Capítulo 4

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Coragem;
1.moral forte perante o perigo, os riscos; bravura, intrepidez.;
2. firmeza de espírito para enfrentar situação emocional ou moralmente difícil.

Eva Mohn definitivamente não era uma pessoa corajosa. Ela não enfrentava seus medos, não se arriscava, e com toda certeza, não era adepta a mudanças. A pior parte de seguir em frente e estar aberta a mudanças, era dar o primeiro passo. O tiro no escuro. O medo de qualquer coisa nova sempre a assustou mais que cobras.

E Eva tinha pavor de cobras.

O meu quarto estava entulhado de coisas. Roupas, cd's, filmes, perfumes. Autopiedade.

A minha cota de autopiedade já havia sido atingida e ultrapassada. Tudo em volta me sufocava. A minha própria bagunça misturada com a dele, me trazia um esgotamento físico e emocional. Eu poderia não reconhecer mais o garoto que sentava atrás de mim em biologia, mas eu conhecia bem o seu odor.

Cheiro. O cheiro de Christoffer estava impregnado em todas as minhas coisas. Impregnado em mim. Olhei meu reflexo no espelho enquanto juntava as coisas de Chris que estavam no meu quarto. Mas isso não é o suficiente.

Não agora.

Me levanto e pego meu álbum de fotos. Chris está presente na maior parte delas. Nós parecíamos felizes. Christoffer sempre foi um bom ator. Retiro todas do álbum e jogo na caixa junto com as coisas dele. Olho ao redor verificando se esqueci de algo. Eu não iria chorar, não de novo. Era a hora. Eu precisava disso.

Quando chego na frente da casa de Christoffer, respiro fundo. Esse tem sido meu mantra dês do ocorrido. Noora havia me garantido que Chris estava na casa de William, então enquanto bato na porta espero que algum empregado atenda. Ou ninguém.

– Eva, meu amor. Quanto tempo. Você veio ver Christoffer? Oh, eu sinto muito mas ele não está em casa. — me surpreendo quando me deparo com a sua mãe. Eu definitivamente não estava pronta para isso.

– Oi, Martha. Eu sei que ele não está, é só que... Você pode entregar isso para ele? Eu estou com pressa. — digo tentando não sair correndo o mais rápido possível.

– Claro. Mas você não quer entrar? Você está pálida.

– Não. Eu preciso mesmo ir. Mas obrigada. — digo e saio sem nem ao menos esperar sua resposta.








– Então você simplesmente correu? — Noora diz rindo.

– Não. Eu parei para tomar um chá com minha ex-sogra e falamos sobre o quanto o filho dela é um completo babaca. — digo revirando os olhos.

– Desculpa. É só que... Como você tá depois disso?

– Se quer saber, não muito melhor.

– Bem... Como minha mãe sempre diz: Sempre que estiver tendo um dia ruim, alguém lá fora está tendo um dia pior ainda, então pare e se concentre nas coisas boas.

– Sua mãe diz muita coisa, não é? — rio e Noora me joga uma almofada.

– Tudo bem, Mohn. Caçoe dos meus conselhos.

– Você sabe que eu te amo. E obrigada por estar aqui em um dos piores momentos da minha vida.

– Claro que me ama. Não poderia ser diferente... Acho que vou começar a cobrar pela minha companhia. — Noora diz enquanto joga exageradamente seus cabelos. — Eva...

– Oi?

– O amor vai encontrar você. Toda aquela coisa de destino, fé e escrito nas estrelas... Ela existe.

Resiliência (ChrisxEva)Onde histórias criam vida. Descubra agora