Capítulo 14

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Colidir.
verbo;
1. transitivo indireto bitransitivo e intransitivo fazer ir ou ir de encontro. "seus interesses colidem com os meus"
2. transitivo indireto e intransitivo ser oposto ou contraditório; chocar-se; contradizer-se. "suas ideias colidem com as minhas"

Em toda a sua vida, Eva havia colidido com muros maiores e mais fortes do que ela, muitas vezes, poderia aguentar.
Se apaixonar por Christoffer fora como estar em um carro em 220 km/h, e ser traída fora como colidir em um muro feito de ilusões.

A verdade era que os caminhos sem colisões, não levavam a lugar algum.

E Eva Mohn não gostava de ficar estacada.

Fecho os olhos cansada. Depois de pôr Noora no chuveiro, nós a colocamos na cama. As hipóteses criadas eram no mínimo assustadoras. Noora estava completamente apagada por horas. Ela estava péssima, constato. Eu não precisava saber o que acontecera para ter a plena certeza que envolvia William de alguma maneira.

– O que você acha que William fez? — Vilde sussurra enquanto faz cafuné em Noora e eu abro meus olhos.

Suspiro cansada e a olho. Noora nunca chegaria a esse ponto.
Algo sério acontecera enquanto eu estava naquele banheiro.

– Eu não sei. — sussurro olhando para a televisão, que estava no mudo. — Nós não deveríamos ter deixado ela sozinha.

Vilde assente e suspira. Nós estávamos acostumadas com as festas daquelas pessoas. Nós estávamos acostumadas com festas muito mais pesadas que essa. Mas Noora sempre fora um peixe fora d'Água.

Nós éramos culpadas.

– Alguém pode ter drogado ela. — Vilde diz com os olhos arregalados e eu assinto. — Graças a Deus Chris estava lá.

Eu a conhecia bem para saber que ela estava pisando em ovos.

– Sabe, — Vilde diz sussurrando. — nós nunca conversamos sobre o que aconteceu. Eu sei que não é seu assunto favorito no mundo, é só que... É um saco ser a segunda opção.

Eu a encaro por alguns segundos.
Do que ela estava falando?

– O que? — pergunto com o senho franzido.

– Você sabe... — ela diz desviando o olhar para a televisão. — Você tem a Noora, e nós somos ótimas quando o assunto é festa ou comida. Mas no final, quando as coisas ficam difíceis, nós não conversamos. Você não precisa entender. Como entenderia? Você é a primeira escolha de todo mundo.

Mantenho meu olhar focado nela.

Ela se sentia excluída? Isso era ridículo.

– Vilde. — digo e ela desvia seu olhar em minha direção. — Eu não conversei com você sobre porque toda vez que eu falo disso, eu sinto como se eu pudesse morrer a qualquer momento. Deus, você não é a minha segunda opção. Eu sinto tanto que você pense isso. Você é tão importante para mim, que às vezes eu me pergunto o que eu faria sem você. Sem qualquer uma de vocês.

Respiro fundo tentando conter as lágrimas que se formavam e posso ver que Vilde tentava fazer o mesmo. A puxo em minha direção e a abraço.

– Se vocês vão se beijar, me avisem antes para eu sair do quarto. — Noora murmura e nós rimos nos afastando.

– Nós estávamos preocupadas com você, esquisita. — digo sussurrando enquanto Noora se senta na cama.

Vilde se levanta e pega água para ela enquanto eu ainda a encarava atentamente.

– O que aconteceu? — Vilde pergunta preocupada e Noora fecha os olhos enquanto encosta a cabeça na parede atrás da minha cama.

– William chegou chapado na festa. — ela sussurra ainda de olhos fechados. Vilde e eu nos olhamos confusas. — Ele me disse umas coisas horríveis. William terminou comigo e saiu de lá com 2 garotas.

– Eu sinto muito, querida. — eu sussurro e vejo Vilde a abraçar.

Noora abre os olhos por alguns segundos e nos olha. Ela estava quebrada.

E William estava morto.

Ando em passos largos em direção ao vestiário masculino. A aula de educação física estava prestes a começar, e eu posso ver alguns alunos na quadra se alongando. Paro na porta do vestiário respirando fundo antes de entrar.

Alguns garotos me encaram com os olhos arregalados, outros me olham confusos. Reviro os os olhos sem paciência quando ouço um assobio. Ando o mais rápido que posso tentando achar William.

– Eva? — ouço a voz de Christoffer e me viro em sua direção. Ele estava de toalha, me encarando claramente confuso. — O que você está fazendo aqui?

– Cadê seu amigo? — pergunto irritada e ele fecha os olhos antes de por a mão na cabeça.

Ele sabia sobre o que se tratava.
Ele não responde e eu bufo irritada sabendo que ele defenderia William por mais errado que estivesse.

– Fica fora do meu caminho ou eu juro por Deus que eu não respondo por mim. — digo irritada e ele me encara por alguns segundos antes de sair da minha frente.

– Eu não sei se fui clara o suficiente. — digo séria encarando William. Ele se vira em minha direção nem um pouco confuso. Ele sabia bem o motivo de eu estar aqui. — Eu disse que acabaria com você se você machucasse ela.

William abaixa a cabeça e olha para o chão. Ele estava com vergonha de si mesmo, eu poderia ver isso de longe. E ele deveria.

– Eu estava falando sério. — sussurro me aproximando. Cerro meus olhos e fecho meus punhos e, quase que como reflexo, levo um deles em direção ao nariz de William.

Ele dá um passo para trás, se desequilibrando, e põe uma de suas mãos no nariz. Observo sangue escorrer e seu olhar se levantar em minha direção.

– Eu posso ser uma ótima pessoa, mas não se esqueça de quem eu sou filha. Isso aqui é pouco para o que eu realmente posso fazer. Não me teste, William.

Ele ainda me encarava. Seus olhos transmitiam dor, algo que eu conhecia bem. Eu não faria nada. A dor que William sentira não passaria tão facilmente.

Eu não me referia ao seu nariz, isso era apenas um bônus. A dor física era passageira, a verdadeira dor era a emocional.

E bem...William estava quebrado.

Nota da Autora:

Hey guys. How are you?
Então people me digam tudo tudo tudo o que acham.
Comentem e votem(like always). Aos novatos por aqui: SEJAM BEM VINDOS.
SEE you soon

Resiliência (ChrisxEva)Onde histórias criam vida. Descubra agora