Onze

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Vou parar de sonhar com o que eu não posso ter. – Anne With an E

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Segundo o nosso querido amigo, o Google, solidão se significa:

"Solidão é um sentimento no qual uma pessoa sente uma profunda sensação de vazio e isolamento. A solidão é mais do que o sentimento de querer uma companhia ou querer realizar alguma atividade com outra pessoa não porque simplesmente se isola, mas porque os seus sentimentos precisam de algo novo que as transforme."

Sim, isso é exatamento o que Suzana estava sentindo naquele momento. Solidão. Ela sentia que estava sozinha apesar de ter pessoas a cercando. Estava se sentindo triste, enganada, como se todos a tivessem a esfaqueando pelas costas e depois pintando um desenho engraçado com seu sangue.

Era como se Deus estivesse lá encima, sentado em um trono de ouro, dando gargalhadas da vida de Suzana enquanto comia um balde cheio de pipocas amanteigadas.

Era como se ela tivesse levado um tiro em praça publica, e ninguém a socorresse, estavam olhando ela sangrar até a morte, mas continuavam andando sem se importar se tinha ou não uma menina morrendo ali entre eles.

Era como se ela fosse uma pequena formiga, que todos pisavam apenas por diversão ou as vezes, até mesmo sem querer.

Entederam como a vida de Suzana era fodida?

Ela não sabia exatamente o que fazer, quer dizer, sua mãe havia ido embora há anos, como ela não imaginou em olhar em tudo que era canto a procura de um recado?

Havia vasculhado a sala e em sua cama e nas roupas de sua mãe. Mas porra, como nunca havia pensado e vasculhar nas suas coisas mais intimas?

Há uns quatro anos atrás, Suzana era viciada em ler, na escola ela lia, em casa ela passava o dia lendo, comia lendo, ás vezes fingia estar tomando banho mas na verdade ela estava sentada na privada lendo um bom livro, passava a madruga rindo com seus romances e chorando com as mortes de seus personagens favoritos.

Naquela época, ler era a única coisa que a fazia rir como nunca e se sentir bem. Hoje nem isso.

Depois que sua mãe foi embora, Suzana abandonou aquilo que mais gostava.

A leitura.

E estava se sentindo tão inútil.

Por que ela não havia olhado dentro dos livros porra? Por que?

Não sabia o que fazer, na verdade ela não tinha nada para fazer.

Não sabia como sua mãe estava, onde ela estava, com quem. Se havia encontrado outro marido, se tinha novos filhos. Pelo o que ela sabia sua mãe poderia estar até mesmo morta, e esse pensamento a amedrontava mais do que vocês possam imaginar.

Apesar de tentar odiar sua mãe com todas as suas forças, era difícil, afinal, independente de tudo, Sarah ainda era a sua mãe. E queria poder vê – la um dia, queria poder lhe dar um abraço bem gostoso, chorar em seus braços, desabafar, gritar com ela por ter a deixado e depois sentir um alivio de ter sua mãe de volta. Sabia que esse papo de ficar criando esperanças não era muito saudável, mas se ela não tivesse esperança de um dia poder ver sua mãe, quem iria ter?

Suzana sentou em sua cama, com aquele pequeno pedaço de papel em suas mãos, encarando a letra caprichada de sua mãe, desejando por tudo nesse mundo, que ela estivesse ali.

Ficou na indecisão se contava ou não para seu pai, afinal, pelo o que ela sabia, sua mãe não havia deixado recado nenhum para Willian.

Uma puta falta de consideração.

- Pai – Suzana resmungou/disse, decidindo contar, por que aquilo estava a sufocando, e se ela não contasse para alguém era capaz de morrer asfixiada. – Achei uma coisa.

Willian não estava nada afim de conversar com a menina, a tristeza que estava sentindo ainda era muito grande, mas era melhor saber o que sua filha tinha para contar agora, do que morrer de curiosidade e ter que voltar atrás.

- O que? – Willian disse seco, mas com um tom de curiosidade na voz.

Suzana estendeu o papel para seu pai, tremendo um pouco, nervosa com a reação de seu velho.

Willian leu o conteúdo do papel centenas de vezes, lendo e relendo, virando e desvirando a folha.

As vezes ele ficava se perguntando se não conseguira fazer Sarah feliz o suficiente, pois era muita falta de consideração o que ela tinha feito. Ele fora um marido tão ruim assim, para não merecer nem um Tchau seu filha da puta, estou indo ser feliz?

Os olhos de Willian se encheram de lagrimas, estava prestes a cair no choro ali mesmo na frente de sua filha, ele tinha muita coisa para conversar com Suzana sobre aquilo, mas só teria essa conversa quando seu estado emocional estivesse estabilizado o sufiente para ter uma conversa seria com Suzana sem chorar que nem um bebê.

Willian enfiou o papel no bolso e saiu, deixando Suzana plantada no corredor e com a sensação de ter engolido algo muito ruim.

As pessoas tinham mesmo essa mania de ignorar ela e sair andando.

Então, Suzana segurou o choro e voltou ao seu quarto.

A decepção é dura, machuca, angustia, por que ela nunca vem de um inimigo.

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Tem uma nova historia, que em breve será postada. Dá uma olhadinha lá!

Beijo. 



Enigmas Melancólicos [Pausado]Onde histórias criam vida. Descubra agora