Quinze

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"Calma não é o meu forte."

— Cinquenta Tons Mais Escuros

***

A sensação de fumar um baseado não era boa. Definitivamente não.

O gosto era horrível, e dava uma leve dor de cabeça em Suzana.

Mas para tudo tinha uma primeira vez não é mesmo? Ela estava experimentando, era algo novo, algo que ela nunca havia experimentado em sua vida.

Era algo que ela sabia que poderia se arrepender – muito provavelmente – no futuro.

Talvez fosse a bebida ou o fato que ela precisava muito de algo para esquecer seus problemas. Ela não sabia.

Ela queria parecer a menina perfeita que não tinha problemas, que só saia para as festas, ficava com pessoas, bebia, fumava um baseado, mesmo sabendo que era errado. Ela queria que ninguém soubesse de todos os problemas que ela passava, do choro que ela sempre precisava segurar, das dores que sentia e as madrugadas que passava em claro, sem conseguir dormir.

Colocou o cigarro na boca e tragou.

Em sua casa, Willian não sabia mais o que fazer. Ficava andando de um lado para outro, tentando se acalmar. Sabia que sua filha não era mais uma criança e que ele não deveria ficar assim tão preocupado. Ele tentava, serio. Tentava muito.

Ele brincava com Samuel, andava pela casa, havia tomado uns três banhos, feito o jantar e até mesmo jogados aquele joguinhos idiotas no celular.

Mas parecia que as horas não passavam, os ponteiros do relógio pareciam estar mais lentos do que o normal e Willian todo agoniado.

Por mais idiota que parecia, ele tinha certeza que sua intuição de pai não falhava, ele já havia pegado Suzana aprontando diversas vezes, mesmo que, na cabeça dela, era impossível ele descobrir. Sua intuição não falhava, ele tinha quase 99,9% de chance, que sua filha estava sim, fazendo algo errado. E quanto mais o tempo passava, mais essa sensação ruim que estava sentindo em seu peito, aumentava.

Suzana, Suzana...

Willian tinha sido burro o suficiente para não ter pegado o endereço do lugar, por achar que deveria dar um pouco mais de liberdade para sua filha. Mas provavelmente não daria em nada, porquê nunca acharia algúem – responsável – para cuidar de Samuel uma hora dessas. E, com o seu nervosismo, nunca acharia o lugar, ou acabaria tendo uma parada cardíaca no meio do caminho.

Porra Suzana, onde você esta?

Ela estava em uma roda de amigos idiotas e bêbados, com a cara enojada enquanto tragava um cigarro de maconha, tentando – e fracassando – fingir que estava curtindo.

Conforme o cigarro ia diminuindo, o forte gosto que estava em sua boca, foi passando também. Ao lugar da ânsia de vomito que estava sentindo, surgiu a euforia, o bem estar.

E infelizmente, Suzana havia finalmente achado algo que a deixava bem. E isso, poderia ser a sua perdição.

[...]

Ao longe dali, Caio e Júlio só observavam Suzana.

Júlio, com os olhos estreitos e de cara feia. Achando uma puta sacanagem o que Suzana estava fazendo, e querendo tirar aquele cigarro de maconha de sua boca a força, e ligar para Willian e contar tudo que estava ocorrendo. Mas claro, acima de tudo, ainda era amigo dela e não queria desaponta – la. Havia levado ela para esta festa, com o intuito de distrai -la, fazer a mesma ficar bem, esquecer os seus problemas e talvez conseguir dar uns beijos nela novamente. Queria que ela melhorasse, mas não desse jeito.

Com drogas não. A maconha era a primeira forma que ela tinha arranjado para relaxar, mas o que viria depois?

Ele não concordava nem um pouco com isso. No entanto, mesmo vendo que Suzana já estava em seu segundo cigarro de maconha, não fez nada para impedir.

Já Caio, era obviamente o oposto de Júlio. Ele estava completamente encantado pelo o que Suzana estava fazendo, tanto por beijar uma garota, beber, quanto fumar maconha. Nem parecia aquela garota tímida que havia conhecido umas semanas antes. Não duvidaria nada, se acabasse se apaixonando por ela.

Suzana estava rindo sem saber o porquê, conforme seus batimentos cardíacos se aceleravam e ela começava a ficar mais lenta do que ela normalmente era. Certamente, bebida e maconha não era uma combinação muito legal, e com certeza não era recomendada. Mas ela havia adorado.

[...]

Calma Willian, calma.

Respira, tente dormir e relaxa.

Pelo menos era isso que ele estava tentando colocar em sua cabeça. Eram quase três horas da manhã e Suzana ainda não havia chegado. Ele iria dormir e foda – se ela.

Mas claro, assim como tudo em sua vida, falar era bem mais fácil do que fazer.

Mas, acho que afinal, Deus ouviu as preces de Willian. Suzana estava ligando para ele.

- Alô? – Willian disse desesperado por noticias de sua filha mais velha.

Risadas. Musica alta. Risadas.

- Por que esta rindo Suzana?

- Porque me deu vontade seu chato. – Ela disse, seguindo de uma sucessões de gargalhadas sem motivos nenhum.

- Suzana, você esta bêbada? – Willian perguntou, irado e ao mesmo tempo muito preocupado.

- Bebada e drogada. Afinal, o que você acha que adolescentes fazem nessas festas pai?

- Caral...- Willian ia gritando, mas Suzana o interrompeu prontamente.

- Só liguei para avisar que vou dormir na casa do Caio. Tchau pai.

E desligou. Simples assim.

Mas que porra? Afinal quem era esse tal de Caio? Ela estava bêbada, havia usado qualquer tipo de droga e ainda por cima iria dormir na casa de um garoto?

Não mesmo. Willian pegou o telefone, decidido ligar para a policia.

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N/A: Me desculpem a demora para atualizar :/

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⏰ Última atualização: Nov 19, 2017 ⏰

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