- O que você pensa que está fazendo? - a voz entediada de William preenche meu quarto e eu arqueio as sobrancelhas enquanto visto minha camisa.
- Construindo uma máquina do tempo. – murmuro debochadamente e ele bufa - O que você acha que eu estou fazendo?
- Você sabe muito bem do que eu estou falando. – meu melhor amigo diz encostando a cabeça na parede e eu me viro em sua direção.
- O mesmo que você fez com Noora. – sussurro debochado e ele grunhe. – Péssima ideia, por falar nisso.
- Você acha que eu não sei disso? - ele diz irritado passando a mão em seus cabelos e eu assinto sabendo o quão machucado ele estava. – Eu fiz o que precisava ser feito.
- Voce não tinha nada a ver com isso. – digo enquanto procuro meu celular e ele ri amargurado.
- Você é meu irmão. – ele diz dando de ombros enquanto anda em direção a minha escrivaninha eu o encaro. – Nós crescemos juntos, e isso não envolve só você.
- Que seja.
- Achei que você tivesse se livrado dessas coisas. – ele diz enquanto segura um porta retrato com uma foto antiga minha e de Eva.
Faço uma careta tentando desviar de seu olhar inquisitivo. Eva havia deixado todas as coisas que remetiam ao nosso relacionamento há algumas semanas. O plano inicial parecia fácil demais: jogar tudo na primeira lixeira que eu encontrasse e seguir minha vida como sempre fora antes dela.
Contudo, a caixa continuava exatamente no mesmo lugar.
Onde ela pertencia.
Como algum tipo de lembrete constante de toda merda que eu havia me metido por livre e espontânea vontade.
- É só uma caixa. – murmuro e ele arqueia as sobrancelhas rindo divertido. – Cuide de seus próprios problemas.
- É o que eu deveria fazer mesmo. – ele diz se jogando na minha cama. – Mas então você não saberia algo que eu sei.
Franzo o senho encarando o bastardo deitado na minha própria cama.
- E o que você sabe?
- O que você tem a perder? – ele diz divertido o encaro entediado – Ela saiu da cidade.
- O que? – digo baixo o suficiente para duvidar que ele ainda estivesse me ouvindo.
Mas ele estava.
William me encarava como se eu estivesse pronto a desmoronar a qualquer momento.
E talvez, em algum tipo de universo alternativo, eu estivesse.
- Parece que ela decidiu voltar a morar com o pai. – ele diz pisando em ovos – Mas algumas pessoas estão dizendo que ela decidiu ir para Bahamas. Até que faria mais sentido, não é?
Sim, faria.
Eva odiava praias. Contudo, ela odiava ainda mais seu pai.
- São apenas boatos. – ele diz me encarando e eu engulo seco." – Metade das coisas ditas nessa cidade são apenas delírios dessas pessoas desocupadas. E você conhece a Eva, ela odeia o pai mais do que qualquer pessoa nesse mundo.
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Resiliência (ChrisxEva)
FanfictionAlbert Camus escreveu: "Abençoados são os corações que podem dobrar, eles nunca se partirão." Mas eu me pergunto... se não se partir não haverá cura, não havendo cura, então, não haverá aprendizado. E se não houver aprendizado... Então não haverá lu...