fazer terapia.

-Nós duas, pelo visto.

-Só fiz aquilo por ele ter me trocado. Nunca fomos apaixonados, bem, eu nunca fui. Sempre foi uma questão de diversão, conveniência e mídia.

-Ele foi apaixonado, até me contou sobre como se encantou por ti.

-Eu namorava os atores que estavam no auge, quando não serviam mais, eu os jogava fora. Também fui bastante usada da mesma forma. Esse trabalho faz esse tipo de relacionamento ser considerado normal, porém não notei o quanto vinha me destruindo. Consequentemente destruí o seu noivado...

-Não foi sua culpa. Passou muita água embaixo daquele ponte para um beijo ser capaz de demolir tudo. Fico feliz que tenha evoluído, aliás se quiser conversar, eu estou aqui todo fim de semana. Voluntários são sempre bem-vindos.

-Virei. Obrigada, Megan. Melhor eu ir, tchau.

-Até. Eita que é cada uma na minha vida.

Decidi fazer metade do meu serviço de limpeza antes de ir procurar algo para comer. Coloquei uma música enquanto coletava estrume de cavalo.

-Quer ajuda?

Quase caí no meio do esterco.

-Por Deus! Você podia colocar um sino no pescoço.

-Você não ouviria de qualquer forma com essa música tão alta.

-O que faz aqui, Tom?

-Vim gravar.

-Fiquei sabendo. Quando acaba?

-Já acabou. Resolvi ser voluntário pelo resto do dia. Gostou da roupa?

Ele vestia um macacão cinza e botas pretas. Tom decidiu tomar a pá que eu usava para limpar o estrume, mas eu não queria entregar, assim começamos uma luta para ver quem ficaria com o utensílio, claro que ele ganhou.

-Ok. Limpa tudo sozinho. – Eu disse, com raiva, porém mal dei dois passos e escorreguei. Na tentativa de me segurar, ele caiu junto.

-Isso te lembra alguma coisa? – Ele perguntou, ainda em cima de mim, com o rosto centímetros do meu.

-Os velhos tempos. Você ouviu bem...

Acredito que tenha ficado impaciente, pois me calou com um beijo. Sim, nós estávamos nos agarrando deitados em um chão cheio de cáca de cavalo, nada mais sexy.

Apesar do ambiente, eu não me vi capaz de interromper a sua ação, pois seus lábios me levaram para um período agradável cheio de sentimentos avassaladores, porém seguidos de muita dor, então eu o parei.

Não poderia reviver aquilo.

Pus-me de pé rapidamente para sair dali sem proferir uma palavra, mas ele me puxou pelo pulso me colocando entre a parede e seu corpo. As suas mãos começaram um delicioso passeio pela minha cintura subindo até meus seios e sua boca estava na minha mais uma vez. Nossas línguas travavam uma briga ardente, enquanto ele brincava com meu mamilo e pressionava sua pélvis contra a minha. Sendo assim não pude conter um gemido murmurante que o fez sorrir.

Tom agora tinha certeza do quanto eu ainda o queria e do quanto ele ainda sabia utilizar meus pontos fracos ao seu favor. Nós só não chegamos a transar ali mesmo por causa dos outros voluntários que vinham para também limpar os estábulos.

-Merda! – Ele disse, todo frustrado.

-É a hora do meu almoço. Eles devem ter vindo para trocar comigo.

-Nós poderíamos...

-Preciso levar o Slash pro Matt, depois vou pra universidade. Tenho dado algumas palestras para estudantes brasileiros.

-Você não acha que está trabalhando em excesso?

-Não.

-Megan... – Parei na porta dos estábulos. – Passe na minha casa essa noite.

-Estou quase me livrando dos paparazzis e você quer recoloca-los na minha vida?

-Diga hora e lugar para terminarmos isso. – Ele colocou carinhosamente a mão pelo meu rosto e começou a mordiscar meu pescoço. – Diga que também não quer.

-Costumo ir à academia meia-noite... Tem um hotel ali perto, mas ele é meio...

-Só preciso do endereço.

-Vou te mandar por mensagem, eu tenho de ir. Até mais.

-A gente se encontra a meia-noite.

The love between usOnde histórias criam vida. Descubra agora