Nove

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A melhor forma de não se magoar é fingir que não se tem um coração. – Two And a Half Men

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Suzana não sabia que sensação era aquela, parecia que a cada dia que passava ela mudava cada vez mais. Um dia ela só queria poder ver seus amigos, ter aquela vibe de antigamente, aquelas risadas espontâneas, aquele clima gostoso que só tem amigos sabe.

E em outro dia, ela só queria... Sumir.

Um aperto estranho e doloroso, crescia cada vez mais em seu peito, a consumindo, a deixando fraca. Era algo que ela não conseguia controlar, algo que ela queria que sumisse, mas ao mesmo tempo era sua única companhia.

O despertador de Suzana toca, mais um dia aula. A vontade de ficar em sua cama é grande, mas ela sabe que ela não pode faltar mais, já havia chateado até demais o seu pai, e se ir para a escola era a única coisa que ela podia fazer para não deixa – lo chateado, se ir para aquele lugar era a única coisa que fazia seu velho um pouco mas feliz, então ela iria.

Suzana costumava ser uma garota forte, pelo menos ela tentava ser na maior parte do tempo, pelo seu pai, pelo seu irmão, por ela. Mas ultimamente ela não estava ligando para nada, só se deixava ser levada pela escuridão, e solidão a engolia.

Suzana mal havia levantado da cama e já estava com um preguiça imensa só de imaginar o dia que iria ter pela frente, havia dois trabalhos para entregar e ela provavelmente tiraria nota vermelha nos dois, pois não havia se dedicado nem um pouco, sua cabeça ultimamente estava tão cheia que ela não queria saber de nada, muito menos de escola. Ela havia tentado, havia aberto os livros, o estojo, havia sentado com todos os matérias em sua frente. Só faltava começar.
Mas ficou encarando tudo aquilo por uns minutos, depois se levantou e foi deitar.

Simples assim.

Suzana se levantou, amarrou seus cabelos rebeldes como sempre fazia, jogou uma água na cara para ver se conseguia se despertar. Ficou olhando seu reflexo no espelho, se perguntando o que porra ela estava fazendo da vida dela.

Tomou seu café, se despediu de seu pai mesmo sabendo que ele não estava falando contigo.

Foi para o ponto com o mesmo desanimo de sempre, sentou em seu lugar e esperou o ônibus.

- Oi. – Alguém falou do seu lado.

Suzana nem se virou, já até imaginava quem era e não queria perder o seu tempo com ele. Já estava de cabeça cheia, não tinha nem paciência para ouvir a voz de certas pessoas, então ela apenas ignorou.

- É falta de educação ignorar as pessoas sabia? Tua mãe não te deu educação não? – Caio disse, tentando chamar atenção da menina.

Doeu um pouco ouvir a menção de sua mãe, claro que Caio não sabia que Suzana não tinha contato com a mãe. Só estava tentando puxar assunto, mas isso fez com que Suzana guardasse um pouquinho de ódio dele.

- Meu pai, me deu sim muita educação – Suzana falou, dando ênfase no "meu pai" – Acontece que eu uso ela quando eu quero, sou educada quando eu quero. E eu não quero ser educada com você, simples assim.

Será que Caio não percebia o quanto ele estava sendo chato e sem noção?

- E outra – Suzana continuou – Também é falta de educação ficar se intrometendo na vida dos outros sabia?

Caio já havia percebido que Suzana tinha um gênio forte, se escondia por de uma mascara, havia resposta na ponta da língua e aparentemente já havia passado por muita coisa na vida, Caio conseguia enxergar aquilo, quando olhava em seus olhos.

Sim, ele era chato e intrometido, e tinha muita gente que o odiava sem motivo algum, como qualquer outra pessoa do signo câncer, Caio conseguia ser persistente, ia atrás do que queria e quase nada ficava em seu caminho para conquistar o que desejava.

Isso podia ser uma qualidade ou um defeito, dependendo do seu ponto de vista.

Mas Caio também queria mostrar para Suzana, que podia ser doce, compreensivo e que ela não precisava passa por tudo aquilo que ela estava passando sozinha, seja lá o que fosse.

- As vezes, o que a gente realmente precisa, é de alguém que se intrometa nas coisas – Caio disse, com o semblante serio – Sempre precisamos de alguém que se intrometa, pergunte, grite e provoque a gente. Precisamos de alguém que nos entenda Suzana, que não nos julgue. Sim, eu sou intrometido, e isso pode ser a melhor coisa de sua vida.

- Eu nem te conheço. – Suzana disse, um pouco desacreditada.

- Por que não quer, se me deixar entrar em sua vida, você vai conhecer. – Caio disse, a encarando.

Suzana estava pasma com as palavras de Caio, afinal quem ele era?

Pela palavras de Helen e Daniel, Caio era um esnobe arrogante, e pelo o que ela tinha visto no comportamento dele nos dias anteriores, ele era isso mesmo.

Mas o que ela disse era verdade, Suzana não o conhecia, não sabia o por que ele havia tido aquele comportamento dos dias anteriores, não sabia o que passava na cabeça de Caio. E não podia julga - lo, porque simplesmente odiava quando as pessoas a julgavam sem saber nada sobre ela, a olhavam estranho, a ignoravam.

Ela odiava quando passava por isso, mas estava fazendo a mesma coisa com garoto.

Ou ele apenas estava se passando por um bom garoto compreensivo, para chegar na escola e ser um completo babaca?

Suzana não sabia.

Só sabia que não o conhecia, não conhecia Helen e Daniel, não conhecia ninguém naquela maldita escola. E não queria se apegar a ninguém, antes de conhecer o caráter da pessoa, para não acabar se fodendo no final como sempre acontecia.

Não deu tempo de Suzana responder Caio, o ônibus chegou e eles entraram no mesmo, sentando um longe do outro, mas com o pensando na conversa que acabaram de ter.

Suzana não sabia qual era o atual estado emocional dela. Não sabia se estava feliz ou triste, apenas sentia um vazio enorme dentro dela. Só queria desaparecer.

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Tem uma nova historia, que em breve será postada. Dá uma olhadinha lá!

Beijo. 

Enigmas Melancólicos [Pausado]Onde histórias criam vida. Descubra agora