15- Coração Partido e Enxaqueca

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Megan estava com muita dor de cabeça (o que não era incomum), ela havia se esquecido de comprar mais do remédio. Ficou deitada no escuro do quarto por algumas horas, quando se sentia um pouco melhor decidiu ir comprar algo para a dor.

Sua nova colega de casa, Ray, ainda perguntou se não preferia continuar deitada enquanto ela iria à farmácia. Megan garantiu já ter forças para sair dali e não queria incomodar, já que Ray se preparava para ir ao trabalho.

-Já consigo enfrentar a claridade, Ray. Pode ficar tranquila. – Ela verificou os bolsos. – Sem dinheiro não dá, né?

Megan sorri e volta ao quarto, nesse instante a campainha toca. Ray atende e quase desmaia. O famoso ator Thomas Norman estava ali na porta da sua casa. Por um minuto, ela não conseguiu emitir nenhum som. Chegou a se beliscar, sem que ele notasse, pois parecia estar sonhando acordada.

-Thomas Norman, na minha porta? É alguma pegadinha? Onde estão as câmeras?

Ele soltou uma de suas calorosas risadas.

-Não é pegadinha. Megan está?

-A Megan conhece você? Oh, eu fiz muito bem em deixa-la morar aqui. Entre, ela está com um pouco de dor de cabeça, mas vou chamar.

Megan procurava o dinheiro quando viu o pequeno Mouris começar a miar sem parar. Percebendo que ele queria sair, ela logo abriu a porta dando de cara com a Ray.

-Tem uma visita ilustre pra você.

-A Viola não é ilustre. – Ela soltou um pequeno risinho.

-Não é ela. Na verdade, é um homem.

-Já vou descer. Por que a Viola mandou o marido? – Perguntou a si mesma.

Depois de pegar o dinheiro, ela teve uma nada agradável surpresa ao chegar à sala. Thomas estava ali segurando o Mouris que ronronava todo carinhoso.

-O que faz aqui? – Ela perguntou já tirando o Mouris das mãos dele.

-Precisamos conversar.

-Não, nós não precisamos. De qualquer forma estou de saída. – Ela coloca o gatinho no sofá que logo volta a se esfregar nas pernas de Thomas. – Esse gato.

-Está indo a farmácia, não é? Posso te acompanhar.

-Não, obrigada. - Ela pegou o casaco e saiu. Thomas colocou o Mouris de volta no sofá, em seguida, foi atrás dela.

– Não temos nada para conversar.

-Eu preciso me explicar. O que você viu...

-Você beijando sua namorada. A sua irmã me contou e ela não tinha motivos para mentir. Afinal, ela nem me conhecia.

Ele para na frente dela.

-Heather foi minha namorada, mas naquele ponto já havíamos terminado.

-Por isso não queria que eu conhecesse o restante da sua família? Para não ser descoberto? Deve ser por isso também que nunca me apresentou aos seus outros amigos.

-Você não está me ouvindo? Não foi nada disso. Eu queria mais tempo só nós dois e depois daquele nosso primeiro beijo eu terminei com a Heather.

-É; eu vi como tinham terminado. Ela estava arrasada e por isso te deu um longo beijo.

Ela volta a andar, mas Thomas a impede segurando em seu braço. Megan apenas o olha e ele a solta.

-Desculpe.

-Só falta você me deixar uma marca no braço assim como o Mark.

-Não me compare com o Mark. Eu nunca te machucaria como ele fez.

-Mesmo? Advinha só. Você já machucou. Tom, eu estou morrendo de dor de cabeça, portanto não quero falar do meu coração partido. E se eu ficar aqui, você começará a ouvi-lo se quebrando em pedaços ainda menores. Eu só quero comprar o meu remédio, me dopar e dormir. Com licença!

-Eu não desisti de nós.

-E por que não? Dê-me só um motivo.

Ele fica mudo; Megan retoma seu caminho até a farmácia quando ele grita.

-Eu te amo!

Megan para por um segundo, então volta a se aproximar.

-Eu não acredito em você.

Sem saber bem o que fazer; Thomas a beija. Megan demora um pouco, mas consegue se livrar dos braços dele.

-Quer uma tapa na face? Eu não vou completar a sua historinha, Tom. Isso aqui não é um dos seus filmes. – Lágrimas rolavam por seu rosto. – Agora consegue vê os pedaços do meu coração se dissolvendo e caindo nas minhas bochechas. Tom, eu estou com raiva. Eu estou triste. Se você quer mesmo me convencer, não é dessa forma que irá conseguir.

-E como vou conseguir?

-Eu não sei. Não confio mais em você. Por favor, só... Não me segue.

Ao invés de ir à farmácia, ela pegou um táxi. Thomas decidiu retornar a sua casa.

Megan foi até a única pessoa que poderia ter dado o seu endereço ao Thomas. O marido de Viola abre aporta e vê Megan com uma cara péssima.

-Você está bem?

-Eu pareço bem? Oh, desculpa, não tem nada a ver contigo. Pode chamar a Viola pra mim?

-Entre...

-Não quero que suas filhas me vejam gritando com a mãe.

-O que está acontecendo aqui? – Perguntou Viola. – Megan!

-Ela é toda sua. – Disse Greg entrando.

-Já falou com ele, não é?

-O que você estava pensando? Não te dei permissão para dá meu endereço pra ninguém.

-Megan, nós conversamos. Aquele homem te ama!

-Oh meu Deus! O que? Vocês combinaram de falar essas coisas?

-Não seja paranoica.

-Ele perdeu minha confiança assim como você. – Viola não esperava ouvir aquelas palavras e Megan se assustou por ouvi-las saindo de sua boca. Ela levou as mãos ao rosto. – O que estou dizendo? Você tem sido minha melhor amiga desde que cheguei naquela revista. Deus sabe o quanto me ajudou. Minha cabeça está me matando, briguei com o Tom no meio da rua e nem comprei meu remédio.

-Você deixou uns comprimidos aqui da última vez que veio. Quer que eu pegue?

-Não. Tudo bem. Vi, eu sei que na sua cabeça você só estava lutando por minha felicidade. Não faça mais isso. É melhor eu ir ou vou vomitar.

-Você está com nojo de mim?

-Deixa de ser besta, Vi. É minha enxaqueca. Eu não consigo mesmo ficar com raiva de você. Amanhã a gente se fala.

-Quer carona? Assim fofocamos no caminho. Além de passar em uma farmácia.

Megan sorriu aceitando a proposta da amiga. Ela estava com peito doendo até mais que a cabeça por ter visto o Thomas mais uma vez. Mesmo Viola sendo a causadora desse transtorno, Megan nunca conseguiria ficar longe da amiga que só pensava em seu bem. 

The love between usOnde histórias criam vida. Descubra agora