Capítulo 6

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Momento.
substantivo masculino;
1. espaço de tempo indeterminado, ger. breve; instante.
2. ponto determinado do tempo;

Eva se considerava uma pessoa de sorte. Ela tinha o que muitos queriam. Apesar de tudo.

Uma vez ela havia lido que haviam momentos que tudo para por muito mais que um momento. E você simplesmente sabe que esse momento seria eterno em sua mente. Era verdade. Às vezes tudo o que era necessário para isso acontecer era uma simples música. Ou ótimos amigos. E ela tinha os dois.

Eva definitivamente era uma pessoa de sorte.

– Eu não sei bem como você não se engasgou ainda. — digo vendo Noora comer.

– Cala boca. — ela disse jogando uma almofada em mim.

Esse era um dos nossos costumes. Noora e eu passamos tanto tempo sem nossos pais, que passamos a ter a companhia uma da outra quase sempre.

– Então... Como você e o William estão? — eu pergunto delicadamente enquanto como meu brigadeiro. Conhecendo Noora, a próxima coisa que ela poderia fazer seria jogar a panela de brigadeiro na minha cabeça.

– Você sabe... — ela respira fundo. — Nós estamos indo devagar. Claro que tenho evitado brigas, mas as coisas não estão as mesmas.

– O que eu sei é que ele se importa muito com você, e por isso eu gosto dele. O meu instinto diz que vocês dois são meant to be.

– Okay, vidente. Você pode me dizer mais sobre meu futuro? — ela diz rindo.

– Claro. Eu vejo que um dia, você vai mudar o mundo. Não que você saiba disso ainda, mas eu sei. Eu vejo.

– Você é estranha.

– E você me ama.

– Touché.

Nós estávamos atrasadas. Eu poderia culpar o despertador, ou Noora. Quando chegamos ao Nissen, o sinal já havia tocado. A aula de espanhol já estava acabando, então decidimos que o melhor a fazer seria esperar a próxima aula.

Biologia.

Ainda não tinha visto Christoffer dês da festa. Não que eu me importasse com ele, mas vê-lo depois daquilo seria estranho.

– Noora, te vejo no intervalo. Eu preciso fazer uma coisa antes da aula.

– Tá bom, esquisita. — ela diz revirando os olhos. — Não se meta em problemas.

– Não posso prometer nada. — digo enquanto ando em direção à sala de geografia do 3º ano.

Eu estava parada ao lado da porta. O sinal já havia tocado e eu podia sentir minha ansiedade sair pela boca. Os alunos saiam devagar e eu observava um por um. E então eu o vi.

– Ei, você! — grito chamando atenção de William. Ele me vê e observo suas sobrancelhas se unirem em uma enorme expressão de interrogação.

– Eva? Olha se você quer saber do Christoffer, eu juro que quando soube o que ele fazia eu não fiquei do lado dele e...

– Relaxa. Quero falar com você sobre outra coisa. Nós temos uma conversa em aberto.

– Nós temos?

– Claro. Vamos deixar umas coisas bem claras. Eu sei que você gosta da Noora. Eu sei que você se importa com ela. Mas acredite em mim, se você machucar ela ou simplesmente considerar essa opção, eu acabo com você.

– Essa nunca seria minha intenção. Ela é importante.

– Sim, ela é. E é minha melhor amiga. Então, se você quebrar o coração dela, eu quebro sua cara.

– Tudo bem. — ele diz pondo as mãos em sinal de rendição. — Você é uma pessoa estranha, não é?

– Vocês se merecem. — eu digo revirando os olhos. — Agora que meu trabalho já está feito, eu preciso ir. Biologia me espera.

– Boa sorte com isso.

– Obrigada.

Quando cheguei à sala de biologia, a professora já estava entregando as provas.

4,5. Merda.

Minha mãe provavelmente me mataria se ela convivesse comigo. Eu não esperava uma nota boa, muito pelo contrário. Eu só tinha esquecido disso depois de todo o caos que minha vida havia se transformado. Mais uma nota dessas e eu provavelmente repetiria nessa matéria.

5,0. Eu posso ver a nota de Christoffer em sua mesa. Ele, diferentemente de mim, sempre foi bom nessa matéria. Mas havia algo diferente nele. Havia algo diferente em nós dois.

Claro que havia.

Não dava para ser diferente, não depois de tudo.

Então eu o observei, a mesma beleza de sempre. Mas diferentemente de quando eu o vi na noite da festa, ele estava com um olho roxo e um corte na testa.

O que aconteceu ?

"Christoffer brigou com um cara na cafeteria", ouço uma das garotas dizer no corredor após a aula.

Então posso ouvir minha mente berrar. Não é mais seu problema, Eva.

Então porque eu ainda me importava ?
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Nota da autora:

Oi, gente. Então, eu sei que tá um pouco (talvez muito) lixo, mas eu tentei. Sorry. Comentem e digam o que acham. Toda opinião é bem vinda.

Resiliência (ChrisxEva)Onde histórias criam vida. Descubra agora